Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Mulheres ainda ganha menos que os homens


 

Fernanda Fernandes Borges



Mesmo com a evolução contemporânea, a sociedade machista ainda persiste. De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada no dia 13 de novembro de 2015,  pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres ganham 74,5% do salário dos homens, no Brasil.
 
                                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

Mulheres ainda recebem menores salários, segundo a pesquisa

 


O estudo se refere ao ano de 2014  e inclui  todas as pessoas ocupadas que recebiam algum tipo de salário, excluindo as que não tinham remuneração ou eram pagas, apenas por benefícios.

 Para os homens com 15 anos ou mais o salário médio foi de  R$ 1987,00, enquanto para as mulheres com a mesma faixa etária o salário médio foi de R$ 1480,00. Elas receberam R$ 507,00 a menos que eles.

A menor diferença salarial foi apontada em Roraima com um índice de 88,8% do salário deles. Já no estado do Mato Grosso do Sul foi encontrada a maior diferença salarial, as mulheres ganharam, em média,  65,1% do salário dos homens.

 A diferença média entre os salários de homens e mulheres que trabalham 40 horas semanais foi  de 20,32%. Alguns analistas acreditam que serão necessários entre 15 e 20 anos,  para que a mulher receba uma remuneração equivalente a do homem.

                                                                                              Foto: Fernanda Fernandes Borges

Será preciso muito tempo para equiparar os ganhos

 

Desde  de 2004,  em que elas recebiam 62,9% do salário deles, há uma queda na diferença de rendimentos de homens e mulheres. Em 2013, a taxa já estava em 73,5% e em 2014 aumentou um ponto percentual,  indo para 74,5%.

Em relação a investimentos, aposentadorias e outros tipos de benefícios, não ligados diretamente ao trabalho, as  mulheres receberam 70,7% do que ganharam  eles.

A pior constatação. Em muitos casos, as mulheres desempenham a mesma função na empresa, possuem  o mesmo grau de escolaridade  que os colegas  e tem a mesma carga horária, mas ganham menos. Em empresas de bens de consumo e tecnologia a diferença salarial, em muitos casos, é menor.

                                                           Foto: Fernanda Fernandes Borges

Em muitos casos, a mulher exerce a mesma função do homem e recebe menos

 

Quais seriam as prováveis  justificativas para essa injustiça?

 

- Devido ao preconceito em que se tem a ideia de que a mulher trabalha menos e o fato muitos homens ainda enxergarem a mulher como submissa;

- O fato das mulheres negociarem menos as condições de trabalho e os salários e pedirem menos aumento;

-  Ter poucas mulheres nas áreas exatas e de tecnologia que poderiam lhe render mais dinheiro;

- A escolha da profissão que exerce  funções que pagam menos;

 

Quando se observa o recebimento do salário mínimo,  novamente as mulheres ocuparam um percentual maior que o dos homens. Enquanto 30,6% delas viveram com essa renda, o número caiu para 21,5% quando se referiu a eles. Ou seja, geralmente o homem ganha mais que o mínimo.

                                                               Foto: Fernanda Fernandes Borges

O número de mulheres que vivem com o salário mínimo foi superior ao dos homens

 

As mulheres que estavam ocupadas, mas não tinham rendimento ou ganhavam dinheiro, apenas por recebimento de benefícios,  representaram um índice de 9,8%, ao passo que os homens, nas mesmas condições, o índice foi de 5%.

É inacreditável que a mulher ainda não tenha o seu devido valor no mercado de trabalho. É inadmissível exercer a mesma função, com a mesma carga horária e ter um salário menor, apenas por ser uma mulher.

É hora de rever os conceitos e apostar também em carreiras dominadas por eles, a fim de demonstrar a capacidade feminina no exercício de suas funções. Abandonar  o estigma de submissa e lutar por igualdade salarial é dever de toda mulher que deseja ser reconhecida,  por seu talento.

                                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

É dever de todas lutar por justiça salarial

 

A mulher geralmente trabalha bem mais que o homem. Isso porque, ao chegar em  casa cuida dos filhos e das tarefas dos lar. Por isso, é uma irracionalidade pensar que o seu trabalho é menos cansativo que o do companheiro.
 
                      Foto: Fernanda Fernandes Borges

A mulher trabalha fora e ainda cuida da casa e da família

 


Os questionamentos são imprescindíveis para quem deseja mais igualdade no trabalho. É necessário reivindicar melhores condições e salários aos patrões e provar que é capaz de exercer tão bem ou até mesmo,  melhor,  o serviço desempenhado por eles. A introspecção não deve existir para quem almeja justiça e reconhecimento.

 

 

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