Fernanda Fernandes Borges
Era uma manhã de quarta-feira, 26 de agosto de 2015, nos Estados Unidos. A
repórter Alison Parker de 24 anos
entrevistava VicKi Gardner e o repórter cinematográfico Adan Ward fazia as imagens que estavam sendo transmitidas ao vivo
pela emissora de TV WDBJ7, afiliada
da CBS News. O que era para ser um
dia normal de trabalho, culminou em uma tragédia, quando Vester Lee Flanagan de 41 anos, atirou em Alison e Adan, além de
atingir nas costas a entrevistada. Os jornalistas morreram na hora e VicKi foi
levada a um hospital e passou por uma cirurgia.
Foto: WDBJ7Alison Parker e Adan Ward foram mortos brutalmente |
A reportagem que estava sendo transmitida ao vivo, em um
noticiário da TV, era sobre o aniversário da criação do reservatório Smiter Mountain Lake, área de lazer que estava próxima ao shopping Bridgewater Plaza, local do
assassinato, na cidade de Moneta, no Estado da Virgínia. A entrevistada era
diretora da Câmara de Comércio do local e falava sobre a importância do
turismo. Pelas imagens de Adan, é possível ver os gritos de desespero das duas
mulheres, a repórter e a entrevistada, no
momento em que ocorrem os tiros.
Foto: WDBJ7A entrevistada VicKi Gardner foi baleada nas costas e passou por cirurgia |
Bryce
Williams era o nome artístico de Vester Lee Flanagan, o assassino do casal de jornalistas, era também jornalista e havia sido demitido da
emissora WDBJ7, há dois anos. O
criminoso agiu de modo frio e ainda publicou em suas redes sociais o vídeo, feito
por ele, na hora do momento da execução
dos profissionais.
Em seu twitter, o atirador contou que a repórter Alison
havia feito comentários racistas e que Adan teria reclamado dele com os
recursos humanos, uma única vez que chegaram a trabalhar juntos. As contas das
redes sociais de Vester Lee Flanagan
foram suspensas, após a identificação do responsável por tamanho terror.
A polícia perseguiu Vester que havia fugido pela rodovia
interestadual e ele bateu o carro. Quando a polícia o encontrou ele estava
ferido, após ter atirado em si próprio. O criminoso foi levado ao hospital, mas
não sobreviveu.
Alison Parker era noiva de um apresentador da emissora e
Adan Ward namorava uma produtora da emissora. Todos os colegas do canal de TV
ficaram chocados com o crime e a namorada de Adan estava na TV, no momento do
crime.
O diretor –geral da
WDBJ7 Jeff
Marks lamentou a morte dos jornalistas e afirmou que eles eram excelentes
profissionais, “as melhores pessoas”. Já sobre “Bryce Williams” ele o definiu como um “homem infeliz” e uma pessoa
“difícil” de trabalhar. Quando ele
foi demitido, se recusou a sair do prédio da TV e a polícia foi chamada.
Esse lamentável fato suscitou uma discussão sobre o
controle de armas, nos Estados Unidos, já que qualquer cidadão tem acesso fácil
a esses objetos. O porta-voz da Casa Branca pediu que o Congresso, rapidamente,
aprove leis de controle de posse de armas. Isso também foi reivindicado pela ex-secretária
de Estado Hillary Clinton que ficou extremamente comovida com as mortes.
Um crime como esse, acontecido nos Estados Unidos, além de chocante é imprevisível e muitas vezes
imaginado, apenas em filmes de terror. A facilidade de acesso ás armas pode ser
responsável, por atos tão hediondos
como outros diversos que acontecem, nas terras americanas.
O atirador conhecido artisticamente como Bryce Williams
possivelmente era um transtornado mental que tentou justificar sua
monstruosidade com fajutas desculpas de racismo e perseguição. Possivelmente,
isso era demência de um cérebro maquiavélico que precisava de tratamento e não
de apoio.
Foto: ReutersVester Lee Flanagan morreu pouco depois de ter cometido o crime |
É inadmissível que dois jornalistas percam a vida, em
pleno exercício da profissão. Um crime
perverso, como esse, ocorrido ao vivo, comoveu o mundo e deve servir de exemplo para
que as emissoras de TV, redobrem a segurança de seus profissionais e
entrevistados, para coibir novas tragédias.
Ser jornalista é acompanhar a notícia no momento em que
ela acontece. Para os profissionais Alison Parker e Adan Ward, a profissão foi
exercida até o último momento de suas vidas e infelizmente Adan fez a pior
imagem da sua trajetória. Ao cair, já nos instantes finais de sua vida, sua câmera
ainda captou a imagem do seu assassino. Uma terrível surpresa da destino, para dois
jovens que desempenhavam tão bem suas funções.
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