Fernanda Fernandes Borges
No dia 14 de maio, o jovem Emmanuel Macron de 39
anos toma posse na França com a promessa
de renovar a política do país e promover reformas que considera indispensáveis
ao progresso da nação. Fundador do En
Marche! (Em Marcha!), movimento progressista considerado centrista, criado em abril de 2016, o novo líder francês
derrotou a adversária Marine Le Pen, no segundo turno, ocorrido no dia 7 de
maio, obtendo 66,06% dos votos contra
33,94% da candidata.
Foto: Eric Feferberg / AFP
|
No primeiro turno Macron também saiu vitorioso, obtendo 24% dos votos contra 21% de Marine Le
Pen, candidata considerada próximas aos ideais de Donald Trump e do presidente
da Rússia Vladimir Putin.
Desde 1958, data da fundação da República Moderna
Francesa, Macron é o primeiro presidente a ser eleito sem pertencer a um dos dois
principais partidos o Socialista e o Republicano.
O novo presidente é em ex-banqueiro, tem ideias
consideradas liberais no que se refere ao mercado e é um defensor da União
Europeia.
Emmanuel Macron já foi ministro da Economia da França no
governo do atual presidente François Hollande. Permaneceu no cargo até agosto
de 2016.
Dentre as principais propostas de Macron destacam-se: um
plano de 50 bilhões de euros para treinamento profissional, incentivo a energias renováveis,
infraestrutura e modernização.
Promete reduzir o
desemprego dos atuais 9,7% para 7%, proibir o uso de celulares nas escolas e dar
um vale cultura de 500 euros para jovens de até 18 anos.
As reformas de caráter liberal na economia, divide opiniões na França. Há pessoas que
afirmem que o novo presidente se inspira na agenda liberal americana e
inglesa dos anos 80, com propostas de redução nos serviços públicos, corte de déficits e redução de salários dos
trabalhadores e aumento da jornada.
Para chegar à vitória, o novo presidente que é considerado
centrista e alheio à política tradicional, soube conquistar um eleitorado que
estava cansado da velha política. Ao fundar o En Marche! que atualmente conta com mais de 200 mil
inscritos, inaugurou uma nova forma de se pensar a política na França.
No entanto, para governar de maneira satisfatória Macron
deve formar uma coalizão, já que o En Marche! ,
ainda não é um partido e disputará as primeiras
eleições em junho.
O desafio do novo líder francês é conquistar o eleitorado
que se absteve da votação (cerca de 25% ) e de representantes da esquerda, como a maioria dos sindicatos, que se opõem à flexibilização das leis
trabalhistas e à ampliação da carga horária de trabalho.
Emmanuel Macron é um jovem líder que pode promover
mudanças benéficas na França, desde que saiba entender e respeitar as
necessidades dos trabalhadores, ao implementar
as reformas econômicas.
Ao investir na cultura e na educação, percebe-se que o
novo presidente da França tem a real percepção de quem uma nação desenvolvida
precisa de cidadãos com pensamentos inovadores e críticos que os façam atuar de
maneira eficaz nas ações do país.
O povo francês ao escolher Macron mostrou que deseja
abandonar a velha política que não está funcionando e inaugurar uma nova
história em sua trajetória que é marcada por revoluções que sempre visaram a democracia e o desenvolvimento.