Fernanda Fernandes Borges
O desemprego, os juros elevados e a inflação devem
influenciar negativamente as compras de Natal de 2016. De acordo com uma
pesquisa, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais
brasileiras, o gasto médio com presentes deve cair mais de 5% em relação ao ano
passado. Dos entrevistados 40% pretendem gastar menos.
Foto: Fernanda Fernandes Borges Este ano o valor dos presentes dever ser mais baixo |
Cada presente deve custar em média R$ 109,81. Em 2015, o valor era de R$
106,94. Apesar de à primeira vista o valor deste ano ser superior, a inflação
subiu mais que o valor do presente, e
por isso há uma queda de 5,34% no valor a ser gasto, descontada a inflação.
O preço médio dos presentes da classe C deve ser de R$
101,42, enquanto as mulheres pretendem gastar apenas R$ 84,65 com cada
presente.
Em 2016, mais de
107 milhões de brasileiros devem ir às compras. Em 2015, o número foi maior, já que mais de 109 milhões de brasileiros compraram
alguma coisa, nesse período do ano.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMenos brasileiros devem ir ás compras de Natal |
Com o objetivo de economizar, 25,4% das pessoas ouvidas
nessa pesquisa, desejam gastar menos com presentes, em 2016. Em 2015, o percentual de pessoas que tinham esse tipo de pensamento era quase a
metade, sendo 12,2%.
As principais causas para a contenção nos gastos com os
presentes são:
- Saldar dívidas prioritárias (12,1%);
- Problemas financeiros ( 11,7%);
- Aumento da inflação e instabilidade econômica (11,6%);
- Ter excessos de dívidas (11,2%);
Dos entrevistados, 28,7% pretendem comprar menos
presentes, enquanto 7,4% não têm a
intenção de presentar ninguém.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMais de 7% dos entrevistados não devem presentear ninguém |
A maior parte dos consumidores (56,9 %) desejam pagar as compras à vista, enquanto (39,4%
) devem fazer o pagamento com cartão de crédito.
Para essa pesquisa foram ouvidos 1.632 consumidores em
todas as capitais brasileiras. Para obter os detalhes do comportamento de
consumo neste Natal, foram selecionadas
600 entrevistas.
Diante de um cenário político bastante instável e uma
economia sem grandes chances de crescimento, não é novidade que o consumo no
Natal de 2016 caia e até mesmo nem aconteça para muitas famílias que têm
pessoas desempregadas ou endividadas.
O importante não é o presente que será dado aos entes
queridos e aos amigos, mas sim a tranquilidade de estar com as contas em dia, para poder suportar as crises e saber se
erguer diante das inúmeras dificuldades do mercado de trabalho.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMuitas pessoas desejam ficar com as contas equilibradas |
O orçamento familiar não deve exceder o capital que se tem,
pois com os juros altos, o cartão de crédito e as diversas prestações devem
passar longe do planejamento de quem deseja presentear, mas não pode comprar à
vista.
O presente é bem vindo em qualquer época do ano e apenas
deve ser dado, quando a situação financeira é estável. É preciso abandonar o consumo supérfluo e o apelo das propagandas
que quase obrigam os consumidores a saírem comprando, mesmo sem terem
condições.