Fernanda Fernandes Borges
No dia 19 de outubro, o Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central por decisão
unânime reduziu a taxa Selic (Sistema
Especial de Liquidação e Custódia) , que é a taxa básica de juros da economia,
de 14,25% para 14% ao ano. Essa é a primeira queda em quatro anos. É necessário um certo tempo para que o consumidor sinta as
diferenças na economia. A pequena
redução deverá representar mais consumo e mais crédito, mas não de modo
imediato.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO consumidor pode voltar às compras, caso a da redução da Selic seja ainda maior |
O Brasil tem a maior taxa de juros no mundo. Descontada a
inflação real a taxa é de 8,49%, está acima
da Rússia que é a segunda maior com 4,27 % e da Colômbia que é a terceira mais elevada com
3,61%.
Em outubro de 2012, a taxa Selic foi reduzida de 7,5%
para 7,25% ao ano. Esse foi o índice mais baixo da história do Brasil.
Os motivos que levaram o Banco Central a reduzir a taxa
de juros, recentemente, foram a baixa atividade econômica pela qual
passa o país e a menor pressão inflacionária.
Foto: Fernanda Fernades BorgesO baixo consumo estimulou a decisão do Banco Central |
A taxa Selic é o principal meio usado pelo Banco Central
para controlar a política monetária acelerando ou reduzindo a atividade
econômica.
Também serve de referência para as demais taxas da
economia como as que envolvem empréstimos bancários e títulos públicos.
Os juros altos acentuam a queda na produção e no
consumo, mas controlam melhor a
inflação. Já com índices mais baixos,
são esperados crédito mais barato e um consumo maior, por isso o
controle da inflação se torna mais difícil e deve ser realizado de modo minucioso.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesQuando os juros estão mais baixos, os centros de compras tendem a ser mais visitados |
Em relação ao rendimento da poupança , quando a taxa de
juros está acima de 8,5% ao ano, como agora, ele é limitado em 6,17% ao ano
mais a variação da Taxa Referencial (TR).
Os fundos de Renda Fixa aumentam junto com a Selic.
Em relação à inflação projetada para 2016, o Banco
Central espera que o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) finalize o ano
em 7,3%.
Provavelmente, a
meta da Inflação estipulada pelo Banco Central
que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou
para baixo, não será novamente atingida, em 2016.
A próxima reunião do Banco Central acontece nos dias 28 e
29 de novembro para decidir novamente o índice da taxa de juros. Será a última
do ano e a expectativa é de que ela caia
mais.
O cidadão brasileiro deve continuar cauteloso com os seus
gastos e não se endividar, pois mesmo que o crédito se torne mais barato, nos próximos meses, o cenário é bastante
instável e a redução na taxa de juros ainda é ínfima.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMesmo com a pesquena queda nos juros é preciso ter muito cuidado com os gastos |
É esperado que haja uma maior produção nas
indústrias, o que pode gerar mais
empregos. Porém, ainda é bastante prematuro acreditar em dias melhores, quando
o índice de desemprego é de quase 12% e atinge milhões de famílias.
A expectativa de cortar os gastos públicos e o equilíbrio
das contas do Governo foram também responsáveis pela queda da taxa de juros.
Porém, as decisões do Congresso não devem ser insensatas e superficiais, pois
podem atingir setores como educação e saúde de modo drástico.
São necessários muito debates, para que os cortes dos gastos públicos não
afetem apenas os mais necessitados e continuem mantendo os desnecessários privilégios dos políticos.