Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Câmara gasta 1 milhão de reais por sessão noturna com horas extras



                                                            Fernanda Fernandes Borges



Parece mentira, mas é a dura realidade. Em Brasília, quando há sessão noturna no Plenário, cada servidor ganha R$ 400,00 por 2 horas extras. Cerca de 2.600 mil funcionários batem o ponto, mas só 500, geralmente ficam até o final.  Caso, a pessoa trabalhe mais de duas horas extras,  ela tem direito á folga, devido ao banco de horas.

Geralmente, as votações na Câmara têm início às 18 horas e seguem até o fim da noite. A carga horária dos funcionários da Câmara é de 8h ás 12h e de 14 h ás 19 h.  Desde fevereiro deste ano, já foram pagos R$ 1 milhão, em cada sessão noturna, devido ao pagamento de  horas extras a esses “dedicados trabalhadores”.

Trabalham na Câmara 4.667 servidores entre concursados e em cargos comissionados.  A Mesa Diretora estuda um modo de reduzir o pagamento desse benefício a esses exímios trabalhadores, nas sessões noturnas da Casa.

O autor desse levantamento é o deputado Beto Mansur (PRB – SP) que também deseja limitar esses pagamentos e propõe restrições tanto para os trabalhadores concursados quanto para os comissionados. Ele ressalta a necessidade de retirar o benefício de pelo menos 500 funcionários que segundo ele, são totalmente dispensáveis ao funcionamento das votações.
                                                                                                       Foto: Reprodução

Beto Mansur fez o levantamento que constatou os gastos exorbitantes com horas extras


As sessões noturnas, geralmente ocorrem ás terças e ás quartas. Se a cada semana, acontecer duas, no fim do mês, os gastos com horas extras chegam a  R$ 8 milhões.

O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha quer reduzir em 50% os gastos com horas extras. No último dia 3, ele disse que está estudando juntamente com a Mesa Diretora, uma maneira de diminuir as despesas com o pagamento de horas excedentes, nas sessões noturnas.

Segundo Eduardo, pelo menos 80% dos servidores que recebem o pagamento, não continuam na Câmara, após ás 21 horas. O deputado considerou isso um “absurdo”.
                                                                             Foto: Marcelo Camargo / ABR

Eduardo cunha promete redução nos pagamentos das horas extras


Enquanto a maioria dos trabalhadores brasileiros ganham R$ 788,00 para sobreviver e sustentar sua família, os servidores da Câmara esbanjam nosso dinheiro, recebendo as horas extras, que nesse caso, são totalmente desnecessárias.

Por que não realizam as votações mais cedo? O ideal não é cortar de alguns funcionários, mas sim extinguir esse pagamento a qualquer um que seja, para que o trabalho aconteça no período normal e não exceda a carga horária.

É muita regalia ter o dia todo para se reunir e votar projetos e só começar a trabalhar efetivamente á noite, para tornar o processo dispendioso e pouco eficaz, já que ninguém mais está disposto a encarar o trabalho pesado, depois de passar um dia inteiro na Câmara.

O absurdo maior é a grande parte bater o ponto e não ficar até o final. Cadê a fiscalização do gasto do dinheiro público? O que esses deputados estão fazendo lá que não tomam uma atitude quanto a esse comportamento?

São perguntas, que com certeza não haverá respostas. Enquanto, o  Brasil tenta reequilibrar as contas públicas, com previsão de um déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016, esses servidores ganham de modo fácil e nem trabalham.

Agora é o momento oportuno para os cidadãos cobrarem um mínimo de decoro dessas autoridades. Exigir que trabalhem mais e ganhem menos. Quem sabe assim, nosso país produza mais e tenha que arcar com menos despesas totalmente desnecessárias  e absurdas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário