Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Jornalistas americanos são mortos durante realização de entrevista ao vivo na TV



                                                             Fernanda Fernandes Borges



Era uma manhã de quarta-feira, 26 de agosto de 2015, nos Estados Unidos. A repórter Alison Parker de 24 anos entrevistava VicKi Gardner e o repórter cinematográfico Adan Ward fazia as imagens que estavam sendo transmitidas ao vivo pela emissora de TV WDBJ7, afiliada da CBS News. O que era para ser um dia normal de trabalho, culminou em uma tragédia, quando Vester Lee Flanagan de 41 anos, atirou em Alison e Adan, além de atingir nas costas a entrevistada. Os jornalistas morreram na hora e VicKi foi levada a um hospital e passou por uma cirurgia.
                                                                                                      Foto: WDBJ7

Alison Parker e Adan Ward foram mortos brutalmente



A reportagem que estava sendo transmitida ao vivo, em um noticiário da TV, era sobre o aniversário da criação do reservatório Smiter Mountain Lake, área de lazer que estava próxima ao shopping Bridgewater Plaza, local do assassinato, na cidade de Moneta, no Estado da Virgínia. A entrevistada era diretora da Câmara de Comércio do local e falava sobre a importância do turismo. Pelas imagens de Adan, é possível ver os gritos de desespero das duas mulheres, a repórter e a entrevistada,  no momento em que ocorrem os tiros.
                                                                                                                Foto: WDBJ7

A entrevistada  VicKi Gardner foi baleada nas costas e passou por cirurgia


Bryce Williams era o nome artístico de Vester Lee Flanagan, o assassino do casal de jornalistas,  era também jornalista e havia sido demitido da emissora WDBJ7, há dois anos. O criminoso agiu de modo frio e ainda publicou em suas redes sociais o vídeo, feito  por ele, na hora do momento da execução dos profissionais.

Em seu twitter, o atirador contou que a repórter Alison havia feito comentários racistas e que Adan teria reclamado dele com os recursos humanos, uma única vez que chegaram a trabalhar juntos. As contas das redes sociais de Vester Lee Flanagan foram suspensas, após a identificação do responsável por tamanho terror.

A polícia perseguiu Vester que havia fugido pela rodovia interestadual e ele bateu o carro. Quando a polícia o encontrou ele estava ferido, após ter atirado em si próprio. O criminoso foi levado ao hospital, mas não sobreviveu.

Alison Parker era noiva de um apresentador da emissora e Adan Ward namorava uma produtora da emissora. Todos os colegas do canal de TV ficaram chocados com o crime e a namorada de Adan estava na TV, no momento do crime.

O diretor –geral da  WDBJ7  Jeff Marks lamentou a morte dos jornalistas e afirmou que eles eram excelentes profissionais, “as melhores pessoas”. Já sobre “Bryce Williams” ele  o definiu como um “homem infeliz” e  uma pessoa “difícil” de trabalhar. Quando ele foi demitido, se recusou a sair do prédio da TV e a polícia foi chamada.

Esse lamentável fato suscitou uma discussão sobre o controle de armas, nos Estados Unidos, já que qualquer cidadão tem acesso fácil a esses objetos. O porta-voz da Casa Branca pediu que o Congresso, rapidamente, aprove leis de controle de posse de armas. Isso também foi reivindicado pela ex-secretária de Estado Hillary Clinton que ficou extremamente comovida com as mortes.

Um crime como esse, acontecido nos Estados Unidos,  além de chocante é imprevisível e muitas vezes imaginado, apenas em filmes de terror. A facilidade de acesso ás armas pode ser responsável,  por atos tão hediondos como outros diversos que acontecem, nas terras americanas.

O atirador conhecido artisticamente como Bryce Williams possivelmente era um transtornado mental que tentou justificar sua monstruosidade com fajutas desculpas de racismo e perseguição. Possivelmente, isso era demência de um cérebro maquiavélico que precisava de tratamento e não de apoio.
               
                 

                                                                                                          Foto: Reuters

Vester Lee Flanagan morreu pouco depois de ter cometido o crime

                  
É inadmissível que dois jornalistas percam a vida, em pleno exercício da profissão.  Um crime perverso, como esse, ocorrido ao vivo, comoveu o mundo e deve servir de exemplo para que as emissoras de TV, redobrem a segurança de seus profissionais e entrevistados, para coibir novas tragédias.

Ser jornalista é acompanhar a notícia no momento em que ela acontece. Para os profissionais Alison Parker e Adan Ward, a profissão foi exercida até o último momento de suas vidas e infelizmente Adan fez a pior imagem da sua trajetória. Ao cair, já nos instantes finais de sua vida, sua câmera ainda captou a imagem do seu assassino. Uma terrível surpresa da destino, para dois jovens que desempenhavam tão bem suas funções.

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