Fernanda Fernandes Borges
O Brasil tem 11,5 milhões de analfabetos,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Os dados da Pesquisa Educação
2017 que integra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad), divulgada em 18 de maio, mostram que o analfabetismo caiu de 7,2% em
2016 para 7% em 2017, representando uma queda ínfima de 0,2%, o que significa um número de 300 mil pessoas
que passaram a ler e a escrever com idade igual ou superior a 15 anos.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesNo mundo contemporâneo é fundamental saber ler e escrever |
O índice é inferior à meta de 6,5% fixada para o ano de
2015, de acordo com a meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE)
aprovado em 2014. Passado dois anos, o país ainda não atingiu essa meta e tem
pela frente o desafio de erradicar o analfabetismo até 2024, como prevê o PNE.
O analfabetismo vem decrescendo nos últimos anos. Em 2015
a taxa foi de 7,7%, em 2016 de 7,2% e em 2017 de 7%.
Observa-se que a diferença regional ainda
é marcante para essa triste realidade brasileira. As regiões Sul (3,5%),
Sudeste (3,5%) e Centro – Oeste (5,2%)
já atingiram a meta estipulada para 2015.
Já as regiões Norte (8%) e Nordeste ( 14,5%) ainda têm um grande
trabalho para combater o analfabetismo.
A idade também é um
fator determinante para avaliar o analfabetismo. Em 2017, as pessoas com mais de 60 anos que
não sabiam ler e escrever representavam
19,3%, um índice um pouco menor, se comparado ao ano de 2016 quando foi
de 20,4%, uma queda de 1,1%.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesHouve uma pequena redução do analfabetismo em pessoas com mais de 60 anos |
O analfabetismo ainda é maior entre pessoas negras e pardas. Em
2017, o índice foi de 9,3%, enquanto a taxa para brancos foi de 4%.
Entre 2016 e 2017 houve um recuo maior
para o analfabetismo de pessoas negras e pardas de 9,9% para 9,3%, queda
de 0,6%, enquanto a taxa para os brancos
reduziu de 4,2% para 4%, uma queda de 0,2%.
Os cursos de
alfabetização para adultos apresentaram
queda no número de matrículas. Em
2016 foram 153 mil pessoas matriculadas e em 2017 o número caiu para 118 mil.
Os dados da Pnad apontam crescimento de pessoas matriculadas
no programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA), entre 2016 e 2017 houve um crescimento de 3,4% de inscrições no Ensino
Fundamental.
Já no Ensino Médio, o
crescimento foi bem mais expressivo. O
número de pessoas matriculadas no EJA aumentou 10,6% em um ano.
Em relação ao Ensino
Médio regular freqüentado por jovens entre 15 e 17 anos, os números não são
satisfatórios. Apenas 68% desse grupo estava
freqüentando a escola, o restante
estava fora ou atrasado nos estudos.
Houve um aumento dos anos de estudos entre pessoas com 25
anos ou mais. Em 2017, a média foi de 9,1 anos, um aumento de 0,2 anos em
relação a 2016.
As mulheres ainda estudam mais que os homens. Em 2017, a média
foi de 9,3 anos para elas , enquanto para eles foi de 8,9 anos.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesAs mulheres estudam mais que os homens |
As pessoas brancas estudam em média 10,1 anos, enquanto as negras e pardas 8,9 anos.
Um dado bastante preocupante. Em 2017, em
um universo de 48,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, 23%, cerca de 11,16
milhões, não estudavam e nem trabalhavam. Em 2016 eram 21,8%, cerca
de 10,54 milhões, mostrando que houve um aumento de 1,2% na geração denominada nem –
nem que nem trabalha e nem estuda.
A educação brasileira precisa combater com mais
eficiência o analfabetismo e incentivar os jovens ao estudo, pois apenas o
conhecimento é capaz de desenvolver uma nação, tornando os seus cidadãos
produtivos.
É lastimável que mais de 11 milhões de brasileiros não sabiam
ler e escrever em um universo repleto de tecnologias que obrigam as pessoas a buscarem sempre novos saberes, para
se manterem atualizadas e conectadas umas às outras.
Os jovens brasileiros precisam encontrar foco e
transformarem a geração nem – nem em uma geração próspera de pessoas que lutam
por seus ideais e têm esperança de progredir na vida e passar esses valores aos
seus descendentes.
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