Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Taxa Selic cai para 6,75%


                                


                                                             Fernanda Fernandes Borges



No dia 7 de fevereiro,  o Comitê de Política Monetária (Copom) apresentou a nova taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) que caiu de 7% para 6,75% ao ano. A Selic vem apresentando quedas desde outubro de 2016 e esse foi o 11° corte. É o menor patamar desde a implantação do regime de metas da inflação, ocorrido em 1999 e a menor taxa de juros de toda a série histórica do Banco Central, iniciada em 1986.


                       Foto: Fernanda Fernandes Borges

A taxa Selic é referência para outras taxas da economia brasileira 


A Selic é uma taxa utilizada para operações de curto prazo entre os bancos e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. É referência para o custo de crédito no país e um dos principais instrumentos do Banco Central para controlar a inflação.
A definição da taxa de juros pelo Banco Central tem como foco o cumprimento da meta da inflação que é fixada anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2018, a meta central é de 4,5% e pode oscilar entre 3% e 6%, pois há uma tolerância de 1,5% ponto percentual para cima ou para baixo.
Quando a Selic sobe o Banco Central  deseja conter o excesso de demanda que pressiona os preços. Geralmente, com os juros mais altos, o crédito fica mais caro e o consumo cai.
Com a redução da Selic os juros ficam mais baixos  e há um incentivo à produção e ao consumo.
Com a Selic os bancos registram operações de crédito fechadas entre eles de um dia para o outro. Esses empréstimos são lastreados em títulos públicos  e o juro que o banco paga para o outro é a taxa Selic.
A Selic é considerada o custo que o banco tem para pegar dinheiro e emprestar para o cliente. No entanto, o juro cobrado ao consumidor é bem maior que a taxa Selic, porque entra na conta final o custo de operação dos bancos com agências,  funcionários , impostos e outros, além do risco de inadimplência e o seu lucro.
Por isso, os juros do cartão de crédito e do cheque especial  são bem maiores que a Selic.
Em dezembro de 2017, os juros cobrados pelo uso do cheque especial chegaram a 323% e os do cartão de crédito a 334%.
Portanto, uma queda na taxa Selic não significa que imediatamente os juros vão cair para consumidores e empresários que desejam tomar dinheiro emprestado para fazer investimentos.


                           Foto: Fernanda Fernandes Borges

O consumidor não deve sentir de modo imediato a queda dos juros 

                                 
O spread bancário é a diferença entre o preço  que o banco paga pelo dinheiro e o que ele cobra de seus clientes. O Brasil tem um dos spreads mais caros do mundo.
Em dezembro de 2017, o spread bancário  brasileiro chegou a 32 pontos, mesmo índice  de dois anos antes, quando a taxa Selic estava em 14,25% ao ano.
O resultado disso é que os cortes da Selic  não chegaram ao bolso de quem toma dinheiro emprestado e nem para quem faz compras a prazo.
Os maiores bancos brasileiros continuam tendo lucros recordes, porque há uma alta concentração do sistema bancário em nosso país e por conseqüência os cortes da Selic demoram a ser sentidos nos juros praticados no mercado. 
Após o anúncio da queda da Selic para 6,75%, as principais instituições bancárias brasileiras anunciaram uma nova redução nas taxas de juros cobrados no crédito para pessoas físicas e empresas. Porém, ainda está bem longe do ideal.
Quem deposita dinheiro na poupança, vê os seus lucros caírem  com a redução da Selic. De acordo com a regra atual, em vigor desde maio de 2012, há um corte nos rendimentos da poupança, sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
A correção anual das cadernetas de poupança  fica restrita a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial (TR) fixada pelo Banco Central.
Com a Selic em 6,75%, a correção anual da poupança será de 4,725% ao ano, mais a Taxa Referencial.
A próxima reunião do Copom ocorre no dia 21 de março. A expectativa é de que a taxa Selic pare de cair e permaneça em 6,75% até o fim de 2018.
É necessário haver uma pressão sobre os bancos para que haja uma efetiva queda nos juros para os empresários que desejam tomar crédito emprestado e investir na economia, por meio da expansão de seus negócios que podem gerar milhares de empregos e promover um efetivo crescimento da economia brasileira.
O consumidor deve evitar fazer contas a prazo e não se iludir com a queda nas taxas de juros, pois as suas finanças sofrem um impacto muito maior que o esperado, quando se utiliza o cartão de crédito de modo irresponsável ou se usa o cheque especial.


Foto: Fernanda Fernandes Borges

Sempre que possível, é bom evitar fazer compras para pagar depois 

Quem deposita dinheiro na poupança,  deve ficar atento aos rendimentos e verificar se esse é o melhor tipo de investimento a ser realizado no momento. Apesar de o  lucro ser menor nesse momento,  a poupança é isenta de impostos  e é considerada um investimento seguro.

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