Fernanda Fernandes Borges
Um dado preocupante, sete pessoas morreram de forma violenta, a cada
hora, no ano passado, no Brasil. Essa estatística foi revelada no
dia 30 de outubro de 2017, durante o 11º
Anuário de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2016, foram registradas
61.619 mortes, um aumento de 3,8% em relação ao ano de 2015.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Os brasileiros temem a grande insegurança no país
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O número é tão
assustador que pode ser comparado ao total de vítimas da explosão da cidade japonesa
de NagasaKi, ocorrida em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. É como se uma
bomba atômica explodisse por ano no
Brasil.
Os dados são baseados em informações fornecidas pelas
secretarias de Segurança Pública e pelas Polícias Civil e Militar dos Estados.
Os índices se referem ao total de vítimas de homicídio
doloso (quando há a intenção de matar),
latrocínio (roubo seguido por morte), lesão corporal seguida de morte e
mortes decorrentes de intervenções policiais ( em serviço ou durante o período de
folga).
Nesse estudo referente ao ano de 2016, o Brasil bateu o recorde em assassinatos,
analisando-se os dados, desde o início
dos levantamentos que vem sendo feitos,
anualmente, desde o ano de 2006.
Houve uma elevação de 40%, em dez anos.
Em números absolutos,
o estado do Rio de Janeiro superou o de
São Paulo e é atualmente o estado com o maior número de vítimas da violência.
No ano passado, houve 6.262 mortes intencionais.
Porém, a maior taxa de homicídios agressivos por grupo de
100 mil habitantes foi registrada em Sergipe. Foram 64 vítimas a cada 100 mil moradores, em 2016.
Percebe-se um aumento de 11,5% em relação ao ano de 2015,
quando foram registradas 57,3 mortes por
grupo de 100 mil pessoas.
Em segundo lugar está o Rio Grande do Norte com 56,9
mortes por grupo de 100 mil habitantes e em terceiro Alagoas com 55,9 mortes a
cada 100 mil habitantes, em 2016.
O número de policiais mortos em situações de confronto e
também de vítimas de intervenções policiais também aumentou. No estado do Rio
de Janeiro, é onde o policial mais morre quando está a trabalho ou de folga.
Em 2016, foram 40
policiais civis e militares mortos, em
serviço, e 92 assassinados, durante o
período de folga. Em 2015, foram 25 mortos, em serviço, e 73 assassinados, durante o período de descanso.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Muitos policiais foram mortos no ano passado
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As vítimas de ações policiais também cresceram no Rio de
Janeiro. Passaram de 645 pessoas, em
2015, para 925 pessoas, em 2016.
O estado de São Paulo está em segundo lugar de vítimas de
ações policiais e registrou 856 mortes, em 2016. Em 2015, foram 832
assassinatos.
O número de latrocínios que é o roubo seguido por morte cresceu
57,8%, nos últimos sete anos, no Brasil.
Em 2010, foram registrados 1.593 casos e em 2016 foram 2.514
mortes, em decorrência desse crime.
Em 19 estados essa modalidade de crime cresceu. A taxa média de
latrocínios no Brasil é de 1,2 casos a cada 100 mil habitantes.
Acredita-se que a violência tornou-se pior, devido à crise econômica e à falta de
investimentos em segurança. Em 2016, a União
reduziu 10% dos gastos em Segurança
Pública, de acordo com esse estudo.
Houve também cortes nos Fundo Nacional de Segurança Pública chegando a 30,8% e no Fundo Nacional Antidrogas, em cerca de 63%. Essas reduções foram as maiores já observados nos gastos do Governo Federal.
As despesas com a Força
Nacional aumentaram 80%, em decorrência dos eventos da Copa do
Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, realizadas em 2016.
Os números apresentados por esse levantamento demonstram
que o Brasil precisa de muitas ações que
visem proteger a população de crimes hediondos.
É necessário muito
investimento na Segurança Pública
para que os índices decresçam e não se assemelhem ao de confrontos como os ocorridos,
na Segunda Guerra Mundial.
Todo cidadão tem o direito de se sentir protegido, quando caminha pela ruas, assim como deseja usufruir de seus bens
materiais de forma segura, sem se sentir ameaçado e vulnerável à morte, por ações de criminosos.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
População deseja se sentir mais segura
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Os policiais precisam ter suas vidas resguardadas e
necessitam de treinamentos que possam evitar mais mortes na sociedade, seja
durante o exercício de suas funções, ou
em seus períodos de lazer.
A vida humana deve sempre ser priorizada e cabe ao Brasil
buscar soluções efetivas de Segurança
Pública para todos, para que posteriormente, o enorme número de assassinatos caia e faça a
nação se orgulhar de resguardar melhor a sua população.