Fernanda Fernandes Borges
A origem do Carnaval está na Antiguidade,
posteriormente os festejos passaram a
ser incluídos no calendário da Igreja Católica. No
Brasil, a festa teve origem com a chegada dos portugueses e sofreu diversas
transformações até ser considerada uma comemoração popular que reúne
diversidade, luxo e alegria em milhares de cidades, todos os anos.
Foto: Arquivo pessoalA jornalista Fernanda Fernandes Borges brincando o caranval quando criança |
Na Era Antiga,
há milhares de anos, hebreus, romanos e gregos realizavam festejos repletos
de comidas e bebidas para comemorar as colheitas e agradecer as divindades.
Geralmente, as festas aconteciam em novembro e dezembro.
Na Idade Média, a Igreja
colocou o Carnaval em seu calendário e a comemoração
passou a ocorrer alguns dias, antes da Quaresma
que significa 40 dias, destinados às
reflexões, aos jejuns e ao modo de viver dos Cristãos.
Os bailes de máscaras são oriundos da nobreza italiana e
se destacaram, a partir do século XIII.
No século XIX,
as máscaras e fantasias de tornaram populares em toda a Europa e merecem
destaque personagens como Pierrô, Arlequim
e Colombina da Commedia Dell’Arte
Italiana.
O Carnaval
chegou ao Brasil junto com os portugueses, no período da colonização. O Entrudo é uma festa de
origem portuguesa e foi praticada pelos escravos, no século XVII, nas ruas do Brasil. Eles pintavam os rostos e
faziam guerras de água, farinhas e limões de cheiro.
As famílias brancas e ricas festejavam o Carnaval em suas casas, longe das
ruas. No século XIX, os carnavais em
salões, com bailes suntuosos, começaram
a surgir no Brasil, com inspiração nas festas europeias.
Ainda no século
XIX, a prática do Entrudo foi proibida, pois passou a ser considerada
negativa, criminosa e atrasada.
Na segunda metade
do século XIX, surgiram os desfiles
de alegorias e os bailes carnavalescos. Também aconteceram as criações de
cordões semelhantes a procissões religiosas com capoeira e a figura dos Zé Pereiras que são tocadores de
grandes bumbos.
Na passagem do século XIX para o século
XX, na Bahia, surgem os afoxés para
relembrar as tradições culturais africanas. No mesmo período, nasce o Frevo , em Recife e o Maracatu, na cidade de Olinda.
Merecem destaque os ranchos
que eram cortejos praticados, principalmente por pessoas de origem rural.
A compositora Chiquinha
Gonzaga criou a primeira marchinha Ó Abre
Alas, em 1899, para o bloco carnavalesco Rosa de Ouro. Na década de 1910, surgiu
o samba Pelo Telefone dos
autores Donga e Mauro de Almeida.
Entre 1910 e 1930,
surgiram os desfiles de corsos,
carros conversíveis da elite carioca, na Avenida Central, atual Avenida Rio Branco,
no Rio de Janeiro.
Na década de 1920, há
a popularização de sambas e marchinhas dos compositores Braguinha, Haroldo e
Lamartine Babo. As Escolas de Samba também surgiram nessa
década e realizaram a primeira disputa em 1929.
Em 1950, na cidade de Salvador, foi criado o trio
elétrico pelos artistas Dodô e Osmar.
Em 1984, o Sambódromo
da Marquês de Sapucaí, também
conhecido como Sambódromo do Rio de Janeiro
e oficialmente denominado Passarela
Professor Darcy Ribeiro foi inaugurado pelo governador da época Leonel Brizola.
As escolas de samba do Rio de Janeiro passaram a ter um local próprio, para exibir um carnaval luxuoso, que continua sendo bastante rentável para a economia da cidade .
Conhecer a história do Carnaval
no mundo e no Brasil é uma experiência cultural, extremamente relevante, para
compreender a dimensão dessa festa na vida das pessoas. O festejo carnavalesco
é algo que nunca deixará de existir, pois é a alegria de celebrar a vida.
Geralmente, em nosso país, a festa é oficialmente
comemorada entre os meses de fevereiro e março e acontece durante quatro dias.
Esse festejo popular deve sempre
ocorrer com responsabilidade e sem excessos, para que todos possam se alegrar
de modo harmônico e sem qualquer tipo de violência.
O Carnaval é a festa do povo. Não importa a idade, a classe social ou
as ideologias, o que interessa é brincar e tornar a essência humana mais leve e
menos formal. A vida tem mais sentido, quando podemos aproveitar esses belos
momentos repletos da expressão popular de um povo.