Fernanda Fernandes Borges
A
educação é primordial na formação do ser humano e no desenvolvimento de
qualquer nação. Infelizmente muitos professores brasileiros, 49%, não incentivariam os estudantes a seguirem
carreira no Magistério, devido aos
baixos salários, à falta de reconhecimento e respeito, como mostrou a pesquisa
realizada, em maio, pelo Movimento Todos pela Educação.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Muitos jovens não desejam ser professores
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A pesquisa entrevistou
2.160 professores de todo o Brasil. Os que têm de 11 a 30 anos de profissão são
os que menos indicam a carreira. Os que mais incentivam a escolha estão há menos de 10 anos na profissão, seguidos
pelos que têm mais de 30 anos, como
professores, que também indicariam esse trabalho.
Os professores que trabalham
com a educação infantil e no primeiro
segmento do ensino fundamental, que vai
do 1º ao 5º ano, são os que mais
incentivam a escolha dessa profissão.
Já os educadores que
lecionam no ensino médio são os que menos incentivam essa escolha, seguidos pelos
profissionais que trabalham no segundo segmento do ensino fundamental que
compreende do 6º ao 9º ano.
Para 59% dos professores entrevistados, a
Secretaria de Educação não está realmente interessada na melhoria do
aprendizado dos alunos.
A maioria dos
educadores, 64%, afirmaram que não há um bom canal de comunicação entre os
professores e a Secretaria de Educação.
Os profissionais da educação também enfatizaram que a Secretaria não dá
continuidade a bons programas e não ajusta os projetos que não derem certo.
Além dessas reclamações que desestimulam
a profissão de professor tem o salário que é baixo. Atualmente, o piso salarial
para educadores quem trabalham até 40 horas semanais estabelecido pelo
Ministério da Educação (MEC) é de R$ 2.455,35.
Um estudo divulgado pelo MEC mostrou que os rendimentos dos professores
pouco mudou nos últimos anos. A meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE)
estabelece que até 2020, o rendimento desses profissionais fosse igualado aos
dos demais trabalhadores com o mesmo nível de ensino.
No ano de 2012, o salário dos professores
correspondia a 65,2% da média de outros profissionais com a mesma escolaridade.
Em 2017, o percentual era de 74,8%, porém esse aumento só foi alcançado, porque
houve queda no rendimento desses outros profissionais.
A realidade mostra que os professores
obtiveram um ganho real de apenas 2%,
frente a uma inflação de 40,3%,
nos período analisado de cinco anos.
A ausência de melhorias na carreira de professor faz com que os alunos mais talentosos sonhem
com profissões mais lucrativas e valorizadas e não se interessem pela profissão
de educador.
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Foto : Fernanda Fernandes Borges
Vários estudantes optam por carreiras que têm melhor retorno financeitro
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No Brasil, muitos estudantes de menor rendimento
escolar e com menos chances de optarem
por graduações mais caras, muitas vezes se inserem no Magistério, por ser a
forma mais fácil de cursarem uma faculdade e terem a chance de ter um trabalho.
Infelizmente, o número de professores jovens tem caído em
nosso país. De acordo, o Censo Escolar
2016, apenas 14%, dos 2,1 milhões
de professores, que lecionavam naquele ano, tinham menos de 29 anos.
A carreira de
professor precisa ser valorizada em nosso país, para que a educação possa ser
vista como a principal necessidade na formação do cidadão brasileiro. Dessa
forma, o Brasil vai conseguir evoluir e melhorar
o seu desempenho em distintas áreas.
É preciso garantir aos
professores segurança para lecionarem nas escolas, salários dignos e condições apropriadas de trabalho para que
os estudantes se sintam motivados a ingressarem na carreira do Magistério, caso
seja a sua vocação, e se sintam orgulhosos com essa escolha.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
É preciso valorizar quem educa as crianças e os adolescentes
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Ser professor requer
responsabilidade para transformar o saber em atitudes que podem ser primordiais
na vida de todos que buscam formar uma sociedade mais consciente de seus
direitos e deveres. A educação é que promove na sociedade uma força inestimável
para produzir mudanças.