Fernanda Fernandes Borges
Diante de uma inflação elevada e do temor de perder o
emprego, devido a uma economia estagnada, o brasileiro tem diminuído os gastos
com supérfluos e modificado velhos costumes. Gastar com o lazer e a
alimentação fora de casa, já não são hábitos para muitas famílias.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesComer fora de casa já não é a rotina de muitas pessoas |
Uma pesquisa feita pela Mintel, multinacional fornecedora
de inteligência de mídia e mercado, com 1.500 pessoas com mais de 16 anos,
mostrou que 56% dos entrevistados, estão consumindo menos produtos e serviços
que em 2015.
O estudo foi divulgado no dia 4 de fevereiro deste ano e
mostrou que 33% dos entrevistados afirmaram estar gastando menos com refeição
fora de casa como fast-food e 29% estão frequentando menos cinema e shows.
No que se refere ao consumo de alimentos e bebidas, 52% do
público pesquisado está comprados menos. Os biscoitos e chocolates de marca
tradicionais estão sendo ignorados por cerca de 30% dos entrevistados.
No entanto, apenas 11% dos consumidores de classe média
mudaram de fornecedores de um serviço por outro mais barato como TV paga,
academia e saúde privada.
A tendência em cortar gastos deve continuar, porque a
inflação do mês de janeiro de 2016 foi de 1,27%, segundo o índice de Preço ao
Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), no dia 5 de fevereiro. É a
mais alta para o mês, desde o ano de 2003.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesAs pessoas têm optados por cortar os gastos supérfluos |
Os alimentos e os transportes foram responsáveis por esse
alto índice. A inflação de dezembro
(2015) foi de 0,96% e a de janeiro de (2015) foi de 1,24%.
O clima instável tornou os alimentos mais caros. O dólar
alto também eleva o preço dos insumos agrícolas e de produtos negociados pela
moeda americana, como o trigo.
Veja quais alimentos tiveram uma alta expressiva:
- Cenoura (32,64%);
- Batata – Inglesa (14,78%);
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA batata foi um dos alimentos que ficou mais caro |
A cebola subiu 79,59% , segundo o IBGE em 12 meses.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA cebola é um dos principais alimentos usados para dar sabor aos pratos |
Foto: Fernanda Fernandes BorgesHá lugares em que o quilo da cebola é R$ 10,00 |
Os alimentos que são consumidos dentro de casa tiveram um
reajuste de 2,89% em média, superior a alimentos consumidos em bares,
restaurantes e lanchonetes que ficaram 1,2% em média, mais caros.
Em relação aos transportes, os ônibus subiram em média
5,61% na média nacional e foram responsáveis por 0,33 ponto percentual da
inflação de janeiro de 2016.
O abandono de hábitos cotidianos como usar o carro
diariamente, frequentar salões de beleza e consumir carne vermelha, todos os
dias, são tentativas que muitos brasileiros encontraram para driblar a perda do
poder de compra do salário recebido.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesUsar o carro todos os dias, já não é opção para muitas pessoas |
É preciso administrar o dinheiro de forma cautelosa para
se manter as despesas em ordem. Descobrir novas formas de lazer gratuitas como
visitas a parques municipais, passear em
praças e assistir a espetáculos culturais gratuitos são formas de
entretenimento em que as pessoas podem usufruir, sem ter que extrapolar o
orçamento.
O consumo de alimentos em casa e a opção de levar a
própria marmita para o trabalho é a garantia de uma refeição mais saudável e econômica. É sempre bom
priorizar a comida caseira a fast-foods que apenas engordam e têm poucos
nutrientes.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMuitos brasileiros não querem gastar com lanches fora de casa |
Ao ter a rotina adaptada, devido à instabilidade
econômica pela qual passa o país, o cidadão brasileiro utiliza sua criatividade
para se adequar a uma nova forma de viver e aguarda com esperança a vinda de
épocas mais abastadas e menos recessivas.
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