Fernanda Fernandes Borges
A Pesquisa de Vigilância
de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel) foi divulgada no dia 17 de abril,
pelo Ministério da Saúde, e
mostrou o crescimento do sobrepeso, da obesidade, da hipertensão e da diabetes,
todos considerados fatores de riscos
para as doenças cardiovasculares como o infarto e o derrame.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
A obesidade cresceu 60 % no Brasil nos últimos 10 anos
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O estudo entrevistou
53.210 pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, por telefone, residentes
nas capitais brasileiras, no ano de 2016. Em 10 anos a população obesa passou
de 11,8% (2006) para 18,9% (2016), um aumento de 60%.
Veja outros resultados:
- A Diabetes cresceu
61,8% entre 2010 e 2016;
- A Hipertensão
aumentou 14,2%, passando de 22,5% (2006) para 25,7% (2016);
- O excesso de peso
subiu 26,3%, em 2006 atingia 42,6% da população e em 2016 já atingia 53,8% dos
brasileiros;
Há
uma diferença entre excesso de peso (sobrepeso) e obesidade. Para saber, é necessário calcular o IMC (Índice de Massa
Corporal), dividindo-se o peso da pessoa, pela altura elevada ao quadrado. Quando o
resultado é 25 ou mais, o entrevistado é considerado com sobrepeso. Já quando o
resultado é 30 ou mais é considerado obeso.
Os homens lideram o crescimento do sobrepeso passaram de
47,5% (2006) para 57,7% (2016). As mulheres passaram de 38,5% (2006) para 50,5%
(2016).
Já a obesidade atinge mais as mulheres. Cerca de
19,6% delas estão com a doença,
enquanto 18,1% deles enfrentam o problema.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
De acordo com o estudo, o o sobrepeso é maior entre os homens
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A diabetes e a hipertensão atingem mais o público
feminino. Das entrevistadas 9,9% afirmaram ter diabetes, enquanto 7,8% deles
estão com a doença.
Em relação à hipertensão, ela atinge 27,5% das mulheres e 23,6% dos
homens.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Doenças como hipertensão, diabetes e obesidade têm maior incidência no público feminino
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Em todas essas doenças, observa-se um crescimento de
acordo com o aumento da idade e com o menor grau de escolaridade.
Observe nos casos específicos do sobrepeso e da
obesidade:
Sobrepeso x idade:
- Atinge 30,3% das pessoas com idade entre 18 e 24 anos;
- Atinge 61,1% dos indivíduos entre 35 a 44 anos;
- O índice é de 62,4% nas
pessoas entre 55 e 64 anos;
- O índice é de 57,7% na população com mais de 65 anos;
Sobrepeso
x escolaridade:
- Atinge 59,2% das pessoas com oito anos de escolaridade;
- O índice é de 53,3% para indivíduos que têm de 9 a 11 anos de
estudo;
- O número cai para 48,8% para brasileiros que estudaram 12 anos ou
mais;
Obesidade x idade:
- O índice é de 8,5%
para pessoas entre 18 e 24 anos;
- O número é de 22,5%
para brasileiros que têm entre 35 e 44 anos;
- Atinge 22,9% dos
entrevistados que têm entre 55 e 64 anos;
- O índice é de 20,3%
para pessoas com 65 anos ou mais;
Obesidade x escolaridade:
- Atinge 23,5% das pessoas com até oito
anos de escolaridade;
- O índice é de 18,3% para brasileiros
que têm entre nove a 11 anos de estudo;
- O número cai para 14,9% para os
entrevistados que têm 12 ou mais anos de estudo;
A pesquisa aponta uma redução no consumo de feijão de
67,5% (2012) para 61,3% em 2016. O consumo da combinação típica brasileira
arroz com feijão também apresentou queda.
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Foto: Ferrnanda Fernandes Borges
Muitas pessoas não estão comendo o tradicional arroz e feijão
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Em 2012, 74,2% dos homens disseram comer o prato (arroz e
feijão) pelo menos cinco dias da semana.
Já em 2016, o número caiu para 67,9%.
Houve uma redução de consumo de refrigerantes e sucos
artificiais de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016.
Um em cada três adultos disseram consumir frutas e
hortaliças, pelo menos em cinco dias da semana.
Um número é preocupante em relação ao consumo de bebidas
alcoólicas. O índice passou de 15,7% em 2006 para 19,1% em 2016. O maior
crescimento desse péssimo hábito aconteceu entre as mulheres. O número aumentou
de 7,8% em 2006 para 12,1% em 2016.
Os números da pesquisa Vigitel servem para alertar as famílias sobre a importância de se
educar as crianças, desde cedo, a terem
bons hábitos alimentares e a evitarem produtos industrializados e artificiais que
não têm bons nutrientes e ainda podem
ocasionar outras doenças, além da obesidade.
O arroz com feijão deve continuar sendo preparado nas
casas brasileiras, para que as pessoas possam se alimentar com qualidade e
evitar o consumo de comidas gordurosas e repletas de corantes, servidas em muitos restaurantes.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
É necessário ingerir menos alimentos em restaurantes e preparar a comida em casa de modo mais saudável
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A ingestão de álcool para o organismo deve ser evitada. É
assustador o crescimento desse hábito, principalmente entre as mulheres.
Para ter qualidade de vida é preciso evitar os excessos
alimentares, praticar atividades físicas e sempre que possível cozinhar em casa.
Uma culinária com ingredientes naturais e coloridos, além de saborosa,
representa saúde para quem a aprecia.