Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Dilma veta o aumento da porcentagem de desconto do crédito consignado



                                                                      Fernanda Fernandes Borges


O empréstimo consignado permite que o desconto da prestação seja feito diretamente na folha de pagamento  ou do benefício de quem o solicita. Isso é realizado com a autorização prévia do cliente á instituição financeira. No último dia 22, a presidente Dilma Roussef vetou o aumento do limite de crédito consignado de 30% para 40%.

Dilma justificou a medida por acreditar que essa elevação comprometeria a renda das famílias, acarretaria mais endividamento e prejudicaria o controle da inflação. O aumento estava previsto na Medida Provisória 661/14 e foi aprovado na Câmara, no dia 9 de abril, deste ano e no Senado, no dia 29 de abril.

Atualmente, as empresas já podem reter 10% do salário dos trabalhadores para repor gastos com plano de saúde, remédios e previdência privada. Se o novo limite do crédito consignado fosse sancionado pela presidente, o percentual do desconto poderia ser de 50% na renda do empregado, se ele optasse por esse tipo de empréstimo, em alguma instituição bancária.

Essa modalidade de empréstimo apresenta certas facilidades que podem atrair os endividados: não há consulta ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e ao Serasa; os juros são mais baixos que outros tipos de empréstimos; atende os trabalhadores públicos e privados na ativa; aposentados e pensionistas. Geralmente, é muito rentável para os bancos, pois a inadimplência é quase nula.
 
 
                                                                                                                               Foto: Reprodução

O empréstimo consignado pode comprometer negativamente a renda do trabalhador

 

Segundo dados do Banco Central,  em março de 2015, o estoque de crédito consignado no sistema financeiro chegou a R$ 259 bilhões, mostrando um crescimento de 13%, nos últimos 12 meses.

Até o dia 7 de maio deste ano, os contratos já somavam R$ 22 bilhões. Em Minas Gerais, o valor era de R$ 2,3 bilhões. Os aposentados e os pensionistas representam o público preferido dos bancos.

O cliente deve ter em mente  que o empréstimo consignado só deve ser feito, se for para trocar os juros altos de uma dívida já existente, por exemplo do cheque especial e do cartão de crédito, por juros mais baixos.  Não se deve utilizar o crédito consignado, jamais, para contrair novas dívidas.

A facilidade do depósito na conta do consumidor pode levá-lo a fazer mais de um empréstimo consignado, em instituições financeiras diferentes. Há também bancos que não respeitam o limite de 30% no desconto na folha de pagamento e promovem descontos maiores, tentando burlar a lei.

Isso é totalmente prejudicial ao trabalhador, porque compromete sua renda e ele não consegue pagar as contas básicas da casa como: luz, telefone e água. Por isso, a cautela com essa modalidade de empréstimo deve ser grande.

Os problemas financeiros trazem danos para o psíquico de que os enfrenta e pode prejudicar até o seu desempenho no trabalho. A pessoa fica preocupada em como saldar suas dívidas e pode entrar até em depressão, além do grande estresse, vivenciado para saldar as contas.

A presidente Dilma Roussef acertou ao vetar esse aumento no  limite de crédito e coibir novas dívidas, evitando assim mais inadimplência. A insensatez de deputados e senadores favoráveis a essa medida, demonstra mais uma vez o despreparo desses “senhores e senhoras” para o exercício da vida pública e sua insensibilidade quanto às questões financeiras das famílias brasileiras.

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