Fernanda Fernandes Borges
O
Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 31 de março, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua) que mostra que
o desemprego em nosso país chegou a 13,2%, entre dezembro de 2016 e fevereiro
de 2017, o que representa 13,5 milhões
de pessoas procurando emprego.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMuitos brasileiros estão buscando novas oportunidades de trabalho |
Houve um aumento de 1,4 milhões de trabalhadores em busca de uma vaga em relação
ao trimestre anterior (setembro, outubro e novembro de 2016) quando a taxa foi
de 11,9%.
Nesse semestre, encerrado em fevereiro, o número de pessoas com carteira assinada caiu
337 mil em relação ao trimestre anterior, finalizado em novembro de 2016.
Em um ano, o número chega a 1,1 milhões de pessoas que
deixaram de ter a carteira assinada, quando se compara com o mesmo período de
2016.
A Pnad Contínua
é realizada desde 2012 e o índice de desemprego de 13,2% é o novo recorde desse
estudo oficial sobre emprego do IBGE.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesNesta recente pesquisa o desemprego bateu recorde |
No trimestre
encerrado em fevereiro de 2016, a taxa foi de 10,2%. Em um ano, o número de pessoas sem emprego aumentou em 3,2
milhões.
Quando se compara os índices desse trimestre com o
primeiro trimestre do ano de 2014 em que
a taxa de desemprego era de 7,7%, observa-se um aumento de 6,9 milhões de
pessoas em busca de uma nova colocação.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA falta de vagas no mercado de trabalho é bem maior que em 2014 |
Percebe-se uma grande
dispensa promovida pela indústria e pela construção civil. Veja:
- Na indústria em fevereiro de 2014 havia 13 milhões de pessoas
empregadas. Em fevereiro de 2017, houve uma redução de 1,7 milhões de
empregados, sendo apenas 11,3 milhões de trabalhadores nesse setor;
- Na construção
civil, em fevereiro de 2014, existiam 8
milhões de pessoas ocupadas e em fevereiro de 2017 apenas 6,9 milhões estão
empregadas, uma redução de 1,1 milhões de oportunidades;
O número de carteiras
assinadas em junho de 2014 era de 36,4 milhões e caiu para 33,7 milhões em
fevereiro de 2017.
Tentar justificar que o número de desempregados é maior
no primeiro trimestre do ano, devido às dispensas das vagas temporárias abertas
no fim do ano é não encarar que de fato o país passa por uma grave crise em
suas estruturas políticas e econômicas.
Um número tão
elevado de pessoas sem ocupação não é coerente com a falsa propaganda de que o
país está reencontrando o rumo do crescimento e que a melhor solução é implementar reformas que
ao invés de auxiliar o trabalhador, apenas lhe tira mais direitos.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO trabalhor deve ter seus direitos preservados |
Quando esses
índices são divulgados, não há panelas sendo batidas. É bom compreender que
o péssimo desenvolvimento da economia brasileira reflete em todas as classes
sociais e acarreta grandes perdas para todos.