Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

domingo, 29 de novembro de 2015

Entenda um pouco mais sobre Trabalho Voluntário



         Fernanda Fernandes Borges

 


Ser voluntário é doar seu tempo e seus conhecimentos em prol de pessoas ou instituições que necessitam desse gesto, desprovido de remuneração. Com certeza, quem já fez ou faz algum tipo de trabalho voluntário sabe que a recompensa maior está no ato de doar e não de receber.

Como é possível desenvolver trabalho voluntário?

É simples. Existem vários sites e locais que sempre precisam de pessoas engajadas em fazer o bem. No bairro, na cidade, no país há várias ações que podem ser desenvolvidas em resposta ás demandas que não são atendidas pelo governo, por falta de recursos ou de vontade política.

Por exemplo: promover campanhas do agasalho, arrecadação de gêneros alimentícios, coleta de livros para uma biblioteca do bairro, são atitudes que beneficiam milhares de pessoas carentes que precisam de boas pessoas para fazê-las.

                                                                                                       Foto: Reprodução

Há vários tipos de trabalho voluntário

 

Doar o tempo seja no fim de semana ou ao término do dia para realizar uma tarefa que vai beneficiar os outros é gratificante e deve ser estimulado em jovens e crianças. No Brasil, existem vários cidadãos empenhados em ajudar o próximo.

De acordo com a última pesquisa sobre trabalho voluntário realizado no país pelo Programa de Voluntários das Nações Unidas (VNU), divulgada em 2011, 25% dos brasileiros já fizeram ou fazem trabalho voluntário.

O estudo chamado “2001+10”  mostrou que 53% das  brasileiras realizam esse tipo de trabalho contra 47% dos homens. Além disso, uma surpresa. A Classe C é a que mais desempenha esta atividade, correspondendo a 43% do total de voluntariados, em nossa nação.

Em nosso país existe a Lei nº 9.608 de 1998 que regulamenta o serviço voluntário no Brasil, com a formalização de muitas organizações não governamentais.

 Esse dispositivo constitucional  define o trabalho voluntário como uma atividade não remunerada, prestada por uma pessoa física  a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos ou de assistência social.

Essa lei também autoriza o ressarcimento de despesas do voluntário, desde que estas sejam expressamente autorizadas pela entidade  e sejam realizadas no desempenho de atividades voluntárias, mediante a apresentação de notas fiscais e recibos.

Ao cadastrar o currículo em alguma empresa em que se pretende uma vaga de trabalho, o candidato pode enriquecer suas experiências ao citar que já realizou trabalhos voluntários, desde que estes estejam relacionados com a função desejada.

Muitas empresas valorizam a experiência do candidato fora do ambiente de trabalho. Quem está contratando, pode ver o trabalho voluntário como um atributo especial do contratado e que essa característica pode ser benéfica para o desenvolvimento da empresa.

Caso, a pessoa esteja desempregada é uma ótima oportunidade aproveitar o tempo livre para usar seus conhecimentos em prol de outras. Além disso, por meio do voluntariado ela pode preencher lacunas em sua formação, aprendendo na prática funções não desempenhadas no período acadêmico.

Um voluntário deve saber direcionar o seu objetivo para que o seu trabalho seja próspero. Saber o idioma, a cultura e as regras para exercer esse tipo de função fora do país são alguns dos requisitos para ajudar países estrangeiros.

Já quem prefere ficar por aqui, pode conhecer novos amigos e aprender novas habilidades por meio da solidariedade. Não faltam instituições ou pessoas que desejam receber voluntários que façam a diferença em vários setores.

Estimular a cooperação no ser humano é uma atitude benéfica e muito adequada aos tempos atuais. O mundo precisa de parceiros que visem diminuir as diferenças sociais e amplificar a disseminação de novas culturas e respeitos ás diferenças religiosas, étnicas e ideológicas.

                                                                                                                            Foto: Reprodução

Quem deseja ajudar sempre encontra atividades gratificantes

 

Ao realizar um trabalho voluntário, o cidadão contribui com sua parte para promover uma nação mais justa. Ter a satisfação de ver o seu semelhante feliz deveria ser o objetivo de todos que lutam para realizar os seus sonhos e se tornar seres humanos respeitados e reconhecidos.

A maior recompensa para quem realiza o trabalho voluntário é a consciência tranquila de que se outros não capazes de se doarem, pelo menos alguns ainda possuem essa capacidade.

 Esses valores devem ser discutidos nas famílias, para que cada vez mais,  novos voluntários possam surgir e transformar o mundo em que vivemos, em um local mais acolhedor e menos egocêntrico.

 

 

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Argentina tem novo Presidente



                   Fernanda Fernandes Borges

 
O atual prefeito de Buenos Aires Maurício Macri venceu o segundo turno, inédito na Argentina, no dia 22 de novembro e derrotou Daniel Scioli que era apoiado pela presidente Cristina Kirchner. Ele vai tomar posse no próximo dia 10 de dezembro e vai governar por quatro anos.

                                                                                                                     Foto: Reuters
             

Maurício Macri  é o novo presidente da Argentina

 

Maurício Macri tem 56 anos é engenheiro e  ex-presidente do clube Boca Juniors. Sua vitória representa a ascensão da ideologia centro-direita no país, em um século. Desde que o voto foi instituído no país em 1916, as duas forças políticas que dominavam a Argentina eram  os partidos peronista ou o radical  social- democrata.

O candidato Daniel Scioli havia vencido o 1º turno,  por uma pequena diferença. Sua derrota representa o fim da era Kirchner na Argentina. A família já governava o país há 12 anos. A presidente Cristina está no poder, desde 2007, sucedeu o marido Nestor Kirchner que governou de 2003 a 2007 e faleceu em 2010.

O novo presidente pediu a colaboração de todos, inclusive dos que não votaram nele,  para construir um país com pobreza zero, lutar para vencer o narcotráfico e melhorar a democracia. Ele promete manter os programas sociais.

A inflação na Argentina está em torno de 20% e um dos objetivos do novo líder é reduzi-la a um dígito. Além disso, Maurício Macri deseja abrir o país para investimentos estrangeiros e elevar os limites das exportações do setor agropecuário.

Em relação á segurança pública um de seus objetivos é criar uma Agência Nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema de estatísticas criminais.

O futuro presidente quer melhorar as relações comerciais com o Brasil e impulsionar o Mercosul.  Nos últimos tempos, o bloco formado por Brasil,  Argentina, Paraguai , Uruguai e Venezuela estava um pouco estagnado, devido ás barreiras comerciais impostas por Cristina e seu marido.


             

                                            Arte: Reprodução

O novo presidente deseja  movimentar o Mercosul

 

 


 
Maurício Macri deseja retomar as parcerias com os Estados Unidos, União Europeia e outras nações, já que nos últimos tempos a Argentina priorizou acordos com a China e a Rússia.

A presidente Dilma Roussef parabenizou o novo presidente no último dia 23, por telefone, e o convidou a vir no Brasil. Ela provavelmente comparecerá a sua posse, no dia 10 de dezembro. Os dois líderes têm a intenção de estreitar as relações econômicas das duas nações.

É oportuna a mudança de governo na Argentina. Esse é o momento para avaliar o que precisa ser transformado e se livrar de doutrinas que não servem mais para a nação. A ideologia inovadora pode alavancar a economia do país, se for bem aplicada.

A abertura da economia deve ser feita com cautela, assim como o controle da inflação, para que os argentinos não tenham que sofrer com as consequências posteriores. Não há solução mágica para se impulsionar uma economia e resolver todos os problemas imediatamente.

A aproximação entre a presidente Dilma Roussef  e Maurício Macri  pode ser muito importante para as relações comerciais de ambas as nações. Um novo dinamismo no Mercosul é aguardado,  com a esperança de negociações prósperas para todos os países envolvidos.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

O aquecimento global traz enormes prejuízos para a vida na Terra



                                                                        Fernanda Fernandes Borges

 

Nos últimos tempos, a impressão que se tem, é de que a cada ano,  as temperaturas ficam mais elevadas. Isso se deve á enorme emissão de gases poluentes por veículos e indústrias,  que  são responsáveis pela destruição da camada de ozônio e pelo aquecimento global.

                                                                        Foto: Fernanda Fernandes Borges

O calor tem sido cada vez mais intenso

 

A era industrial, as queimadas, a produção de combustíveis fósseis, são responsáveis por emitir CO2 (Gás Carbônico) e por conseguinte,  promover o aumento da temperatura. Cientistas americanos  acreditam que o aumento da temperatura entre 1951 e 2010 , foi ocasionado em 95%,  pelas ações humanas.

Os principais gases que ocasionam o aquecimento global e agravam o efeito estufa são:  o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e os clorofluorcarbornetos.  Por meio da sua emissão, a temperatura da Terra aumenta e provoca chuvas torrenciais, além de derretimentos das calotas polares e várias catástrofes climáticas.

De acordo com a Agência Nacional Oceânica  e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos a concentração de CO2 na atmosfera em março deste ano, foi a maior já registrada, ultrapassando o limite de 400 partes por milhões.

O gás carbônico (CO2) é um gás nocivo, em grandes quantidades, e é originado da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural. Como o uso de veículos utiliza em sua maioria a gasolina, derivada do petróleo,  e muitas indústrias se utilizam do carvão para produzirem, a emissão do CO2 é enorme nos países industrializados como Estados Unidos, União Europeia e  em nações emergentes como  Brasil,  China e  Índia.


                                                                                            Foto: Fernanda Fernandes Borges

O excesso de veículos agrava o efeito estufa

 
 

Há promessas e planos de 150 países para impedir a elevação da temperatura global, acima de 2ºC.  No entanto, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), essas estratégias, por enquanto, são insuficientes, porque nas atuais promessas, há um prolongamento do período de emissões,  e isso  apenas evitaria a elevação da temperatura acima de 2,7º C.

Por isso é preciso ter consciência e reduzir ainda mais a emissão de CO2. Um encontro em dezembro deste ano, está programado,  em Paris, para a assinatura de um tratado que visa combater o aquecimento global, a partir de 2020. Segundo a ONU, se o planeta quiser evitar o aumento de 2ºC em sua temperatura, deve diminuir a produção de CO2, a partir de 2020.

Segundo pesquisadores da MIT ( Massachusets Institute of Tecnology) em Boston, nos Estados Unidos, o aquecimento global pode limitar a sobrevivência humana, em países do Golfo Pérsico, até o final deste século.

A pesquisa apresentada recentemente, por eles,  mostrou que o efeito estufa impediria o corpo humano de se resfriar, através da transpiração. As ondas de calor em cidades como Abu, Dhabi, Dubai, Doha e no litoral do Irã, estariam mais intensas e se tornariam constantes a partir de 2070.



                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

 A grande quantidade de  CO2  pode tornar o clima insuportável em diversas partes do mundo


 

O Golfo Pérsico que abrange o litoral do Irã e países como Iraque, Kwait,  Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos e Omã, tem visto sua população aumentar, nos últimos anos. Em 2015, a temperatura já chegou a 50ºC, em algumas regiões e matou várias pessoas.

O estudo americano ainda aponta que o clima do futuro, em muitas partes do mundo pode ser semelhante ao verificado,   atualmente no deserto de Afar, no lado africano do Mar Vermelho, em que não há assentamento humano.

O progresso veio aliado á degradação do meio ambiente,  já que o homem pouco se preocupou com o uso que estava fazendo da natureza e de seus recursos. Porém, é impossível viver em um planeta com temperaturas altas que impedem o simples fato de transpirar.

                                                        Foto: Fernanda Fernandes Borges

É necessário preservar as áreas verdes nos grandes centros urbanos

 

É importante que todas as nações que se utilizam do CO2 e de outros gases poluentes revejam suas metas de emissão dessas substâncias que promovem o aquecimento global  e contribuam para que a existência dos seres humanos seja resguardada.

De que adianta um país ter inúmeras indústrias e veículos, se a existência de seus descendentes estiver ameaçada? É preciso se preocupar com a temperatura hoje, para que no futuro a Terra não seja apenas uma lembrança triste de como o homem foi irracional ao pensar que estava progredindo, ao passo que estava extinguindo a própria espécie.

 

sábado, 21 de novembro de 2015

As vendas devem cair no Natal 2015



Fernanda Fernandes Borges

 
Em  quase todos os lugares já é possível perceber que a data mais importante para o varejo brasileiro está próxima. O Natal chega por meio de enfeites suntuosos nos shoppings, mas a previsão de consumo aponta uma queda em relação ao ano passado, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
 
Foto: Fernanda Fernandes Borges

O Natal é a melhor data para o comércio

 

A CNC prevê um decréscimo de 4,8% nas vendas natalinas em comparação a 2014. Em 2015, a data deve movimentar R$ 31,76 bilhões. A inflação alta, a dificuldade de parcelamento devido ás elevadas taxas de juros e o preço do dólar que está bem mais caro, são as principais causas para esse pessimismo.

Em relação ás contratações temporárias é prevista uma queda de 2,9% no número de vagas oferecidas. Os hipermercados e o vestuário são os setores que mais devem empregar, nessa época,  e  representar 65,9% das oportunidades, de acordo com a CNC.

 Segundo a confederação, os comerciantes que negociam móveis e eletrodomésticos devem vender menos 17,6% no Natal 2015. Isso devido á alta taxa de juros que encarece o crédito e desamina o consumidor. O setor de livraria e papelaria também  deve vender menos 15,1%.
 
O dólar elevado influencia a venda de brinquedos,  importados e também  das roupas. No ano passado, ele estava em torno de R$ 2,65, e atualmente se aproxima dos R$ 4,00. Uma enorme diferença.
 
         
Foto: Fernanda Fernandes Borges

O dólar alto influencia a venda de vários produtos, inclusive brinquedos



Os consumidores devem procurar produtos mais baratos. No setor de perfumaria é previsto um aumento de 2,2% e no de artigos de uso pessoal e doméstico 3,1%, pois esses setores não dependem de parcelamento e são itens, em muitos casos,  indispensáveis.

O grande índice de desemprego também é uma das causas para o comércio prever um Natal de vendas ruins. Muitas pessoas que estão empregadas desejam usar o 13º salário para sair do endividamento e também se preparar para as contas do início do ano como IPTU, IPVA e material escolar, caso tenha filhos na escola.

O brilho da data mais comemorada do ano pode ser ofuscado pelas dificuldades econômicas que muitos brasileiros têm enfrentado, nos últimos tempos. O equilíbrio nas finanças é indispensável para quem deseja iniciar 2016 com a consciência tranquila.
 
                                                                                                   Foto: Fernanda Fernandes Borges

Consumidores devem gastar menos este ano

 

Não se deve ceder aos apelos consumistas de muitos locais de compras, apenas para satisfazer os filhos e outros familiares. Deve-se pensar na real situação financeira doméstica e não contrair novas dívidas.

Enquanto vários shoppings gastam milhões, tentando atrair clientes com decoração, promoções e brindes, várias famílias buscam alternativas de conter gastos e de aumentar a renda para conseguir sobreviver com dignidade.
 
                     Foto: Fernanda Fernandes Borges

Os shoppings investem muito em decoração para atrair clientes

 

É melhor passar o Natal com menos ostentação a ficar preocupado no dia seguinte com as contas que virão em decorrência de uma possível falta de planejamento. O sentimento de amor dessa época do ano tem que ser superior ao consumismo que é superficial e desnecessário.
 

                                                                          Foto: Fernanda Fernandes Borges

O Natal deve ser celebrado pelo amor e não pelo consumismo


 
 



quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Debate finaliza o Seminário Mídia e Justiça 2015


 

                                                                    Fernanda Fernandes Borges



O término do Seminário Mídia e Justiça 2015 que teve o tema “Violência, Infância e Juventude” e foi promovido pela Assessoria de Comunicação Institucional (Ascom) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foi feito por meio de um debate mediado pelo jornalista Adriano Guerra,  Coordenador Executivo da ONG Oficinas de Imagem / Belo Horizonte e contou com perguntas da plateia aos convidados que realizarem palestras no evento.
 
 
                                                                                       Foto: Fernanda Fernandes Borges

Debate foi mediado pelo jornalista Adriano Guerra

 


A  juíza da Vara Infracional da Infância e da Juventude Valéria da Silva Rodrigues e  Mário Volpi, Coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, responderam os questionamentos de alguns participantes.


                                                                                            Foto: Fernanda Fernandes Borges

O público fez questionamentos aos participantes

 

Em relação á proibição da veiculação das imagens de adolescentes infratores, Mário Volpi, justificou que essa iniciativa é importante, pois caso contrário uma imagem pode condenar a pessoa para sempre. E ainda questionou: “Qual é o interesse da sociedade em ver a foto do delinquente? Fazer justiça com as mãos? É preciso deixar que a justiça atue e não agir por conta própria”.


                                                                                                    Foto: Fernanda Fernandes Borges

Mário criticou a "justiça com as próprias mãos"

 

Ele ainda justificou o seu posicionamento, alegando que essa atitude não é proteger o delito, mas sim a imagem do adolescente, para que o seu passado não impeça o seu desenvolvimento futuro. Não se deve desperdiçar a chance de ressocialização.

Outra questão abordada foi a necessidade que o jornalista tem de ter um personagem para narrar sua história e como fazê-lo diante dessa proibição da divulgação da imagem. Para a juíza Valéria da Silva é importante essa medida, para não haver julgamento prévio.

A magistrada afirmou que a mídia é o interlocutor com a sociedade. “O juiz pode atender á imprensa,  sem mostrar o infrator. Pode elucidar as penas previstas para quem comete delitos e mostrar que há punição, sem a necessidade de mostrar o rosto de ninguém”, disse.

Para o coordenador da Unicef,  Mário Volpi,  a imprensa muitas vezes é sensacionalista. “ O equilíbrio para a cobertura seria mostrar os adolescentes não infratores, fazendo coisas interessantes. Em muitos casos, o que é bom a mídia não mostra. Há uma invisibilidade para as boas atitudes dos adolescentes, como as ações sociais”,  disse.

Um questionamento se a educação é a única solução para tratar os menores infratores e até mesmo impedir outros de ingressarem nesse universo, foi respondida pela juíza Valéria. “A educação é primordial para todos. A falta dela gera ausência de oportunidades. Se o adolescente estuda, não comete atos infracionais. Um país que investe na educação,  impede a criminalidade”, ressaltou.


                                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

A juíza Valéria ressaltou a importância da educação

 

Em relação ao adolescente e o trabalho a magistrada e o coordenador da Unicef se mostraram contrários ao simples fato de um jovem  trabalhar e não estudar.

“A legislação trabalhista, ás vezes, é muito rigorosa. Sou contra o trabalho infantil. O adolescente tem que ter a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho e se aperfeiçoar. Há uma resistência grande em acolher os adolescentes infratores”,  falou a juíza Valéria.

“A escolaridade é decisiva na vida de uma pessoa, em todos os setores. O adolescente infrator enfrenta mais obstáculos ainda, pois,  muitas vezes, fica três anos internado e sai de lá sem o Ensino Médio completo. A centralidade da escola é óbvia. O jovem tem que ampliar as suas capacidades para não reincidir no crime. Tem que ser preparado, para fazer outras coisas”, defendeu Mário  Volpi.

A discussão promovida no encontro foi de grande importância para tentar melhorar a forma como a imprensa lida com os adolescentes infratores. A mídia deve sempre contribuir para a melhoria da sociedade em que vivemos e não conturbá-la com sentimentos de revolta e justiça com as próprias mãos.


                                                                                         Foto: Fernanda Fernandes Borges

O debate foi útil para melhorar a relação entre a imprensa e o TJMG

 

A educação é sem dúvida um caminho do bem a ser trilhado por quem deseja vencer na vida. Por isso, é indispensável que o Estado invista nesse setor de modo que os adolescentes e as crianças se sintam motivados a permanecer na escola e se tornarem cidadãos vitoriosos na carreira e na vida.

O trabalho na juventude é muito gratificante, desde que propicie ao jovem receber um aprendizado que lhe seja útil,  no futuro. Ocupar a mente e se livrar da ociosidade é uma ótima maneira de afastar o jovem da criminalidade e colocá-lo no rumo certo do alcance de suas metas.

 

 

 

 

domingo, 15 de novembro de 2015

Os desafios contemporâneos ao lidar com o jovem infrator


 

Fernanda Fernandes Borges



No Seminário Mídia e Justiça 2015,  que teve o tema “Violência, Infância e Juventude”, realizado pela Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG),  por meio de sua Assessoria de Comunicação Institucional  (Ascom), no último dia 10,  o palestrante Mário Volpi, Coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, discorreu sobre as dificuldades  e possíveis caminhos para tratar o jovem que comete infrações.
 
 
 
                                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

Mário Volpi discursou no Seminário Mídia e Justiça 2015

 
 
 

“Tem que haver investimentos em todas as faixas etárias”, disse no início da sua fala. Ele falou da importância do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que completa 25 anos, em 2015.
 
 
                                                                                                 Foto: Fernanda Fernandes Borges

O ECA completa 25 anos este ano


 
 
Mário afirmou que o pensamento de que o trabalho ajuda o adolescente é um mito, pois devido as suas deficiências educacionais,  pode gerar um adulto dependente das políticas sociais. Já a Lei do Aprendiz é considerada por ele uma ótima iniciativa, porque concilia aprendizagem e trabalho.

Sobre a redução da maioridade penal  que tem a intenção de reduzir o número de delitos cometidos por esses jovens, o palestrante se mostrou contrário . “É um retrocesso a redução da maioridade penal. Em alguns  países desenvolvidos  houve a criação de um sistema intermediário entre a infância e os adultos. Cria-se uma segunda chance nesse sistema . Quando se trata um adolescente como criminoso, ele não é maduro, não é estável e falta preparo em suas atitudes”, afirmou.
 
                                                                       Foto: Fernanda Fernandes Borges



A redução da maioridade penal é um retrocesso, segundo o palestrante

 


É preciso trabalhar três características em um adolescente: a identidade, a autonomia e a interação. Segundo, Mário é bobagem dizer para um jovem que o crime não compensa, porque o adolescente tem uma personalidade peculiar que o impele, muitas vezes, a viver de modo perigoso e desafiador.

A construção da identidade é muito importante, segundo o coordenador. É necessário não vestir um menino como adulto, para que ele não crie uma identidade de bandido. “Por isso, não se deve transportar os menores infratores em camburões’’, falou.

“A vida não é uma concha fechada, ela tem muitas possibilidades. Muitas vezes, os adultos não entendem os adolescentes e ficam fechados em seu universo sem descobrir um mundo novo”, ressaltou Mário.
 
 
              Foto: Fernanda Fernandes Borges

"A vida é cheia de possibilidades",  disse o coordenador

 

O palestrante ainda lembrou que o adolescente infrator, não é nada mais que um adolescente que precisa desenvolver a própria autonomia, como qualquer ser humano. Caso cometa alguma transgressão,  precisa ser penalizado.

No entanto, ele reafirmou que não há uma solução mágica. “Existe uma trajetória de indisciplina que não respeitou algum limite. O Estado precisa atuar, ajudando o adolescente a criar um outro estilo de vida. É preciso trabalho terapêutico e firmeza, senão o jovem volta à criminalidade. O adolescente testa o adulto e por isso é preciso consistência pedagógica”, disse.

A respeito da interação, Mário lembrou que isso é uma das principais características da juventude. Por isso, é bom deixar claro aos adolescentes que se cometerem alguma infração ficarão privados da liberdade, que não é nada bom para eles, nessa fase da vida.

O coordenador  citou que medidas mais duras como a pena de morte e a prisão perpétua não são sinônimas de mais segurança e menos violência em um país. “Nos Estados Unidos existem esse tipo de punição.  No entanto, o número de adolescentes infratores é três vezes maior”, ressaltou.
 
                                                                                    Foto: Fernanda Fernandes Borges

Mário Volpi criticou a  pena de morte e a prisão perpétua como formas de punição



 

Mário definiu os adolescentes como sujeitos concretos que vivem uma fase de transformações. Ainda afirmou que a infância e a adolescência exige investimento do país.

É claro que a educação é o melhor caminho para tentar colocar o ser humano no rumo certo. Quando ele estuda e é motivado, não tem tempo para pensar em transgressões. Por isso, é uma excelente iniciativa se investir nesse setor.

Conviver com menores infratores é revoltante, pois a cada dia percebe-se que eles estão mais ousados e cometem infrações gravíssimas. É preciso coibir essas ações e lutar por mais segurança pública e medidas que visem impedir essa criminalidade crescente.

É inaceitável pensar que o adolescente infrator é um “coitado”. É claro que é um ser humano em fase de mudanças, mas as mortes e roubos, além de outros tipos de violência não podem ser admitidas,  para que o país não  se transforme em um caos total.

São necessárias medidas mais severas sim, para impedir o aumento de infrações.  Além disso, é preciso investimento para ocupar melhor a ociosidade desses jovens e tentar retirá-los desse universo criminoso, exemplificando, que caso eles ingressem nesse mundo é um caminho sem futuro e repleto de privações.