Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A taxa de juros cai e suas consequências devem ser sentidas a médio e longo prazo



                                                               Fernanda Fernandes Borges



No dia 19 de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central  por decisão unânime reduziu  a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) , que é a taxa básica de juros da economia, de 14,25% para 14% ao ano. Essa é a primeira queda em quatro anos.  É necessário um certo  tempo para que o consumidor sinta as diferenças na economia.  A pequena redução deverá representar mais consumo e mais crédito, mas não de modo imediato.


                  Foto: Fernanda Fernandes Borges

O consumidor pode voltar às compras,  caso  a da redução da Selic seja ainda maior  


O Brasil tem a maior taxa de juros no mundo. Descontada a inflação real a taxa é de 8,49%,  está acima da Rússia que é a segunda maior com 4,27 % e da Colômbia que é a terceira mais elevada com 3,61%.
Em outubro de 2012, a taxa Selic foi reduzida de 7,5% para 7,25% ao ano. Esse foi o índice mais baixo da história do Brasil.
Os motivos que levaram o Banco Central a reduzir a taxa de juros,  recentemente,   foram a baixa atividade econômica pela qual passa o país e a menor pressão inflacionária.


                         Foto: Fernanda Fernades Borges

O baixo consumo estimulou a decisão do Banco Central 


A taxa Selic é o principal meio usado pelo Banco Central para controlar a política monetária acelerando ou reduzindo a atividade econômica.
Também serve de referência para as demais taxas da economia como as que envolvem empréstimos bancários e títulos públicos.
Os juros altos acentuam a queda na produção e no consumo,  mas controlam melhor a inflação. Já com índices mais baixos,  são esperados crédito mais barato e um consumo maior, por isso o controle da inflação se torna mais difícil e deve ser realizado de modo minucioso.


                                                                             Foto: Fernanda Fernandes Borges

Quando os juros estão mais baixos,  os centros de compras tendem a ser mais visitados 


Em relação ao rendimento da poupança , quando a taxa de juros está acima de 8,5% ao ano, como agora, ele é limitado em 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR).
Os fundos de Renda Fixa aumentam junto com a Selic.
Em relação à inflação projetada para 2016, o Banco Central espera que o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) finalize o ano em 7,3%.
 Provavelmente, a meta da Inflação estipulada pelo Banco Central  que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, não será novamente atingida,  em 2016.
A próxima reunião do Banco Central acontece nos dias 28 e 29 de novembro para decidir novamente o índice da taxa de juros. Será a última do ano e  a expectativa é de que ela caia mais.
O cidadão brasileiro deve continuar cauteloso com os seus gastos e não se endividar, pois mesmo que o crédito se torne mais barato,  nos próximos meses, o cenário é bastante instável e a redução na taxa de juros ainda é ínfima.


                                                                              Foto: Fernanda Fernandes Borges

Mesmo com a pesquena queda nos  juros é preciso ter  muito cuidado com os gastos 


É esperado que haja uma maior produção nas indústrias,  o que pode gerar mais empregos. Porém, ainda é bastante prematuro acreditar em dias melhores, quando o índice de desemprego é de quase 12% e atinge milhões de famílias.
A expectativa de cortar os gastos públicos e o equilíbrio das contas do Governo foram também responsáveis pela queda da taxa de juros. Porém, as decisões do Congresso não devem ser insensatas e superficiais, pois podem atingir setores como educação e saúde de modo drástico.
São necessários muito debates,  para que os cortes dos gastos públicos não afetem apenas os mais necessitados e continuem mantendo os  desnecessários privilégios dos políticos.


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