Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Previsão de déficit do governo aumenta para 2017 e anos posteriores

           

                                                                              Fernanda Fernandes Borges 




As contas do governo devem ter um rombo bem maior do que o projetado. De acordo, com o anúncio feito no dia 15 de agosto, pela equipe econômica, neste ano o déficit primário deve ser de R$ 159 bilhões, anteriormente era previsto um déficit de R$ 139 bilhões. Para 2018, o déficit  deve ser também de R$ 159 bilhões  ao invés dos R$ 129 bilhões calculados.


                                                                                                                           Foto: Reprodução

As previsões de déficits estão bem maiores 


As previsões para 2019 e 2020 também são negativas. Em 2019, projetava-se um déficit de R$ 65 bilhões que passou para R$ 139 bilhões.
 Em 2020, era esperado um superávit de R$ 10 bilhões. Agora,  é previsto um déficit de R$ 65 bilhões. Apenas,  em 2021, deve haver um superávit primário.
Em 2013, foi o último ano em que o governo arrecadou mais do que gastou.
O déficit primário é o resultado negativo das contas públicas do governo, sem levar em conta o pagamento dos juros da dívida pública. O governo gasta mais do que arrecada.
As justificativas para a ampliação desses déficits estão na queda da arrecadação proveniente de uma inflação mais baixa e também de uma menor projeção da entrada de recursos provenientes do programa de repatriação de ativos no exterior e do programa especial de regularização tributária conhecido como o novo  Refis.
Uma inflação mais baixa é benéfica para o consumo e também para quem produz bens e oferece serviços. Porém, é ruim para a arrecadação do governo.
Prevê-se uma perda na arrecadação de R$ 15 bilhões em 2017 e de R$ 23 bilhões em 2018, devido à queda da inflação.
No acumulado em 12 meses a inflação caiu de 10,74% ao ano,  em julho de 2016,  para 2,71% ao ano,  em julho de 2017.




Veja o que o governo pretende fazer para aumentar a receita :


- Manter a alíquota do Reintegra (Programa de incentivo à exportação), o que deve gerar R$ 2,6 bilhões em 2018;

- Reoneração da folha, aumentar impostos sobre salários,  que deve aumentar R$ 4 bilhões em 2018;

- Tributação de fundos exclusivos. Ao invés de cobrar Imposto de Renda no saque, será feito ano a ano, pela variação das cotas. Isso deve gerar R$ 6 bilhões na receita de 2018;

- Aumentar a contribuição previdenciária dos servidores federais, a alíquota passa de 11% para 14% sobre salários acima de R$ 5.300,00. Deve haver um aumento da receita de R$ 1,9 bilhões  em 2018;


         O que o governo deve fazer para  economizar :


- Cancelar reajustes de cargos comissionados (previsão de economia de R$ 175 milhões em 2018)

- Limite para ajuda de custo e de transferências e auxílio – moradia, uma economia de R$ 49 milhões em 2018;

- Regulamentação do teto de R$ 33,7 mil para o serviço público. Isso deve gerar uma economia R$ 725 milhões em 2018;

- Adiar o aumento do salário dos servidores federais, o que evita o gasto de R$ 5,1 bilhões em 2018;

- Evitar despesas futuras e extinguir 60 mil cargos vagos;

- Economizar R$ 18,6 bilhões entre 2019 e 2023 ao reduzir o salário inicial para novos concursados. O salário inicial no Executivo passará para R$ 2,8 mil (nível médio) e R$ 5 mil (nível superior );

É bastante sensato cortar despesas como auxílio-moradia, reajuste de salários e outras vantagens que vários funcionários do governo têm acesso, com o objetivo de equilibrar os gastos públicos. Porém muito mais pode ser feito, para que haja um resultado efetivo.
As projeções de rombos para este ano e para os anos seguintes são ruins para o país, pois isso dificulta os investimentos nos setores da saúde, educação, transporte, segurança e torna o Brasil ainda mais precário no cuidado com sua população.
Percebe-se que a corrupção além de desviar milhões e bilhões do dinheiro público impede o crescimento do Brasil e ainda penaliza mais os cidadãos que continuam pagando altos impostos e não têm retorno algum quando mais precisam.


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