Fernanda Fernandes Borges
No dia 10 de janeiro,
o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística ( IBGE)
divulgou o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), índice que mede a inflação oficial, do ano de 2017, que fechou em alta de 2,95%.
O IPCA é
calculado pelo IBGE desde 1980 e
analisa famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos. Abrange dez
regiões metropolitanas, além de Goiânia e Brasília.
A inflação de 2017 foi a
menor desde 1998, quando o IPCA foi de 1,65%. Em 2016, o IPCA ficou em 6,29%.
Em dezembro de 2017, o IPCA fechou em 0,44%, ficando 0,16 ponto percentual acima do resultado de
novembro que foi de 0,28%. Foi a maior
variação mensal de 2017.
A meta
estipulada para a inflação 2017 era de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A
inflação do ano passado ficou abaixo da meta estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), já que ficou em 2,95%.
Acredita-se que a o setor de Alimentação e de Bebidas foi o que mais contribui para a queda na
inflação, já que o a produção agrícola teve uma safra de 30% maior que
o ano de 2016.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesDe acordo com o IBGE, os alimentos ficaram mais baratos em 2017 |
Esse setor corresponde por 25% das despesas das famílias
e apresentou uma queda acumulada (deflação) de 1,87% em 2017. Os preços dos
alimentos consumidos em casa caíram
4,85% no ano passado.
Outros setores que
apresentaram alta, como o de Habitação
(6,26%), o de Saúde e Cuidados Pessoais (6,52%) e o de Transportes ( 4,1%) também tiveram uma grande influência
sobre o IPCA de 2017.
O botijão de gás
aumentou 16% no ano passado e foi responsável pela alta no setor de
Habitação; no setor de Saúde e Cuidados
Pessoais o reajuste de 13,53% na mensalidade dos planos de saúde contribuiu
para a alta do setor ; já a gasolina teve um reajuste de 10,32% e foi
responsável pela elevação no setor de Transportes.
Veja o IPCA em algumas
capitais:
- Goiânia e Brasília
tiveram as maiores altas da inflação com
3,76%, 0,81 ponto percentual
acima do IPCA nacional;
- Em São Paulo a taxa foi
de 3,63%, em Recife de 3,31% e no Rio de Janeiro de 3,03%, todos os índices
acima do IPCA nacional;
- Em Belo Horizonte o IPCA foi de 2,03% e em Curitiba de 2,42%,
índices abaixo do IPCA nacional;
- O menor IPCA do país em 2017 foi em Belém, sendo de 1,14%;
O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC) em 2017 foi de 2,07%, menor variação desde a
implantação do Plano Real, ocorrida em 1994. Esse índice é utilizado como referência para
reajustar os benefícios previdenciários.
Em 2018, a meta da inflação é de 4,5% com
tolerância de 1,5 ponto percentual para
cima ou para baixo, podendo oscilar entre 3% e 6%. A expectativa de alguns
analistas do mercado é de que o IPCA 2018 fique abaixo de 4%.
Para 2019 a meta é de 4,25% podendo variar entre 2,75% e
5,75% e para 2020 é de 4% podendo oscilar entre 2,5% e 5,5%, ambas com o nível
de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.
O IPCA 2017
ficou abaixo da meta estipulada, porém o ano passado foi bastante difícil para
muitas famílias que tiveram que reorganizar o orçamento doméstico para
conseguir sobreviver em meio a muito desemprego e instabilidade econômica.
Entende-se que houve uma safra agrícola próspera que foi
responsável pela queda nos preços de alguns alimentos. No entanto, os
consumidores também reduziram bastante as suas compras devido ao pouco poder
aquisitivo, o que também influenciou a ocorrência desse baixo índice da
inflação.
É preciso ter senso crítico e saber analisar esses números
de modo real e sem a interferência de propagandas políticas que não mostram a
realidade, pela qual muitas pessoas vem passando,
cercada de carências que não são atendidas.
É claro que a inflação dentro da meta é uma boa notícia,
porém ainda há muito a ser feito, para que o Brasil reencontre o caminho do
crescimento e possa oferecer melhores condições de vida para todos.
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