Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

terça-feira, 3 de março de 2015

Dilma aprova a "Lei dos Caminhoneiros"

 

                                                                      Fernanda Fernandes Borges

 
A presidente Dilma Roussef sancionou ontem no Palácio do Planalto, sem veto, a Lei 12.619 / 12,  mais conhecida como “Lei dos Caminhoneiros” que já havia sido aprovada pelo Congresso, no último dia 11. O objetivo dessa ação do governo foi interromper o bloqueio em rodovias e acabar com os protestos dos caminhoneiros que ainda acontecem em algumas partes do Brasil.

Os principais pontos da lei são:

- Isenção de pagamento de pedágio para cada eixo suspenso de caminhões vazios;

- Perdão das multas por excesso de peso expedida nos últimos dois anos;

- Ampliação de pontos de parada para descanso e repouso;

- Aumento da tolerância máxima na pesagem de veículos;

- O caminhoneiro não será responsável por prejuízos patrimoniais, caso a ação seja de terceiros;
 


                                                                                                                              Foto: Rodrigo Vargas


A sanção da lei tem o objetivo de acabar com os protestos dos caminhoneiros no país


 

 A nova lei era uma reivindicação antiga dos caminhoneiros. No entanto as outras solicitações como a redução do preço do diesel e o valor do frete não foram atendidas. A Petrobrás garantiu que não reajustará o preço do diesel nos próximos seis meses. 

O Ministro da Secretaria – Geral da Presidência da República Miguel Rosseto disse que empresários e caminhoneiros vão se reunir no dia 10 de março para discutir o preço do frete e elaborar uma nova tabela.

O governo acredita que a aprovação da lei terá uma boa repercussão na classe caminhoneira. No entanto, as medidas apesar de beneficiarem esses trabalhadores ainda são insuficientes para garantir um rendimento adequado para suas despesas com os caminhões e a família.

Quem sabe no encontro entre os trabalhadores e os empresários, o preço do frete possa atingir um valor mais justo para essas pessoas, responsáveis por carregar “literalmente” o país em suas rodas e cabines. Por isso, todo o esforço do governo ainda é pouco para valorizar os caminhoneiros. É necessário um contínuo diálogo entre as autoridades e esses trabalhadores para se buscar condições mais justas e eficazes para a realização de suas viagens.

 

 

 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Que Brasil é este?



Fernanda Fernandes Borges



Nos últimos dias, os caminhoneiros têm protestado nas estradas brasileiras devido ao aumento do preço do diesel, a inviabilidade do custo do frete que está muito baixo e o pagamento de pedágio. Dessa forma, eles não conseguem trabalhar e custear as despesas com os caminhões.

Segundo a Federação dos Transportes Rodoviários Autônomos do Estado de São Paulo (Fecamsp), nos últimos cinco meses, o frete teve uma queda de 37%. Em janeiro o diesel subiu R$ 0,15. As contas não fecham. Um exemplo elucida  essa situação: em uma viagem com o frete no valor de R$ 1.000,00, só com o óleo diesel são gastos R$ 650,00. O restante R$ 350,00 fica com o trabalhador para manter seu veículo e retirar o próprio sustento, o que é praticamente impossível.

No entanto, em Brasília, a função de  deputado federal é cada vez  mais repleta de privilégios. No último dia 25, a Câmara aprovou o reajuste da verba de gabinete, do auxílio – moradia e da cota parlamentar que se refere aos gastos com passagens aéreas e outros serviços. Além disso, agora os cônjuges dos ilustres deputados poderão usufruir do benefício das passagens, desde que se desloquem de Brasília para o estado de origem.

 O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB – RJ) disse que os aumentos apenas acompanharam o reajuste inflacionário e que isso não causará nenhum impacto nas contas públicas. Isso porque a Câmara pretende realizar cortes em contratos de informática e compra de equipamentos. Difícil acreditar?

Estes são alguns dos novos valores: a verba de gabinete passa de R$ 78 mil para R$ 92 mil, o auxílio – moradia que era de R$ 3.800,00,  agora será de R$ 4.243,00. Um deputado federal recebe uma remuneração mensal bruta de R$ 33.763,00.  A cota parlamentar varia de acordo com o estado, atualmente o valor máximo é de R$ 41 mil para os deputados federais de Roraima e o menor no valor de R$ 27 mil para os parlamentares do Distrito Federal. Esse benefício sofrerá um reajuste de 8,72%. Os novos valores passam a vigorar a partir de abril.
 
                                                                                                 Foto: Reprodução


Câmara Federal aprovou reajustes dos benefícios de acordo com a inflação

 

 E por que será que os caminhoneiros não podem protestar e ser respeitados? Com certeza, porque aqui no Brasil os trabalhadores honestos exercem suas funções diariamente para poder pagar as contas desses senhores e senhoras que se dizem representantes do povo. Em uma época de contenção de despesas, esses benefícios deveriam ser suspensos e não reajustados, pois eles apenas oneram as contas públicas.

O Brasil é um país contraditório e a maioria de seus representantes não têm vergonha de favorecer os próprios bolsos. Será que é porque a população está tão passiva e não sabe cobrar decência dessas autoridades?

Os caminhoneiros não conseguiram a redução do preço do diesel. E como fica a inflação no impacto de suas contas? Isso não é levado a sério por esse governo e por uma Câmara de políticos sem noção da realidade econômica do país.

É impossível compactuar com essa realidade. Se as pessoas fossem mais ativas e menos pacatas, talvez a política brasileira seria diferente. Se bem que nesse país tudo é possível e as mudanças parecem uma utopia.

O governo aceitou discutir os preços do frete e a presidente Dilma Roussef prometeu sancionar a Lei dos Caminhoneiros, aprovada no Congresso, no dia 11 de fevereiro deste ano. Essa lei irá assegurar entre outros benefícios, a isenção de pagamento de pedágio para cada eixo suspenso de caminhões  vazios e garantirá o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES) para que os trabalhadores possam adquirir caminhões e equipamentos.

Soluções pouco eficazes para uma categoria que merecia uma atenção especial. “Sem caminhão com certeza o Brasil para”. Já sem deputados a nação, provavelmente poderia crescer sem ter que sustentar as regalias de uma classe ineficiente e sem serventia.

 

                                                                                                                               

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Carnaval 2015 trouxe surpresas e polêmicas


                                                                       Fernanda Fernandes Borges   


A cidade de Cláudio, localizada no Centro-Oeste mineiro, foi a primeira da região a cancelar o carnaval 2015, em janeiro, devido ao problema da escassez de água. Outros municípios como Oliveira e Itapecerica também tomaram essa decisão. Outros motivos como falta de verba e segurança também foram pretextos para os prefeitos dessas cidades e de tantas outras em, Minas Gerais, para impedir a maior festa popular brasileira.

Na sexta-feira de carnaval o bloco “Pelo Amor de Deus” saiu às ruas em, Oliveira, para protestar contra a decisão do prefeito pelo cancelamento do carnaval. As pessoas estavam vestidas de preto e com velas acesas para simbolizar o “enterro” da festa. No entanto, a população não deixou a tradição esquecida e mesmo em clima de manifesto, o bloco saiu.

Em Itapecerica, a população interessada no carnaval recorreu ao Poder Judiciário e conseguiu o direito de sair com os blocos na rua e o apoio da prefeitura para  aumentar a segurança. O carnaval aconteceu, mesmo sem grandes investimentos.

O caso mais contraditório é o da cidade de Cláudio. Houve um Pré - Carnaval, no Parque de Exposições,  nos dias 30 e 31 de janeiro, com atrações como os grupos Sambô e Molejo. Além desse evento ter sido um fracasso, o dinheiro gasto com ele poderia ter sido investido no carnaval da cidade, que já atraiu muitos turistas.

O mais decepcionante é ouvir que o poder Executivo disse que o carnaval em Cláudio não tem muita adesão da população e que o prefeito economizou dinheiro ao realizar o Pré-Carnaval com atrações pagas ao invés de realizar o tradicional festejo nas ruas do centro da cidade.

                                                                      Foto: Arquivo Pessoal

Saudades de quando o Carnaval ainda existia

 

Não houve uma pesquisa por parte da prefeitura para saber quem gosta ou não do carnaval. Além disso, essa festa sempre foi comemorada na cidade. Como uma autoridade tem coragem de falar que economizou dinheiro trazendo artistas para tocar em um Pré- Carnaval?

É lamentável a postura de quem representa esse município. Não é por acaso que Claúdio tem o apelido da “Cidade Já teve”. Já teve cinema, carnaval, cultura e respeito pela população. Hoje não tem mais. O pior é a acomodação de quem habita o município e deixa suas tradições e raízes se perderem, em meio a uma péssima administração.

Que bom foi acompanhar os blocos das cidades de Oliveira e Itapecerica e a determinação de seus moradores na realização de uma festa que dependia mais da alegria do seu povo do que da verba de suas prefeituras.

A falta de água é um problema sério e todos devem ser conscientes em relação ao seu uso. No entanto, não é a realização de um carnaval que agravaria ainda mais a situação. E por que essas autoridades não tomaram providências antes?

Este ano, as polêmicas da maior festa popular do Brasil  atingiram até a escola de samba carioca Beija – Flor de Nilópolis, coroada com o campeonato 2015. O enredo que falava da Guiné Equatorial, país governado há 35 anos pelo ditador Teodoro Obiang Nguema, dividiu opiniões. O patrocínio de cerca de R$ 10 milhões dados pelo ditador também não foi bem aceito por grande parte da opinião pública.

Infelizmente, uma festa tão alegre quanto o carnaval não precisaria sofrer boicotes tão perversos como nas cidades mineiras que o cancelaram por uma atitude autoritária e não preventiva, como certas autoridades alegaram em seus deploráveis discursos. Tomara que no futuro próximo, o apelido “Cidade Já teve” que Cláudio carrega, sirva, apenas, para designar os políticos pouco capacitados que por lá passam e deixam uma marca de destruição ao invés de significar o esquecimento das suas tradições e de sua história.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A história vive através do mercado

 
 
                                     Fernanda Fernandes Borges
 

No centro da capital mineira, um quarteirão formado pelas ruas Santa Catarina, Curitiba, Goitacazes e Augusto de Lima tem relevante importância para o cenário  da cidade. Ali em meio ao caos urbano, está um pequeno pedaço da história de Minas Gerais.
 
 
 
Fotos: Fernanda Fernandes Borges

Bonecos do Pinóquio à venda

 
 
 
 
Fotos: Fernanda Fernandes Borges

Diariamente milhares de pessoas transitam pelo espaço


 
O Mercado Central foi criado no dia 7 de setembro de 1929, pelo prefeito Cristiano Machado. O objetivo era centralizar o abastecimento e por isso o terreno com 22 lotes foi disponibilizado para esse espaço. Após, 85 anos de existência, esse ponto comercial abriga 410 lojas e recebe cerca de um milhão e 300 mil pessoas por mês. Estima-se que passam pelo Mercado, diariamente 31 mil visitantes e aos sábados o número pode chegar a 68 mil.
 
 

Por meio dos corredores, o que se observa é a essência mineira por meio das cores das pimentas e temperos. O artesanato, as flores com sua exuberante beleza e os utensílios refletem o cenário de uma Minas Gerais que muitos moradores da capital desconhecem ou sentem saudades, caso já tenham vivido no interior.
 
                                                                              Fotos: Fernanda Fernandes Borges


As flores enfeitam os corredores do Mercado Central


 
 
O espaço de compras é bastante diversificado e também um ponto de encontro de gerações. Há quem o visite mais de uma vez na semana, seja para rever amigos que fez nas lojas,  ou para encontrar velhos conhecidos,  que se reúnem ali para apreciar as bebidas e comidas típicas do estado.          
 



 






Os olhos de quem vai ao Mercado pela primeira vez são de admiração e curiosidade. A intenção é explorar o cenário meticulosamente e extrair dali experiências gastronômicas, históricas e culturais.


Referência para turistas nacionais e estrangeiros, o Mercado Central de Belo Horizonte é um dos lugares mais populares e divertidos para o lazer e as compras. As frutas e verduras são um espetáculo á parte. A beleza das cores aliada ao sabor deixa um gosto irresistível a quem as saboreia.
 
                                                                                                  Fotos: Fernanda Fernandes Borges

A qualidade das frutas é uma referência no Mercado



 

Os queijos, as carnes e o artesanato são destaques nos corredores do mercado.








                                                                                                      Fotos: Fernanda Fernandes Borges

Visitar  esse quarteirão é a possibilidade de compartilhar a história mineira, repleta de tradições e iguarias que se destacam no centro de uma das maiores cidades brasileiras. É um privilégio ter um local como esse em Belo Horizonte. O imediatismo urbano dá passagem para alguns minutos de contemplação, quando se tem a oportunidade de conhecer e desfrutar das riquezas do Mercado Central.
 
 
 
 

                  (Fotos: Fernanda Fernandes Borges)



 
 



 

 
 
 
 


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A obesidade está diretamente relacionada aos hábitos alimentares



                        Fernanda Fernandes Borges



A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada no fim do ano passado, mostrou que, na alimentação diária dos brasileiros, estão presentes 60% de alimentos com maior teor de gordura.

O estudo foi realizado com 63 mil pessoas, entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014, em todo o país. Dos entrevistados, 37,2% afirmam ingerir comida muito gordurosa. Os homens são os que preferem os alimentos mais gordurosos, representam 47,2% das pessoas ouvidas. Já as mulheres correspondem a 28% dos entrevistados que apreciam comidas com alto teor de gordura.

O Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para a População Brasileira. Ele traz os cuidados e caminhos para uma alimentação saudável. Quem quiser pode consultar, aqui o Guia.

A falta de cuidado com o peso aliada ao sedentarismo pode provocar além da obesidade, doenças cardiovasculares, problemas circulatórios, ortopédicos, diabetes, pressão alta, enfartes, derrames, insuficiência renal, dentre outras doenças. A cobrança social por um indivíduo dentro dos padrões, considerados normais, também é grande e pode levar a pessoa que não se cuida a sofrer preconceito discriminação, caso esteja acima do peso.
 
 

                                                                                                Fotos: Fernanda Fernandes Borges


As frutas e as verduras são boas opções para uma vida saudável

 

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, feita em parceria com a Covidien, empresa que desenvolve e fabrica produtos médicos, revelou que o Brasil em 2014 já tinha 6,8 milhões de obesos mórbidos. Esse tipo de obesidade apresenta risco de morte para o paciente.

Ainda segundo esse estudo, o Brasil tem quase 25 milhões de obesos, o que representa 18,5% da população. De acordo com o coordenador da pesquisa Luiz Vicenti Berti, presidente do conselho fiscal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, são realizadas cerca de 60 mil cirurgias bariátricas, no Brasil. Destas, 70% são feitas por convênios. O Sistema Único de Saúde (SUS) faz 9 mil cirurgias por ano.

Os dados são preocupantes. A maioria da população que sofre com a obesidade pertence a uma camada social de baixa renda. Caso necessite passar por um procedimento cirúrgico, provavelmente terá que esperar anos na lista dos hospitais públicos.

Com o aumento da renda, as pessoas passaram a consumir alimentos mais industrializados e pouco saudáveis. A falta de exercícios físicos prejudica o metabolismo do corpo e aumenta o risco do sobrepeso.

É necessário que as pessoas revejam seus hábitos alimentares e pratiquem atividades físicas. O melhor remédio é prevenção e não uma cirurgia. As crianças devem ser educadas, desde cedo, a consumirem diversos alimentos naturais e menos fast-foods.

A rapidez da vida cotidiana é a justificativa de muitos para o relaxamento com a saúde. É vital que o ser humano tenha consciência de que quanto mais gordo ele estiver, menos produzirá. A vaidade nesse quesito é fundamental, para que as pessoas comecem  a se cuidar mais, não apenas pelo objetivo estético, mas pelo bem estar físico e psicológico.

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Agora é oficial


                                                                          Fernanda Fernandes Borges


          A data de ontem, dia 10 de fevereiro de 2015,  é importante para a Assembleia Legislativa  de Minas Gerais. Houve a aprovação, em 2º turno, da volta do auxílio – moradia. Em uma reunião, ocorrida em aproximadamente 20 minutos, por 36 votos a favor, contra 22, os parlamentares optaram por esse benefício, no valor de R$ 2.850,00. Houve 11 abstenções e 9 ausências.

                                                                                  Foto: Jefferson Veloso / ALMG

Deputados aprovaram a volta do auxílio-moradia





A verba indenizatória, no valor de R$ 20 mil, para os custos com os gabinetes, também foi aprovada. Lembrando, que ela contemplará até os deputados licenciados, aqueles que se tornam Secretários, por exemplo.

As decisões aconteceram em meio às vaias de algumas pessoas que acompanhavam a sessão. A indignação era evidente no público que estava no local. Alguns parlamentares, como João Leite (PSDB) e Marília Campos (PT), fizeram questão de reafirmar o voto contrário ao auxílio-moradia. Eles lembraram que o dinheiro sai da população e que o país tem passado por crises em diversos setores.

Agora é o momento oportuno de acompanhar as próximas sessões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para saber quais serão os próximos passos. Eles tiveram a coragem de aprovar como 1ª medida do mandato esses benefícios, imaginem o que poderá vir depois.

Se o cidadão anseia por políticos mais sérios e engajados, precisa  saber quais deputados foram favoráveis a essa votação que apenas beneficia a eles próprios, além de representar um atraso na condução da política mineira. Assim, talvez,  será mais fácil eleger melhores opções para futuras legislaturas. O maior problema é depositar a confiança em pessoas que muitas vezes são corrompidas com o desejo do poder e do dinheiro fácil, vindo dos cofres públicos.       

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O retrocesso volta assombrar a política mineira


                                                                                      Fernanda Fernandes Borges


Parece uma piada, mas não é. No dia 5 de fevereiro, quatro dias após tomarem posse na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os deputados estaduais aprovaram, em 1°turno, por 40 votos a 4, a volta do auxílio-moradia no valor de R$ 2.850,00, para todos, mesmo para aqueles que possuem casa própria na capital mineira ou na região metropolitana.

A decisão ainda precisa ser votada em 2° turno, mas não depende da aprovação do governador, pois é um projeto da Mesa Diretora. E as vantagens não param por aí. Foi aprovada também a verba indenizatória que tem a função de custear as despesas com os gabinetes no valor de R$ 20 mil. Isso também contempla os deputados licenciados que estejam exercendo outras funções.

O pacote de vantagens parece inesgotável, pois esses políticos ainda consentiram a criação de sete cargos com funções gratificadas, com proventos de R$ 4 mil, cada um. Parece um pesadelo, mas é a realidade de fatos que sempre se repetem na política brasileira.

O auxílio-moradia havia sido suspenso na legislatura passada e só atendia 23, dos 77 deputados, que não moravam em Belo Horizonte  ou na região metropolitana.  Caso essa medida seja aceita no 2º turno, os deputados passarão a receber esse dinheiro, imediatamente.
 
                                                                                                                    Foto: Raíla Melo / ALMG

Poucos dias após a posse, parlamentares aprovaram benefícios para o próprio trabalho

 

Atualmente, um deputado estadual de Minas Gerais recebe um salário de R$ 17.165,33, fora outras vantagens adicionais. Deve ser por isso, que dos 77 políticos, 52 foram reeleitos e 25 são novatos. Ou seja, o salário é excelente e os privilégios imensuráveis, por isso quem já está lá, não quer sair.

Enquanto o trabalhador recebe um salário de R$ 788,00, por um duro mês de trabalho, esses parlamentares mineiros se preocupam não em criar projetos para uma vida mais decente dos cidadãos. Querem vantagens descabidas e onerosas , pagas com dinheiro público, para si próprios.

É lamentável, aceitar as mesmas caras sempre na Assembleia e o pior recebendo salários milionários por um trabalho que é praticamente impossível reconhecer. Por que eles ganham tanto e trabalham tão pouco?

Porque o Brasil ainda está muito atrasado nas questões políticas, com certeza. Muitos cidadãos nem se lembram em que votaram e não  acompanham o desempenho de seu candidato, quando este é eleito. Agora, seria o momento certo de saber quem se elegeu e foi favorável à aprovação dessas medidas, tão despropositais.

Nessa sessão das vantagens, ocorrida no dia 5, estiveram presentes 56 deputados dos atuais 77. Quem justificar a falta, não terá desconto no salário. Deve ser por isso, que em todas as eleições os números de pessoas que se candidatam é  cada vez maior, pois esse seria um trabalho dos sonhos para muitos.

Enquanto a mentalidade política do brasileiro e do mineiro não se transformar será praticamente impossível coibir tais atos. A consciência crítica e o poder da cobrança por resultados poderiam ser mais eficientes se os eleitores fossem mais atentos às suas escolhas. Trocar um voto por uma cesta básica é tão grave quanto o ato de receber dinheiro pela sua escolha ou  ficar na expectativa de conseguir algum cargo público, ao apoiar determinado candidato.

A idoneidade deveria ser relevante ao escolher um político. Quem deseja um país mais íntegro e menos corrupto deve ficar atentos aos acontecimentos políticos a nível estadual e federal. Assim, é possível dar uma resposta mais coerente e menos repetitiva nas urnas.