Fernanda Fernandes Borges
A palavra “bullying” é oriunda do termo inglês “bully”
que significa valentão, brigão. Além de trazer consequências negativas para
quem é intimidado por colegas nas escolas, universidades ou no trabalho, é
prejudicial para quem pratica essa violência seja física ou verbal.
O bullying sempre existiu, no entanto o primeiro a
relacionar o fenômeno à palavra foi Dan Olwes, professor da Universidade da
Noruega, no final da década de 70. O estudioso analisava as tendências suicidas
entre os adolescentes. Atualmente, a internet e os meios de comunicações
divulgam constantemente o assunto.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO bullying é assunto recorrente na mídia |
O bullying pode ser compreendido como uma perseguição,
agressão física ou emocional, intencionais, feitas de modos repetitivos, perante
um público. O ambiente não se restringe apenas à escola, onde é mais comum,
pode ocorrer em universidades, na família e no trabalho.
Hoje há também o ciberbullying que se utiliza das
tecnologias da informação como: e-mails, celulares, blogs e recursos midiáticos
para difamar e ofender colegas pelas redes socais.
As vítimas podem desenvolver posteriormente: baixa
autoestima, insegurança, depressão, medo , angústia, dificuldade de
concentração e em casos extremos podem cometer até suicídio. Devem buscar
tratamento psicológico para enfrentar esse problema e se fortalecerem como
seres humanos.
Quem pratica esse tipo de agressão pode se tornar uma
pessoa antissocial, ter envolvimento com drogas e até mesmo com a justiça, por
não saber respeitar os outros indivíduos.
Geralmente, o autor do bullying tem baixo rendimento
escolar, enfrenta algum tipo de rejeição seja social ou familiar e tenta se
sobressair agredindo outras pessoas, para aliviar suas frustrações. Deseja ser
popular na escola e respeitado pelos outros, por não conseguir reconhecimento
por méritos próprios.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesQuem pratica bullying, geralmente é frustrado com suas ineficiências |
O que caracteriza realmente o bullying são as seguintes
características: intenção do autor em ferir o alvo; repetição da agressão;
presença de espectadores e concordância do alvo em relação á ofensa. Caso, o
agredido ignore o autor ou tome providências, muitas vezes, extermina a
continuidade desse processo.
É indispensável que os pais sempre conversem com os seus
filhos, para saber o que ocorre na escola. Caso, eles detectem alguma violência, por parte dos colegas, devem informar os responsáveis da instituição e se não for
suficiente, devem procurar o Conselho Tutelar para tomar as medidas cabíveis.
As instituições devem ensinar desde cedo aos estudantes
que esse tipo de prática é abominável e que não será tolerada no
estabelecimento. Além disso, o respeito às diferenças sejam sociais, étnicas ou
religiosas devem ser trabalhadas para evitar conflitos ideológicos entre os
colegas.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesEscola deve ser intolerante com essa prática de agressão |
Um levantamento realizado com mais de 100 mil alunos de
escolas públicas e privadas do Brasil, mostrou que 20% dos estudantes já
praticaram bullying. O estudo foi feito pelo Ministério da Saúde e aplicado
pelo IBGE.
As agressões partem mais dos meninos que das meninas. Dos
entrevistados, 51% não souberam explicar o porquê das ofensas proferidas contra
os colegas. Os que se justificaram alegaram que a aparência do corpo, do rosto,
a região de origem foram os motivos que
os levaram a insultar as vítimas.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesMilhares de alunos de escolas do Brasil já praticaram o bullying |
É ridícula a justificativa de que a aparência de alguém,
a sua origem, ou a crença religiosa seja motivo de uma agressão gratuita. Quem
disse para esses autores que a conduta da vida deles ou a fisionomia de seu
corpo ou rosto são agradáveis a todos?
Quem pratica esse ato é pior que um animal irracional.
Por isso, nota-se que são pessoas revoltadas consigo mesmas e que não se
aceitam. O tratamento psicológico é o melhor caminho para acabar com esse
ódio que esses autores têm de si próprios.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA violência física ou mental é sinal de irracionalidade |
Resta á sociedade abolir essa prática e denunciar seja na
escola ou em outros órgãos competentes essa violência contra o semelhante. É
inadmissível que no século 21, o homem ainda continue se comportando como um ser
das cavernas. Porém, há uma enorme diferença, sua força não é para lutar pela
sobrevivência, mas para disseminar a discórdia e a destruição.