Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

domingo, 13 de setembro de 2015

O que significa a nota BB+ para o Brasil?



                                                           Fernanda Fernandes Borges



O Brasil perdeu o selo de bom pagador. Sua nota de crédito de longo prazo em  moeda estrangeira do Brasil passou  de  BBB- para BB+ pela agência de classificação de risco Standard and Poor’s, no dia 9 de setembro. Essa instituição americana é uma das que indicam se algum país é seguro para receber investimentos ou não. Com essa nota, nossa nação perdeu o grau de investimento e passou para o grau especulativo.
                                                                               Foto: Reprodução

A Standard and Poor's  rebaixou a nota do Brasil


O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. O Brasil ainda possui grau de investimento nas agências  também americanas Fitch Ratings e Moddy’s.  Alguns fundos de pensão de países da Europa e dos Estados Unidos seguem a regra de que só se pode investir em títulos em países que estão classificados com grau de investimento, por agências internacionais.

A perda do selo de bom pagador foi justificado pela Standard and Poor’s,   devido aos desafios políticos e econômicos, pelos quais passa o país atualmente. A apresentação do Orçamento 2016 com um déficit de R$ 30,5 bilhões, foi a causa principal.

Segundo essa agência, o Orçamento 2016 demonstra que o Brasil vai gastar mais do que arrecadar e isso vai comprometer os objetivos para cumprir as metas fiscais. A Standard and Poor’s ainda sinalizou uma tendência negativa,  ou seja,  ainda pode rebaixar a nota do Brasil novamente.

Essas agências internacionais avaliam a inflação; a geração de riquezas por meio do Produto Interno Bruto (PIB);  a situação financeira do país e a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida externa por meio do superávit primário, além do cenário da nação diante da economia mundial, para dar notas.

O que pode acontecer com o Brasil com a perda do grau de investimento?

Possivelmente podem sair recursos financeiros aplicados no país, muitos investidores estrangeiros também deixarão de fazer novos investimentos, devido á nota. Isso pode acarretar crédito e juros mais caros, além da possível elevação do preço do dólar.

Também pode haver mais desempregos e grandes dificuldades para se comprar máquinas e fertilizantes para o setor agrícola, devido ao alto custo dos financiamentos.

O Ministro da Fazenda Joaquim Levy reafirmou que o Brasil tem o compromisso com o equilíbrio da economia e com as metas fiscais. O Ministro do Planejamento Nelson Mota não considerou a notícia boa, mas garantiu que o país vai honrar seus compromissos e contratos.

O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard and Poor’s em 2008 e em 2009 conquistou a classificação da Moody’s.

Não se pode esquecer  que a agência Standard and Poor’s  cometeu um grave erro em 2008, ao classificar com boa nota o banco americano Lehman Brothers que faliu logo depois e desencadeou a grave crise dos Estados Unidos.

 A agência foi condenada a pagar uma multa de 1,37 bilhões de dólares, este ano, ás autoridades americanas por ter se equivocado,  nas previsões da qualidade dos créditos imobiliários.

É nítido com mais uma vez,  os estrangeiros  tentam influenciar a conduta da política brasileira. A agência Standard and Poor’s,   além de credibilidade questionável, se precipitou com o rebaixamento da nota de nosso país, o que prejudica ainda mais as questões políticas e econômicas da nação.

É ridículo assistir a alguns veículos de comunicação e seus noticiários  com âncoras  despreparados que dão a notícia com os olhos arregalados e a boca aberta para tentar pronunciar o nome em inglês. Além de não dominar o idioma, são sensacionalistas e manipuladores.

Deixar uma agência internacional ditar o que pode ser investido ou não no Brasil é um absurdo. Nosso país deve ser soberano para resolver as questões políticas e econômicas sem depender de uma nota negativa, como essa divulgada.

O passado de dominação já acabou. É preciso abandonar essa mentalidade de subdesenvolvimento e focar no crescimento. Os brasileiros não devem se contaminar por essas notícias e continuarem trabalhando, firmes em seus propósitos, para acabar com esse terrorismo,  tanto do exterior,  como por parte de alguns veículos da mídia brasileira.

Lastimável ter que conviver com um tipo de jornalismo coercitivo e mesquinho como o que tem sido apresentado,  ultimamente. Cabe aos telespectadores,  buscarem se informar por meio de canais mais decentes e menos sensacionalistas.

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