Fernanda Fernandes Borges
A Pesquisa Endividamento e Inadimplência Do
Consumidor (Peic) Anual da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo (CNC) divulgada, no dia 24
de janeiro, mostrou que o número de
famílias com contas ou dívidas atrasadas aumentou 18,4%. Porém, houve uma
redução de 3,9% no número médio de famílias endividadas.
Os dados parecem
contraditórios, mas não são. Houve uma queda no nível de endividamento das
famílias, elas passaram a fazer menos contas. Entretanto, houve aumento da
inadimplência, elas não conseguiram quitar as dívidas já feitas e vencidas.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesAs famílias estão fazendo menos contas |
Em 2016, o percentual de famílias com contas em atraso chegou
a 23,6%, resultado 18,4% acima de 2015. A pesquisa identificou 9,2 milhões de
famílias endividadas em 2016, contra 8,9
milhões em 2015.
Apesar de ter ocorrido redução no nível médio de endividamento das famílias de 61,1%
em 2015, para 58,7% em 2016, os outros
indicadores da inadimplência subiram principalmente, a partir do terceiro
trimestre do ano.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesHouve uma pequena rdução no nível de endividamento |
O número de famílias endividadas que não conseguiram
pagar as contas e permaneceram inadimplentes em 2016 ficou em 8,9%, um aumento
de 25,2%, em comparação ao ano de 2015.
Os tipos de dívidas
mais comuns foram feitas :
- Através do cartão, por 77,1% das famílias;
- Carnês, por 15,4% das famílias;
- Crédito pessoal, para
10,3% das famílias;
As famílias tiveram dificuldades de honrar os seus
compromissos, devido ao encarecimento do crédito, ao desemprego e à crise
econômica.
O comprometimento da renda mensal para saldar as dívidas
se manteve em torno de 30%, ficando estável em relação ao ano de 2015.
A
Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) é
realizada em todas as capitais federais e no Distrito Federal, todos os meses, e entrevista 18 mil consumidores.
Foto: Fernanda Fernandes Borges A pesquisa ouviu mais de 18 mil pessoas |
Com a instabilidade do mercado de trabalho e o aumento
dos juros, é perceptível o aumento do
número de famílias que não honram os
compromissos já firmados, possivelmente em uma outra conjuntura mais favorável
e segura.
É necessário renegociar as dívidas e manter o orçamento
longe de novas compras. O uso de uma planilha mensal pode ser de grande
utilidade, para se colocar os valores
que se ganha com as despesas da casa. Assim, fica mais fácil controlar os
gastos e impedir os excessos que o poder aquisitivo não é capaz de pagar.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesÉ necessário planejar bem os gastos mensais |
Livrar-se de contas vencidas e ter um controle do que
entra e sai no planejamento doméstico, é
uma das formas de evitar a inadimplência e demonstrar amadurecimento, para lidar com as finanças em épocas pouco
abastadas e com cenário econômico imprevisível.
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