Fernanda Fernandes Borges
Em decorrência das instabilidades econômicas e do grande
número de desempregados, a renda real
(corrigida pela inflação) do brasileiro
caiu 5%, passou de R$ 1.950,00 (2014) para R$ 1.853,00 (2015). Os números são da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) e foram apresentados no dia 25 de novembro de 2016, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
A renda do brasileiro caiu 5% em 2015
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A queda de R$ 257,00 na renda mensal, em 2015,
aconteceu ao mesmo tempo em que o número de desempregados aumentou
38%, atingindo cerca de 10 milhões de
pessoas.
Entre setembro de 2014 e setembro de 2015, 151.189 mil domicílios foram visitados em todo o Brasil, para essa
pesquisa.
Em 11 anos, é a primeira vez que o estudo mostra esse
decréscimo. O rendimento de todas as fontes que engloba aposentadorias,
recebimento de aluguéis, juros e benefícios sociais entre outros, também caiu 5,4% passando de R$ 1.845,00
(2014) para R$
1.746,00 (2015).
O rendimento
domiciliar apresentou uma queda de 7,5% passando de R$ 3.443,00 (2014) para R$
3.186,00 (2015). Todas as categorias de emprego tiveram redução do
rendimento médio mensal real do trabalho principal.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Todos os tipos de rendimentos ficaram reduzidos no ano passado
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A diminuição da população ocupada no Brasil, em 2015,
em que os rendimentos eram maiores, é uma das causas desse índices
decrescentes.
A categoria dos trabalhadores domésticos com carteira
assinada teve uma queda de 3,1% em seus rendimentos. Passou de R$ 1.049,00 (
2014) para R$ 1.016,00 (2015).
Confira como foi a redução do rendimento médio mensal real de todos os
trabalhos, por região:
Norte: queda de 7,2%,
passou de R$ 1.565,00 (2014) para R$ 1.453,00 ( 2015);
Nordeste: queda de
5,6%, passou de R$ 1.295,00 (2014) para
R$ 1.223,00 (2015) ;
Sudeste: queda de 5,4%,
passou de R$ 2.239,00 (2014) para R$
2.117,00 (2015);
Centro – Oeste: queda de 3,5%, passou de R$ 2.284,00
(2014) para R$ 2.203,00 (2015) ;
Sul: queda de 3,3%, passou de R$ 2.149,00 (2014) para R$ 2.079,00
(2015);
O Índice Gini
que mede a concentração de renda e desigualdade apresentou uma queda, passou de 0,490, em 2014,
para 0,485, em 2015.
Quanto mais próximo de zero menor é a desigualdade.
Ele vem apresentando queda desde 2004, quando foi de
0,545.
Acredita-se que a queda ocorrida no Índice
Gini, em 2015, aconteceu devido às reduções nos rendimentos,
principalmente da população que ganhava mais. No entanto, isso não
representa melhoria na qualidade de vida
dos brasileiros, pois todos os trabalhadores perderam remuneração.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Não houve uma melhor distribuição de renda no ano passado
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A região Nordeste é a
que apresentou maior nível de desigualdade, em 2015, com o Índice Gini de 0,498, enquanto a região Sul foi a que teve menor, com
Índice Gini de 0,441.
É lamentável que ao invés de aumentar, o rendimento do
brasileiro diminuiu, enquanto suas despesas como as contas de água, luz, telefonia e supermercado tendem a crescer e causar grande
instabilidade nas finanças de milhares de famílias.
O desemprego é uma das principais causas desse decréscimo
nos ganhos mensais, pois em muitos lares o número de pessoas ocupadas caiu e
refletiu no padrão de vida dos cidadãos que estavam tendo uma melhor qualidade
de vida há pouco tempo.
Nesse momento, o
controle financeiro dos gastos domésticos
deve ser realizado de modo mais rígido, para que o cidadão não acumule dívidas que
provavelmente não poderá pagar no futuro. Tudo que for possível cortar do
orçamento deve ser feito.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Diminuir os gastos supérfulos é essencial
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Para que o Brasil volte a crescer e reduza de modo
verdadeiro as desigualdades, é imprescindível
que haja representantes sérios que trabalhem em prol da população e não
estejam envolvidos com escândalos. Dessa
forma, o brasileiro pode voltar a sonhar com rendimentos mais justos e
compatíveis com as suas necessidades.