Fernanda Fernandes Borges
A maior festa popular do Brasil se aproxima. No carnaval,
grande parte das pessoas querem se divertir e em, muitos casos, se esquecem de
que alguns minutos de prazer podem trazer sérias consequências, para o resto da
vida. Se na folia, a atitude for irresponsável, mais tarde, o que foi alegria,
pode se transformar em tristeza e desespero.
O Ministério da Saúde divulgou a Pesquisa de
Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), no dia 28 de
janeiro, deste ano. O levantamento realizado em 2013, com 12 mil pessoas na
faixa etária dos15 aos 63 anos, mostrou que 45% dos entrevistados afirmam não
ter usado camisinha, durante o ano de 2013.
A pesquisa revelou ainda que 94%, desses brasileiros
entrevistados, têm consciência de que o preservativo é a melhor forma de se
evitar a Aids e outras doenças transmitidas pelo contato sexual. Outro número
surpreende: 44% das pessoas que participaram desse estudo, disseram já ter tido
mais de 10 parceiros sexuais, durante a vida.
Com tantas informações recebidas pelos cidadãos,
diariamente na sociedade, pelos meios de comunicação como rádio, tv, e pela
internet, é inadmissível que o ser humano tenha um comportamento tão
desprezível com a própria saúde e com os parceiros que se relaciona.
Na contemporaneidade, a era digital serve para transmitir
informações e promover interações, através das redes sociais. “Por que a maioria das pessoas conectadas
não realizam campanhas de conscientização da importância do uso da camisinha?” Essa
atitude não deve se restringir a uma determinada faixa etária, classe social ou
gênero sexual. Deve ser de todos e para todos, indistintamente.
A divulgação dos dados pelo Ministério da Saúde ocorreu
no dia do lançamento da Campanha de Prevenção à Aids e Outras Doenças
Sexualmente Transmissíveis do Carnaval 2015. A campanha deste ano enfocará o
uso do preservativo e incentivará também a realização de testes de HIV. O
slogan será “#partiu teste”.
Foto: Ministério da SaúdeCampanha incentiva o folião a fazer o teste de HIV |
Essas medidas não devem ser tomadas apenas no período
carnavalesco. Cabe ao Ministério da Saúde, reforçar políticas de prevenção à
Aids e outras doenças sexuais, em escolas, faculdades, empresas, órgãos
públicos, dentre outros locais, durante o ano todo. Os jovens não são os únicos
irresponsáveis.. Muitos adultos que deveriam ter maturidade, agem,
infelizmente, como seres irracionais ao colecionarem parceiros e descartarem a
prevenção.
Segundo o Ministério da Saúde, a Aids no Brasil, está
estabilizada com cerca de 39 mil novos casos, a cada ano. A mortalidade caiu na
última década. Em 2003, eram 6,4 mil mortos a cada 100 mil habitantes e em 2013
passou a ser 5,7 mil.
Pensar que a Aids está estabilizada em nosso país é um
retrocesso. O ideal seria se não houvesse novos casos, todo ano. A camisinha deveria
fazer parte da cultura do brasileiro, assim como as festas, as comidas típicas,
o futebol e o culto à beleza. A discussão
sobre esse tema deveria está nas pautas das famílias brasileiras.
O governo Federal vai distribuir 70 milhões de
preservativos pelo país, priorizando os locais em que se concentram maior
número de foliões. Haverá propagandas em rádios, televisões e internet.
Cartazes serão afixados em vários locais, pelo Brasil.
A falsa moralidade que se instala em alguns lares
brasileiros impede que o uso do preservativo, seja discutido de modo mais sério
e eficiente. A pior consequência pode ser a Aids ou outras doenças transmitidas
pelo ato sexual que não escolhem raça, cor, idade ou sexo para se instalar.
Cabe a cada cidadão refletir, qual é realmente o valor de sua vida. Se ela vale
apenas uma noite de carnaval com parceiros desconhecidos ou se transcende a
aventura e a irresponsabilidade, e, por isso, deve ser bem gerenciada e
preservada.
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