Fernanda Fernandes Borges
O dia 20 de julho de 2015 foi uma data histórica para os
americanos e os cubanos. A reabertura da embaixada de Cuba em Whashigton,
capital dos Estados Unidos, após 54 anos de rompimento das relações entre as
duas nações, aconteceu em uma cerimônia
com o secretário de Estado norte-americano John Kerry o Ministro das Relações
Exteriores de Cuba Bruno Rodríguez.
Foto: Reprodução / PoolA cerimônia de reabertura da embaixada cubana contou com a presença de Bruno Rodríguez |
Em Havana, capital de Cuba, o Escritório de Interesse dos
Estados Unidos se tornou a embaixada dos
EUA, em Cuba, no primeiro minuto do dia
20 de julho. A reabertura oficial está
marcada para o dia 14 de agosto, com a presença do secretário de Estado dos
Estados Unidos John Kerry, na capital cubana.
Em dezembro de 2014, Raúl Castro, presidente de Cuba e
Barack Obama, presidente dos EUA, já haviam anunciado uma retomada das relações
diplomáticas. Obama justificou que não havia sentido continuar com uma política
de mais de cinco décadas que não conseguiu impor mudanças em Cuba.
A retomada das relações diplomáticas em nada altera o
embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, em 1962. Conhecido em
Cuba como “El bloqueo” o embargo é
uma interdição de caráter econômico, financeiro e comercial, renovado anualmente
pelos americanos.
Essa limitação que vigora há mais de 50 anos só pode ser
removida pelo Congresso dos EUA e não há evidências de que isso ocorra em
breve. Segundo uma pesquisa, a maioria dos cubanos-americanos é contra essa
imposição.
O bloqueio ocorreu na época da Guerra Fria, devido à
aproximação de Cuba com os soviéticos. Com o término da União Soviética, em
1991, Cuba vem passando por sérias dificuldades econômicas que também foram se
agravando, com o bloqueio que vigora há mais de meio século.
As ideias de Cuba em relação ao Comunismo nunca agradaram
aos EUA e por isso o país resolveu dificultar o comércio e as relações com a
ilha, dirigida até então por Fidel Castro. Por problemas de saúde, ele se
afastou da presidência e foi substituído pelo irmão Raúl Castro, em 2006.
Atualmente, Cuba pode ser considerado um país com
ideologia socialista, porque tem uma economia planejada e controla os meios de
produção. O destaque é a educação universitária que propicia a todo o cidadão o
direito de se formar em um curso superior, caso seja de seu interesse.
A Câmara de Comércio dos Estados Unidos estima ter
perdido pelo menos 1,2 bilhões de dólares em negócios, devido ao embargo. Esse
número é bem mais impactante para Cuba, que precisa se readequar com a economia
moderna e espera que essa reaproximação com os americanos permita o fim do
embargo e devolução da área da prisão de Guantánamo.
Obama tem dados sinais de que pretende lutar contra essa
política de interdições. O presidente dos EUA aumentou de 500 para 2 mil
dólares o limite de remessas que podem ser enviadas a parentes em Cuba. No
entanto, a decisão do término do embargo depende do Congresso americano e não
parece ser uma decisão fácil e rápida.
Esse fato é um exemplo de como os líderes das nações
devem repensar suas atitudes e decisões. A reaproximação entre Estados Unidos e
Cuba pode ser vantajosa para os dois países,
desde que cada um respeite a independência e a cultura da outro.
Cuba precisa fortalecer sua economia e não apenas viver
de um sonho de uma nação totalmente sem desigualdades, como a ideologia
comunista, pois isso muitas vezes, é uma grande utopia. É claro que toda nação
deve distribuir de maneira mais justa a renda, mas não pode sacrificar toda uma
população, devido a uma irrealidade.
Os Estados Unidos devem respeitar a conduta política e
econômica de outros países, tentando intervir apenas com o essencial para
promover mudanças que sejam proveitosas para toda a nação. Nunca devem se impor
sobre a soberania de outro Estado.
A conciliação das diferenças e o fim do embargo econômico
que afeta Cuba pode ser um grande sinal de que a função de todos os países deve
ser sempre de cooperação e nunca de dominação sobre quem tem menos poder
econômico e cultural.
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