Fernanda Fernandes Borges
O carioca Marco Archer Cardoso, de 53 anos, é o primeiro
cidadão brasileiro a ser executado no exterior. A morte dele ocorreu, em Jacarta, capital da Indonésia, no
último sábado, dia 17, por tráfico de drogas. Em 2003, ele tentou entrar no
país com 13,4 Kg de cocaína, escondidos dentro dos tubos de uma asa-delta. Em
2004, foi julgado e condenado à morte, já que no país asiático esse tipo de
crime é punido com fuzilamento.
Apesar dos apelos da presidente Dilma Roussef e do ex-
presidente Lula, o governo indonésio, liderado por Joko Widodo, não recuou em
sua decisão. Outro brasileiro, o paranaense Rodrigo Gularte, de 43 anos, também
está condenado à morte, por tráfico de drogas e deve ser executado, em aproximadamente
dois meses.
A maioria da população da Indonésia é favorável a esse
tipo de condenação. O presidente JoKo Widodo assumiu o poder, em outubro de
2014, em meio a um discurso de tolerância zero com traficantes. Muitos indonésios
acreditam que as mortes servem para mostrar como o país é rígido no combate ás
drogas e dessa forma, desestimular
futuras ações.
Marco Archer era instrutor de voo livre e queria ter uma segunda chance e voltar ao
Brasil. Ele desejava expor seu problema aos jovens que pensam em se envolver
com drogas, por meio de seu doloroso exemplo.
Foto: ReproduçãoMarcos Archer tinha e esperança de voltar ao Brasil |
Ele contava com a
ajuda do amigo e cineasta Marcos Prado que estava fazendo um documentário sobre
a sua história de vida, desde à infância até à prisão na Indonésia e as
aflições vivenciadas por lá. O material seria distribuído em escolas, centros
de recuperação e onde pudesse ser divulgado, como campanha educativa contra as
drogas. O cineasta agora pensa em concluir o trabalho e levar esse projeto
adiante.
No Brasil, muito jovens estão acostumados a infringir as
leis e não receber punição adequada. Cometem crimes hediondos como sequestros,
assassinatos, roubos, dentre outros e se forem menores a pena não pode
ultrapassar três anos em uma casa de internação, onde são aplicadas medidas socioeducativas.
O exemplo de Marco Archer serve para aqueles que não
respeitam a própria nação e tem a ingenuidade de pensar que em países
estrangeiros as lideranças e as leis serão tão permissivas como as brasileiras.
O famoso “jeitinho brasileiro” não funciona lá fora. O respeito deve vir de
casa, no caso do Brasil. O país deve reformular suas leis e aplicar punições
severas por tráfico e demais crimes, não se levando em conta a idade, mas a gravidade
do ato cometido.
O desafio às leis de outra nação culminou no final triste
e vergonhoso para nosso país. Para Marco, entrar para a história como o
primeiro brasileiro executado no exterior, não é um mérito, mas um desperdício
de uma vida, executada por um pouco mais de 13 kg de drogas.
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