Fernanda Fernandes Borges
A habilidade de ler e escrever é indispensável na vida cotidiana.
Infelizmente 758 milhões de pessoas no mundo não têm a oportunidade de
compreender as letras e os códigos que veem e muito menos de escrevê-los em
algum lugar. Os dados foram divulgados pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco), em fevereiro deste ano.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Milhões de pessoas não têm a oportunidade de aprender a ler e a escrever no mundo
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Nessa edição do Relatório
Global sobre Aprendizagem de Adultos e Educação (Grale III), o tema é “O impacto da aprendizagem e da educação de
adultos na saúde e no bem-estar, no
emprego e no mercado de trabalho e na vida social, cívica e comunitária”.
O estudo avaliou as nações através de pesquisas de
monitoramento, respondidas por 139
países que se comprometeram por
meio do Marco de Ação de Belém,
assinado em 2009, no Brasil, em incluir propostas políticas que viabilizassem a
melhora da educação e do aprendizado de adultos em cinco áreas: políticas,
governança, financiamento, participação e qualidade.
Os países que assinaram o Marco de Ação de Belém que foi aprovado na 6ª Conferência Internacional de
Aprendizagem e Educação de Adultos, prometeram adotar ações que
possibilitassem a educação e o aprendizado de adultos através de políticas
públicas e leis.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
A leitura é fundamental para a compreensão do mundo atual
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Percebe-se que dos 139 países que se comprometeram a
reduzir em 50% o analfabetismo até 2015, apenas 39 cumpriram essa meta que está
inserida no programa Educação para Todos.
O Brasil não alcançou esse índice.
O relatório mostra que dos 758 milhões de adultos, no mundo, que não sabem ler e nem elaborar uma simples
frase, 115 milhões têm entre 15 e 24 anos. A maioria, 643 milhões (85%)
têm mais de 24 anos.
O acordo para reduzir em 50% o analfabetismo até
2015, já havia sido firmado na Cúpula
Mundial de Educação, ocorrida em Dakar, capital do Senegal, no ano
2000.
De acordo com este relatório da Unesco (Grale III), a
maioria (63%) dos adultos analfabetos são mulheres. Nos 139 países que fizeram
parte dessa pesquisa, 9,7% das meninas não está na educação formal. O índice de
meninos fora da escola é de 8,3%.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
O estudo mostrou que o número de meninas fora da escola é maior que o de meninos
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Os países afirmaram
que estão se esforçando para melhorar os índices. Das 139 nações que
fizeram parte desse estudo, 75% garantem que melhoraram muito as suas políticas
de leis em aprendizagem e educação de adultos, desde 2009.
No entanto, apenas 18% dispensaram atenção às minorias
étnicas, lingüísticas e religiosas. Apenas 17% deram atenção aos imigrantes e
refugiados. Novamente, apenas 17%
concentraram suas ações em adultos com deficiências.
De
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em novembro de 2016,
o Brasil tem 12,9 milhões de analfabetos, o que representa 8% da população.
A maior parte dessas pessoas que não sabem ler e
escrever têm mais de 60 anos,
representando 6,5 milhões de pessoas. Os idosos são os mais prejudicados com a
falta dessas habilidades. O número cai para 342 mil pessoas que são analfabetas
e jovens com menos de 24 anos.
A impossibilidade de ler e escrever impede que as pessoas
gerenciem suas próprias vidas, pois são incapazes de compreender com decência o
mundo em que vivem e as próprias relações profissionais, comerciais e pessoais.
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Foto: Fernanda Fernandes Borges
Os livros são a possibilidade de tornar o ser humano mais atuante na sociedade em que vive
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É indigno que milhões de pessoas continuem na ignorância
das letras e dos números, neste universo
contemporâneo, baseado na grande tecnologia que possibilita a comunicação
entres distantes nações, através de um simples clique por meio do computador e
da internet.
A alfabetização é ação principal para que o ser humano
possa desenvolver plenamente as suas habilidades e se tornar um ser
independente e atuante onde reside.
O ato de educar
é o primeiro passo que toda nação deve
dar para que a sua população seja capaz de contribuir de modo eficiente, para o grande desenvolvimento que pode ser
alcançado, por meio da leitura e da
escrita, praticadas por pessoas de qualquer faixa etária.