Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 29 de junho de 2017

As ruas do Rio de Janeiro têm sido a moradia para mais de 14 mil pessoas

                                                                

       
                                                                                  Fernanda Fernandes Borges



As belezas naturais do Rio de Janeiro, conhecida como Cidade Maravilhosa,  não escondem em suas ruas a realidade de milhares de pessoas que sem condições financeiras optam por viverem em condições desumanas, situação muitas vezes ocasionada pelo sonho de uma vida melhor,  na capital fluminense.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMADH), divulgados no fim de 2016, há 14.279 pessoas morando nas ruas do Rio de Janeiro. Em 2013, o número era 5.580. O número triplicou nos últimos três anos, ocorrendo um aumento de 156% nessa população de rua.
Acredita-se que metade desses moradores de rua saíram  de outros estados para buscar uma vida melhor na capital fluminense, mas não conseguiram vagas no mercado de trabalho. No estado do Rio de Janeiro, há mais de 960 mil desempregados.


                                                                                                      Foto: Reprodução

A população de rua necessita de ações que visem restabelecer a dignidade 


A situação se agravou ainda mais com a crise financeira e a falta de oportunidades para recomeçar.

 Conheça o  perfil dos moradores de rua do Rio de Janeiro :

- Os homens são 87%  e 72% estão em idade produtiva  entre 25 e 59 anos;

- Mais da metade 51% são oriundos da Baixada Fluminense, do interior e de outros estados;

- O conflito com familiares ocasionou a saída de casa para 29%;

- Da população que habita as ruas do Rio de Janeiro, apenas 32% têm algum tipo de contato com a família;

-  Para 31% , a permanência na rua já dura entre um e três anos;

A maior parte dos moradores de rua se concentra no centro da capital, representando 45%, seguido pelo bairro de Copacabana que concentra 16% dessa população sem moradia.
De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMADH) , existem 38 abrigos próprios na capital do Rio de Janeiro, 22 conveniados e dois Hotéis Acolhedores, o que contabiliza 2.177 vagas, um número bem distante do ideal.
O número de abrigos existentes no Rio de Janeiro é  insuficiente  para acolher tantas pessoas e muitas vezes também não têm condições adequadas de higiene e segurança para recepcionar esses desabrigados.
Quando uma pessoa decide mudar de cidade ou estado em busca de uma vida melhor, deve tomar essa atitude  com muita cautela, porque a vida em uma capital como o Rio de Janeiro é muito cara, além de trazer inúmeros perigos como a violência e a escassez de vagas no mercado de trabalho.
As iniciativas que visem auxiliar as pessoas de outros estados e cidades a voltarem para os seus lares são válidas, pois essa é uma oportunidade de recomeçar perto da família e longe da vida sofrida nas ruas.
Os abrigos do Rio de Janeiro devem ser ampliados, além de oferecerem melhores acomodações para acolher com dignidade a  população de rua que não possui familiares e nem  a possibilidade de se direcionar para outras localidades para recomeçar a vida.
Tentar reintegrar os moradores de ruas ao mercado de trabalho e possibilitar que eles tenham condições de retirar os seus documentos é uma alternativa para a saída das ruas.
 É preciso  despertar  nessa população de rua a esperança de descobrir e utilizar as suas habilidades em prol da sobrevivência e do resgate da cidadania.

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