Fernanda Fernandes Borges
Em 1957, o artista britânico Richard
Hamilton usou diversas palavras
para definir a Pop Art como: transitória, consumismo, baixo custo; produzida em
massa; jovem; mordaz; notável e glamourosa. E ressaltou que ela não
é feita por obras únicas. Todas essas características fazem parte da vida
atual, ou seja, a arte é um espelho
daquilo que se presencia.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA Pop Art é notável |
Ao fazer releituras da vida contemporânea, há o uso da temática banal, mas sempre com
embasamento acadêmico. O artista norte-americano Roy
Lichtenstein produzia quadros semelhantes às histórias de
quadrinhos, algo simples, mas sempre utilizando uma técnica primorosa de belas
artes.
Segundo Isa Souza,
professora do curso de História da Arte Contemporânea da Fundação Clóvis
Salgado, em Belo Horizonte, um grande
artista que é referência na Pop Art é o
norte –americano Andy Warhol (1928 / 1987) que
produzia obras baseadas em celebridades.
Andy Warhol fez
inúmeras telas com Marilyn Monroe, Elvis Presley e com líder político chinês
Mao Tse- Tung.
Observa-se na Pop Art uma exaltação de objetos banais que
são transformados em produtos culturais. As obras ficam mais próximas da
realidade e arte tem mais discurso.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesOs produtos culturais têm cores intensas |
Segundo o artista norte-americano, Claes Oldenburg “Cada sociedade tem o monumento que merece”. Claes faz uso de elementos sintéticos
para compor as narrativas do efêmero, do supérfluo.
“Em suas exposições a desorganização dos objetos é notável,
assim como uma textura grosseira que causa repulsa”, disse a professora Isa
Souza.
Em suas criações, há uma crítica ferrenha aos alimentos
fast-food e à cultura do “usou jogou fora”.
Vários outros artistas da Pop
Art criticam em suas obras a publicidade que leva ao consumismo
exagerado de produtos considerados práticos na alimentação e no cotidiano.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA praticidade do mundo atual é tema de produções artísticas |
A reflexão feita através das obras da Pop Art é extremamente válida para
avaliar a realidade atual. O progresso é bom, mas será que é
saudável para os nossos corpos e mentes? Não seria necessário utilizá-lo de
modo mais racional e menos mecânico?
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO progresso é sempre benéfico? |
O uso incessante da força de trabalho do homem para
produzir cada vez mais e manter o capitalismo como sistema vigente, induz ao consumismo desenfreado e à falsa
necessidade de se obter produtos supérfluos.
O público das
produções artísticas da Pop Art deve
fazer uma comparação com a própria vida cotidiana. Assim, é mais
fácil abrir a mentalidade para
transformar aquilo que não o agrada. É esse o dever da arte
produzir inquietações que levem ao um novo caminho.