Fernanda Fernandes Borges
Mesmo com a evolução contemporânea, a sociedade machista
ainda persiste. De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), divulgada no dia 13 de novembro de 2015, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), as mulheres ganham 74,5% do salário dos homens, no Brasil.
O estudo se refere ao ano de 2014 e inclui
todas as pessoas ocupadas que recebiam algum tipo de salário, excluindo
as que não tinham remuneração ou eram pagas, apenas por benefícios.
Para os homens com
15 anos ou mais o salário médio foi de R$
1987,00, enquanto para as mulheres com a mesma faixa etária o salário médio foi
de R$ 1480,00. Elas receberam R$ 507,00 a menos que eles.
A menor diferença salarial foi apontada em Roraima com um
índice de 88,8% do salário deles. Já no estado do Mato Grosso do Sul foi
encontrada a maior diferença salarial, as mulheres ganharam, em média, 65,1% do salário dos homens.
A diferença média
entre os salários de homens e mulheres que trabalham 40 horas semanais foi de 20,32%. Alguns analistas acreditam que
serão necessários entre 15 e 20 anos, para que a mulher receba uma remuneração
equivalente a do homem.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesSerá preciso muito tempo para equiparar os ganhos |
Desde de 2004, em que elas recebiam 62,9% do salário deles,
há uma queda na diferença de rendimentos de homens e mulheres. Em 2013, a taxa
já estava em 73,5% e em 2014 aumentou um ponto percentual, indo para 74,5%.
Em relação a investimentos, aposentadorias e outros tipos
de benefícios, não ligados diretamente ao trabalho, as mulheres receberam 70,7% do que ganharam eles.
A pior constatação. Em muitos casos, as mulheres
desempenham a mesma função na empresa, possuem o mesmo grau de escolaridade que os colegas e tem a mesma carga horária, mas ganham menos.
Em empresas de bens de consumo e tecnologia a diferença salarial, em muitos
casos, é menor.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesEm muitos casos, a mulher exerce a mesma função do homem e recebe menos |
Quais seriam as
prováveis justificativas para essa
injustiça?
- Devido ao
preconceito em que se tem a ideia de que a mulher trabalha menos e o fato
muitos homens ainda enxergarem a mulher como submissa;
- O fato das mulheres
negociarem menos as condições de trabalho e os salários e pedirem menos
aumento;
- Ter poucas mulheres nas áreas exatas e de
tecnologia que poderiam lhe render mais dinheiro;
- A escolha da
profissão que exerce funções que pagam
menos;
Quando se observa o recebimento do salário mínimo, novamente as mulheres ocuparam um percentual
maior que o dos homens. Enquanto 30,6% delas viveram com essa renda, o número
caiu para 21,5% quando se referiu a eles. Ou seja, geralmente o homem ganha
mais que o mínimo.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO número de mulheres que vivem com o salário mínimo foi superior ao dos homens |
As mulheres que estavam ocupadas, mas não tinham
rendimento ou ganhavam dinheiro, apenas por recebimento de benefícios, representaram um índice de 9,8%, ao passo que
os homens, nas mesmas condições, o índice foi de 5%.
É inacreditável que a mulher ainda não tenha o seu devido
valor no mercado de trabalho. É inadmissível exercer a mesma função, com a
mesma carga horária e ter um salário menor, apenas por ser uma mulher.
É hora de rever os conceitos e apostar também em
carreiras dominadas por eles, a fim de demonstrar a capacidade feminina no
exercício de suas funções. Abandonar o
estigma de submissa e lutar por igualdade salarial é dever de toda mulher que
deseja ser reconhecida, por seu talento.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesÉ dever de todas lutar por justiça salarial |
A mulher geralmente trabalha bem mais que o homem. Isso
porque, ao chegar em casa cuida dos
filhos e das tarefas dos lar. Por isso, é uma irracionalidade pensar que o seu
trabalho é menos cansativo que o do companheiro.
Os questionamentos são imprescindíveis para quem deseja
mais igualdade no trabalho. É necessário reivindicar melhores condições e
salários aos patrões e provar que é capaz de exercer tão bem ou até mesmo, melhor, o serviço desempenhado por eles. A introspecção
não deve existir para quem almeja justiça e reconhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário