Fernanda Fernandes Borges
A esquizofrenia diagnosticada por dois médicos, no ano
passado, não salvou o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, do
fuzilamento, no dia 28 de abril, ocorrido em uma prisão de Nusakambagan, no
centro de Java, na Indonésia.
Foto: ReutersRodrigo Gularte havia sido diagnosticado com esquizofrenia |
O país asiático tem sido intolerável com o crime de
tráfico de drogas e voltou a realizar execuções em 2013, cinco anos após uma
pausa.
O paranaense Rodrigo Gularte foi flagrado com dois
amigos, em julho de 2004, com 6 Kg de cocaína, escondidos em pranchas de surfe,
no aeroporto de Jacarta. O brasileiro
afirmou que a droga era dele e por isso os dois colegas ficaram livres. Rodrigo
foi condenado à morte por tráfico de drogas, em 2005.
A execução foi feita por um pelotão com 12 atiradores,
para cada condenado. Foram mortos, além de Rodrigo, dois australianos, quatro
nigerianos e um indonésio. A filipina Mary Jane Veloso estava condenada e teve
sua morte adiada, porque a pessoa que a teria recrutado para os transportes de
drogas se apresentou á justiça.
O governo brasileiro lamentou o episódio com “profunda consternação”. A presidente
Dilma Roussef havia pedido ao presidente indonésio Joko Widodo, através de uma
carta, a suspensão da morte do brasileiro, devido aos seus problemas
psiquiátricos. Infelizmente, o pedido não foi acatado.
Segundo a família de Gularte, ele passava os dias na
prisão falando às paredes, ouvindo vozes e tendo delírios. A prima dele
Angelita Muxfeldt que estava na ilha, no momento da execução, disse que o primo
não tinha noção de que seria morto.
Os parentes sempre tentaram provar a esquizofrenia de Rodrigo e
justificar o transporte da droga para Indonésia como um aliciamento de outros
traficantes que se aproveitaram da debilidade mental do brasileiro, para torná-lo
uma presa fácil.
As relações entre Brasil e Indonésia ficaram
estremecidas, desde janeiro deste ano, quando outro brasileiro foi executado
pelo mesmo crime. O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, também
não foi perdoado pelo tráfico de drogas.
A presidente Dilma Roussef adiou o recebimento do novo
embaixador da Indonésia, em fevereiro deste ano, para reavaliar a situação
bilateral entre os dois países. Atualmente, a embaixada do Brasil na Indonésia
está sendo representada, interinamente, por Leonardo Monteiro, encarregado de
negócios da chancelaria indonésia.
É lamentável tomar conhecimento de mais uma morte de um
brasileiro, devido ao tráfico de drogas. O
que será que leva uma pessoa a tentar desafiar as leis de outro país? Seria a
mania de pensar que as outras nações serão benevolentes com seus atos, como o
Brasil, muitas vezes, é?
O que se deve ter em mente é que a legislação de qualquer
nação deve ser respeitada e que o fuzilamento será inevitável, caso alguém
ainda insista em entrar com drogas na Indonésia. O governo brasileiro se
esforçou, para livrar os dois brasileiros da morte, mas não obteve êxito.
Os pais devem deixar claro para os filhos que o caminho
das drogas é sem volta e sem futuro. Ou a pessoa termina presa ou é morta, mesmo
em países em que não existe a pena de morte, os traficantes acabam com a vida
de “quem sabe demais”.
Quem padece é a família. E o Brasil mais uma vez se
destaca na esfera internacional, por meio de uma história depreciativa. É hora
de se mudar esse paradigma que parece ser uma fórmula de repetição de notícias
trágicas e desmoralizantes. Seria uma satisfação enorme se o país fosse notícia
pela sua cultura diversificada ou pelo tão sonhado progresso em distintas
áreas.
O corpo de Rodrigo Gularte chegou ao Brasil na madrugada de domingo, dia 3 de maio, para ser enterrado em Curitiba. Esse era o desejo do brasileiro. Ele também havia pedido à família em encontros anteriores, que fizesse campanhas contra a pena de morte, caso ele fosse executado. Infelizmente o pior aconteceu. Que isso sirva de exemplo para outras pessoas, não cometerem o mesmo erro.
O corpo de Rodrigo Gularte chegou ao Brasil na madrugada de domingo, dia 3 de maio, para ser enterrado em Curitiba. Esse era o desejo do brasileiro. Ele também havia pedido à família em encontros anteriores, que fizesse campanhas contra a pena de morte, caso ele fosse executado. Infelizmente o pior aconteceu. Que isso sirva de exemplo para outras pessoas, não cometerem o mesmo erro.
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