Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A efemeridade das relações impede o uso do bom senso

                                                                

                                                                                                            Fernanda Fernandes Borges

 


A maior festa popular do Brasil se aproxima. No carnaval, grande parte das pessoas querem se divertir e em, muitos casos, se esquecem de que alguns minutos de prazer podem trazer sérias consequências, para o resto da vida. Se na folia, a atitude for irresponsável, mais tarde, o que foi alegria, pode se transformar em tristeza e desespero.

O Ministério da Saúde divulgou a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), no dia 28 de janeiro, deste ano. O levantamento realizado em 2013, com 12 mil pessoas na faixa etária dos15 aos 63 anos, mostrou que 45% dos entrevistados afirmam não ter usado camisinha, durante o ano de 2013.

A pesquisa revelou ainda que 94%, desses brasileiros entrevistados, têm consciência de que o preservativo é a melhor forma de se evitar a Aids e outras doenças transmitidas pelo contato sexual. Outro número surpreende: 44% das pessoas que participaram desse estudo, disseram já ter tido mais de 10 parceiros sexuais, durante a vida.

Com tantas informações recebidas pelos cidadãos, diariamente na sociedade, pelos meios de comunicação como rádio, tv, e pela internet, é inadmissível que o ser humano tenha um comportamento tão desprezível com a própria saúde e com os parceiros que se relaciona.

Na contemporaneidade, a era digital serve para transmitir informações e promover interações, através das redes sociais. “Por que a maioria das pessoas conectadas não realizam campanhas de conscientização da importância do uso da camisinha?” Essa atitude não deve se restringir a uma determinada faixa etária, classe social ou gênero sexual. Deve ser de todos e para todos, indistintamente.

A divulgação dos dados pelo Ministério da Saúde ocorreu no dia do lançamento da Campanha de Prevenção à Aids e Outras Doenças Sexualmente Transmissíveis do Carnaval 2015. A campanha deste ano enfocará o uso do preservativo e incentivará também a realização de testes de HIV. O slogan será “#partiu teste”.
 

                                                                                        Foto: Ministério da Saúde


Campanha incentiva o folião a fazer o teste de HIV


 

Essas medidas não devem ser tomadas apenas no período carnavalesco. Cabe ao Ministério da Saúde, reforçar políticas de prevenção à Aids e outras doenças sexuais, em escolas, faculdades, empresas, órgãos públicos, dentre outros locais, durante o ano todo. Os jovens não são os únicos irresponsáveis.. Muitos adultos que deveriam ter maturidade, agem, infelizmente, como seres irracionais ao colecionarem parceiros e descartarem a prevenção.

Segundo o Ministério da Saúde, a Aids no Brasil, está estabilizada com cerca de 39 mil novos casos, a cada ano. A mortalidade caiu na última década. Em 2003, eram 6,4 mil mortos a cada 100 mil habitantes e em 2013 passou a ser 5,7 mil.

Pensar que a Aids está estabilizada em nosso país é um retrocesso. O ideal seria se não houvesse novos casos, todo ano. A camisinha deveria fazer parte da cultura do brasileiro, assim como as festas, as comidas típicas, o futebol e o culto à beleza. A discussão  sobre esse tema deveria está nas pautas das famílias brasileiras.

O governo Federal vai distribuir 70 milhões de preservativos pelo país, priorizando os locais em que se concentram maior número de foliões. Haverá propagandas em rádios, televisões e internet. Cartazes serão afixados em vários locais, pelo Brasil.

A falsa moralidade que se instala em alguns lares brasileiros impede que o uso do preservativo, seja discutido de modo mais sério e eficiente. A pior consequência pode ser a Aids ou outras doenças transmitidas pelo ato sexual que não escolhem raça, cor, idade ou sexo para se instalar. Cabe a cada cidadão refletir, qual é realmente o valor de sua vida. Se ela vale apenas uma noite de carnaval com parceiros desconhecidos ou se transcende a aventura e a irresponsabilidade, e, por isso, deve ser bem gerenciada e preservada.

 

 

 

 

 

 

          

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