Fernanda Fernandes Borges
O Brasil perdeu o selo de bom pagador. Sua nota de crédito
de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil
passou de BBB- para BB+ pela agência de classificação de risco
Standard and Poor’s, no dia 9 de setembro. Essa instituição americana é uma das
que indicam se algum país é seguro para receber investimentos ou não. Com essa
nota, nossa nação perdeu o grau de investimento e passou para o grau
especulativo.
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Foto: Reprodução
A Standard and Poor's rebaixou a nota do Brasil
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O grau de investimento é um selo de qualidade que
assegura aos investidores um menor risco de calotes. O Brasil ainda possui grau
de investimento nas agências também
americanas Fitch Ratings e Moddy’s. Alguns fundos de pensão de países da Europa e
dos Estados Unidos seguem a regra de que só se pode investir em títulos em
países que estão classificados com grau de investimento, por agências
internacionais.
A perda do selo de bom pagador foi justificado pela
Standard and Poor’s, devido aos desafios
políticos e econômicos, pelos quais passa o país atualmente. A apresentação do
Orçamento 2016 com um déficit de R$ 30,5 bilhões, foi a causa principal.
Segundo essa agência, o Orçamento 2016 demonstra que o
Brasil vai gastar mais do que arrecadar e isso vai comprometer os objetivos
para cumprir as metas fiscais. A Standard and Poor’s ainda sinalizou uma tendência
negativa, ou seja, ainda pode rebaixar a nota do Brasil
novamente.
Essas agências internacionais avaliam a inflação; a
geração de riquezas por meio do Produto Interno Bruto (PIB); a situação financeira do país e a economia
feita pelo governo para pagar os juros da dívida externa por meio do superávit
primário, além do cenário da nação diante da economia mundial, para dar notas.
O que pode acontecer com o Brasil com a perda do grau de
investimento?
Possivelmente podem sair recursos financeiros aplicados
no país, muitos investidores estrangeiros também deixarão de fazer novos
investimentos, devido á nota. Isso pode acarretar crédito e juros mais caros, além da possível elevação do preço do dólar.
Também pode haver mais desempregos e grandes dificuldades
para se comprar máquinas e fertilizantes para o setor agrícola, devido ao alto
custo dos financiamentos.
O Ministro da Fazenda Joaquim Levy reafirmou que o Brasil
tem o compromisso com o equilíbrio da economia e com as metas fiscais. O
Ministro do Planejamento Nelson Mota não considerou a notícia boa, mas garantiu
que o país vai honrar seus compromissos e contratos.
O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências
internacionais Fitch Ratings e Standard and Poor’s em 2008 e em 2009 conquistou
a classificação da Moody’s.
Não se pode
esquecer que a agência Standard and Poor’s cometeu um grave erro em 2008, ao classificar
com boa nota o banco americano Lehman Brothers que faliu logo depois e
desencadeou a grave crise dos Estados Unidos.
A agência foi condenada a pagar uma multa de
1,37 bilhões de dólares, este ano, ás autoridades americanas por ter se equivocado, nas previsões da qualidade dos créditos imobiliários.
É nítido com mais uma vez, os estrangeiros tentam
influenciar a conduta da política brasileira. A agência Standard and Poor’s, além de
credibilidade questionável, se precipitou com o rebaixamento da nota
de nosso país, o que prejudica ainda mais as questões políticas e econômicas da nação.
É ridículo assistir a alguns veículos de comunicação e seus noticiários com âncoras despreparados que dão a notícia com os olhos
arregalados e a boca aberta para tentar pronunciar o nome em inglês. Além de
não dominar o idioma, são sensacionalistas e manipuladores.
Deixar uma agência internacional ditar o que pode ser
investido ou não no Brasil é um absurdo. Nosso país deve ser soberano para
resolver as questões políticas e econômicas sem depender de uma nota negativa, como
essa divulgada.
O passado de dominação já acabou. É preciso abandonar
essa mentalidade de subdesenvolvimento e focar no crescimento. Os brasileiros
não devem se contaminar por essas notícias e continuarem trabalhando, firmes em seus propósitos, para acabar com esse terrorismo, tanto do exterior, como por parte de alguns veículos da mídia
brasileira.
Lastimável ter que conviver com um tipo de jornalismo coercitivo
e mesquinho como o que tem sido apresentado, ultimamente. Cabe aos telespectadores, buscarem se informar por meio de canais mais
decentes e menos sensacionalistas.