Fernanda Fernandes Borges
Um estudo publicado pela revista britânica “The Lancet”, no dia 5 de janeiro de 2017, mostrou que pessoas residentes em áreas com
grande tráfego e com muita poluição,
podem estar mais propensas a terem degeneração cerebral e desenvolverem
demência. A doença afeta a memória e a capacidade mental de uma pessoa.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Quem reside próximo a áreas muito movimentadas pode ficar com a saúde mental debilitada
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O estudo foi desenvolvido, durante 11 anos entre 2001 e 2012, na Província de Ontario, no Canadá, onde 2
milhões de pessoas foram monitoradas.
Nesse período, foram constatados 243.611 casos de demência e houve indícios de que existia um
agravante maior para aquelas pessoas que viviam próximas às áreas com intenso
fluxo de carros.
Cerca de 7% a 11%
dos casos de demência em idosos que vivem a menos de 50 metros, de uma via de trânsito intensa, podem estar
relacionados ao excesso de barulho;
A pesquisa concluiu que o risco aumenta:
- Cerca de 7% para quem mora há menos de 50 metros de uma área de grande
tráfego;
- O índice passa para 4% para pessoas que estão a uma
distância entre 50 e 100 metros de aéreas muito movimentadas;
- E é de 2% para
pessoas que residem entre 100 e 200 metros de vias muito barulhentas;
Além dos 200 metros, não há
risco, segundo o líder da pesquisa Hong
Chen da Agência de Saúde Pública de
Ontario. O pesquisador ressalta que há necessidade de mais pesquisas
para estabelecer de fato a ligação entre os impactos do
trânsito, da poluição e de outros fatores com a ocorrência da doença.
Esse estudo analisa apenas onde vivem as pessoas
diagnosticadas com demência e indica que o trânsito pode ser realmente um dos
causadores dessa fragilidade mental.
Os pesquisadores indicaram o barulho, partículas
ultrafinas, dióxido de nitrogênio (NO2) e partículas geradas pelo desgaste dos
pneus como possíveis elementos causadores da demência. Levaram-se em conta
outros fatores como obesidade, grau de escolaridade, hábitos alimentares,
situação financeira para chegar a dados reais.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
O desgaste dos pneus pode soltar partículas que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e ao ser humano
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De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), existem 47,5 milhões de pessoas com demência senil.
Destas entre 60% e 70% sofrem de Mal de Alzheimer uma doença que
degenera as células do cérebro e leva à perda da memória, da
capacidade de reter novas informações e de realizar tarefas simples do cotidiano.
O mundo contemporâneo é responsável pela expansão da
frota de veículos nos centros urbanos, já que as pessoas estão empenhadas em
realizar diversas tarefas em pouco espaço de tempo. Isso ocasiona muito barulho
e poluição nas cidades e é extremamente prejudicial à saúde.
Para evitar a demência e outras doenças que atingem o
cérebro, os indivíduos devem se exercitar diariamente, ter
uma dieta balanceada e trabalhar a mente com atividades produtivas e
menos estressantes. A meditação é uma ótima opção para quem deseja se afastar do excesso de barulho e
sujeira produzidos pelo tráfego intenso.
Quem não tem a possibilidade de residir longe de vias
muito movimentadas, deve buscar momentos de calma e tranquilidade, para que o
organismo e o cérebro descansem e possam ficar fortalecidos, diante de tanta agitação.