Fernanda Fernandes Borges
Os doces fascinam e agradam o paladar. Desde muito novos,
nosso gosto pelo sabor doce é incentivado, seja por meio do leite materno, que
é naturalmente adoçado, ou por
guloseimas. No entanto, o excesso de açúcar é nocivo para o corpo. Além de
causar dependência, há riscos de desenvolver diabetes, obesidade, depressão, demência e doenças
cardiovasculares.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesOs doces são agradáveis ao olhar e ao paladar |
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é
recomendável que crianças e adultos consumam menos de 10% das calorias diárias
em açúcar, o que corresponderia a seis colheres de sopa.
No Brasil, 61% das pessoas ingerem açúcar em excesso. Os
alimentos industrializados têm muitos açúcares ocultos. O açúcar pode ter
vários nomes presentes em alguns rótulos, como: maltodixtrina, açúcar
invertido, xarope de milho, frutose e lactose.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesAlimentos industrializados possuem alto teor de açúcar |
Alimentos como katchup, sucos industrializados,
refrigerantes, pães, cereais, biscoitos recheados, dentre vários, têm grande quantidade de açúcar em suas fórmulas.
Além disso, são desprovidos de minerais
e antioxidantes e só fornecem energia a quem consome. Caso, esse acúmulo de
energia não seja gasto, a pessoa engorda.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesOs refrigerantes são indispensáveis ao organismo |
O vício por doces pode ser comparado á dependência
química. Pesquisadores das Universidades
de Princeton e Minnesota, nos Estados Unidos, realizaram testes em camundongos que
comprovaram que o vício em açúcar leva á compulsão e á síndrome da abstinência.
Os estudos mostraram que a compulsão por doces produz no
cérebro o mesmo efeito químico da heroína e da morfina e o organismo aprende a
pedir mais açúcar, para conseguir prazer. Isso ocorre, porque as áreas do
cérebro ativadas pelo vício em doces são as mesmas ativadas, no vício em entorpecentes.
Nos seres humanos, imagens do cérebro mostraram que a
imagem de um sorvete, em pacientes normais, gera a mesma sensação prazerosa no cérebro que
a imagem de um cachimbo de crack, para
um viciado.
O açúcar entra no sistema sanguíneo, eleva os níveis de glicose e estimula o
pâncreas a produzir e liberar o hormônio insulina que converte a glicose em
energia e em estoques de gordura.
Ao comer o doce, o cérebro libera opioides, substâncias químicas naturais que dão a
sensação de enorme prazer. Devido a esse processo, o cérebro pede mais opioides que serão
proporcionados, ao consumir mais açúcar.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesOs açúcares liberam substâncias que dão sensação de prazer |
Para identificar se a pessoa é compulsiva por doces, ela
pode fazer um teste simples. Ficar sem comer doce, durante um dia. Caso ela
fique irritada ou nervosa, com dores de
cabeça, podem ser indícios da dependência.
Como
se livrar da dependência em açúcar?
-
Ter consciência de que o excesso de açúcar é nocivo para o organismo;
- Consultar um nutricionista para rever os
hábitos alimentares;
- Consultar um psiquiatra ou psicólogo para
identificar se o motivo do consumo excessivo de açúcar estar relacionado ao
emocional;
- Manter
bons relacionamentos com amigos e parentes;
- Ingerir alimentos saudáveis como
aveia; banana; leite;
vegetais como couve, brócolis e rúcula; frutas oleaginosas como
amêndoas, nozes e castanhas, em substituição aos alimentos industrializados e
açucarados;
- Fazer atividades físicas;
- Viajar;
Desde a infância, os pais devem ficar atentos aos hábitos
alimentares de seus filhos. Ensiná-los sobre a importância da ingestão de
frutas e verduras e não incentivá-los a consumir produtos industrializados.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesAs frutas são essenciais para as crianças e os adultos |
O melhor horário para consumir doces é após as refeições,
no entanto, esse hábito não deve ser diário, para que a pessoa não fique
dependente do açúcar. A constatação de que o vício em doces pode ser comparado
ao das drogas é preocupante e precisa ser tratado com orientação médica.
Os riscos do excesso de açúcar estão refletidos nas
doenças causadas e no excesso de peso da população. Buscar novas fontes de
prazer, por meio das atividades físicas e dos relacionamentos, são ótimas
alternativas para se manter o corpo e a mente, livres de dependências nocivas e
repletos de saúde e bem estar.