Fernanda Fernandes Borges
A Campanha de Vacinação contra a Poliomielite,
popularmente conhecida como Paralisia Infantil,
começou no último dia 15 e vai até
o dia 31 deste mês. Com o lema “Você
é o protetor do seu filho”, a expectativa do governo é de que 12 milhões de
crianças, com idade entre seis meses a 5 anos incompletos, recebam a vacina.
Os pais devem levar o cartão de vacinação aos postos,
para saber se o calendário de imunização dos filhos está em dia. Caso, esteja faltando alguma vacina, poderá receber a dose,
como a da tríplice viral que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba,
destinada a crianças de 1 a 5 anos incompletos.
Foto: Ministério da SaúdeA vacinação é a única forma de se evitar a doença |
A poliomielite é uma doença viral, causada pelo poliovírus
que afeta os nervos e pode levar á paralisia parcial ou total. É também
conhecida como paralisia infantil, porque as crianças são mais suscetíveis á
contaminação. No entanto, atinge adultos
também.
A infecção pelo poliovírus é por contato direto, de
pessoa a pessoa. Também ocorre por meio do muco, catarro ou fezes contaminados.
Água e alimentos infectados, também podem ser meios de transmissão da doença.
Quando a poliomielite atinge o sistema nervoso, destrói
os neurônios motores e provoca a paralisia nos membros inferiores. A pessoa
pode morrer, caso as células nervosas que controlam os músculos respiratórios e
de deglutição, sejam contaminadas.
Há
dois tipos de poliomielite:
Poliomielite
Não – Paralítica: É a mais recorrente e atinge a maior parte
das pessoas. Os sintomas se assemelham aos da gripe: febre; dor de cabeça;
garganta inflamada; vômitos, fadiga; dor nas costas ou rigidez nos braços e nas
pernas, além de fraqueza muscular e sensibilidade.
Poliomielite
Paralítica: É a
forma mais rara da doença. Pode apresentar sintomas iniciais parecidos com a da
não- paralítica. Após uma semana ela se
agrava. Há perda dos reflexos, dores musculares graves e fraqueza. Os membros
ficam soltos e flácidos, em muitos casos em um lado do corpo.
Infelizmente a poliomielite não tem cura e a única forma
de preveni-la é através da vacinação. O Brasil detectou o último caso em 1989 e
hoje é considerado um país livre da doença.
Em 1994, nosso país recebeu da Opas (Organização Pan-
Americana da Saúde) um certificado de Erradicação da Transmissão Autóctone do
Poliovírus Selvagem, juntamente com os demais países do continente americano. O
resultado alcançado no Brasil se deve ao Programa Nacional de Imunização (PNI),
iniciado em 1980.
Quase 10 países apresentaram a doença entre 2013 e 2014,
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desses, três foram endêmicos:
Paquistão Nigéria e Afeganistão. Há um Planejamento Estratégico Endgame para
Erradicação da Pólio (2013-2018) que tem como objetivo erradicar a doença até
2018 do planeta. O documento foi elaborado pela Iniciativa Global de
Erradicação da Pólio.
A criança que nuca recebeu a vacina, não pode receber as
gotinhas. Deve se vacinar primeiro com a VIP (Vacina Inativada Poliomielite).
Ela também é indicada para bebês de dois meses e uma segunda dose deve ser
aplicada aos 4 meses.
Quando a criança já tem seis meses deve receber uma dose
da VOP (Vacina Oral Poliomielite), outra dose ao completar 15 meses e outra aos
4 anos
A vacina é contraindicada para crianças que apresentem infecção aguda com febre acima de 38° C ou com hipersensibilidade a algum componente da vacina.
A vacina é contraindicada para crianças que apresentem infecção aguda com febre acima de 38° C ou com hipersensibilidade a algum componente da vacina.
O Ministério da Saúde lançou a Campanha no dia 11 de
agosto e contou com a presença do personagem Zé Gotinha para incentivar o
processo de imunização. Devem ser distribuídas 16 milhões de doses da vacina,
durante a campanha. A vacina também está disponível, durante todo o ano, nos
postos de saúde brasileiros.
Os pais devem ficar atentos ás datas e nunca se descuidarem da caderneta
de vacinação dos filhos. A poliomielite é uma doença incurável e cada família
deve fazer sua parte para manter esse vírus, longe das terras brasileiras.
A Campanha deve ser amplamente divulgada, para que o
Ministério da Saúde cumpra a meta para 2015 e continue conservando a os bons
índices de anos anteriores em que
conseguiu vacinar mais de 95% do
público alvo, sendo um exemplo para o mundo. Uma cobertura excelente.
O que se almeja é proteger as crianças e livrá-las de
consequências sérias trazidas por uma doença que pode paralisá-las, de modo
permanente. O amor incondicional que o pai e a mãe desprendem aos herdeiros
deve ser demonstrado no zelo pela saúde, porque esse é um bem que ninguém pode
comprar. A prevenção é o único caminho.