Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Analfabetismo tem redução pouco expressiva no Brasil


    

Fernanda Fernandes Borges    



O Brasil tem 11,5 milhões de analfabetos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados da Pesquisa Educação 2017 que integra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada em 18 de maio,  mostram que o analfabetismo caiu de 7,2% em 2016 para 7% em 2017, representando uma queda ínfima de 0,2%,  o que significa um número de 300 mil pessoas que passaram a ler e a escrever com idade igual ou superior a 15 anos.



                            Foto: Fernanda Fernandes Borges

No mundo contemporâneo é fundamental saber ler e escrever




O índice é inferior à meta de 6,5% fixada para o ano de 2015,  de acordo com a meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado em 2014. Passado dois anos, o país ainda não atingiu essa meta e tem pela frente o desafio de erradicar o analfabetismo até 2024,  como prevê o PNE.
O analfabetismo vem decrescendo nos últimos anos. Em 2015 a taxa foi de 7,7%, em 2016 de 7,2% e em 2017 de 7%.
Observa-se que a diferença regional ainda é marcante para essa triste realidade brasileira. As regiões Sul (3,5%), Sudeste (3,5%) e Centro – Oeste (5,2%)  já atingiram a meta estipulada para 2015.
Já as regiões Norte (8%)  e Nordeste ( 14,5%) ainda têm um grande trabalho para combater o analfabetismo.
A idade também é um fator determinante para avaliar o analfabetismo.  Em 2017, as pessoas com mais de 60 anos que não sabiam ler e escrever representavam  19,3%, um índice um pouco menor, se comparado ao ano de 2016 quando foi de 20,4%, uma queda de 1,1%.



                Foto: Fernanda Fernandes Borges

Houve uma pequena redução do analfabetismo em pessoas com mais de 60 anos 

                               

O analfabetismo ainda  é maior entre pessoas negras e pardas. Em 2017, o índice foi de 9,3%, enquanto a taxa para brancos foi de 4%.
Entre 2016 e 2017 houve um recuo maior para o analfabetismo de pessoas negras e pardas de 9,9% para 9,3%, queda de  0,6%, enquanto a taxa para os brancos reduziu de 4,2% para 4%, uma queda de 0,2%.
Os cursos de alfabetização para adultos apresentaram  queda no número  de matrículas. Em 2016 foram 153 mil pessoas matriculadas e em 2017 o número caiu para 118 mil.
Os dados da Pnad  apontam crescimento de pessoas matriculadas no programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA),  entre 2016 e 2017 houve um  crescimento de 3,4% de inscrições no Ensino Fundamental.
Já no Ensino Médio, o crescimento foi bem mais expressivo.  O número de pessoas matriculadas no EJA aumentou 10,6% em um ano.
Em relação ao Ensino Médio regular freqüentado por jovens entre 15 e 17 anos, os números não são satisfatórios. Apenas 68% desse grupo estava  freqüentando a escola,  o restante estava fora ou atrasado nos estudos.
Houve um aumento dos anos de estudos entre pessoas com 25 anos ou mais. Em 2017, a média foi de 9,1 anos, um aumento de 0,2 anos em relação a 2016.
As mulheres ainda  estudam mais que os homens. Em 2017,   a média foi de 9,3 anos para elas , enquanto para eles foi de 8,9 anos.


                          Foto: Fernanda Fernandes Borges

As mulheres estudam mais que os homens 

                                         

As pessoas brancas estudam em média 10,1 anos,  enquanto as negras e pardas 8,9 anos.
Um dado bastante preocupante. Em 2017, em um universo de 48,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, 23%, cerca de 11,16 milhões,  não estudavam e  nem trabalhavam. Em 2016 eram 21,8%, cerca de  10,54 milhões, mostrando que houve  um aumento de 1,2% na geração denominada nem – nem  que nem trabalha e nem estuda.
A educação brasileira precisa combater com mais eficiência o analfabetismo e incentivar os jovens ao estudo, pois apenas o conhecimento é capaz de desenvolver uma nação, tornando os seus cidadãos produtivos.
É lastimável que mais de 11 milhões de brasileiros não sabiam ler e escrever em um universo repleto de tecnologias que obrigam as  pessoas a buscarem sempre novos saberes, para se manterem atualizadas e conectadas umas às outras.
Os jovens brasileiros precisam encontrar foco e transformarem a geração nem – nem em uma geração próspera de pessoas que lutam por seus ideais e têm esperança de progredir na vida e passar esses valores aos seus descendentes.






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