Fernanda Fernandes Borges
A balança comercial brasileira obteve um superávit de US$
923 milhões, em janeiro de 2016. As
exportações superaram as importações e o saldo foi positivo. Em 2015, o mês de janeiro
teve um déficit de US$ 3,17 bilhões.
Foto: ReproduçãoAs exportações superaram as importações no primeiro mês do ano |
Desde 2011, o primeiro mês do ano não obtinha um
resultado positivo. Esse superávit de 2016 é o maior alcançado para o mês de
janeiro, desde 2007.
As exportações de janeiro de 2016 contabilizaram US$
11,246 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 10,323 bilhões. Houve uma
redução das importações, devido à valorização do dólar.
No que se refere aos produtos exportados pelo Brasil
merecem destaque: o milho em grão, os automóveis de passageiro e a soja. Os
países que mais compraram do nosso país foram: China, Estados Unidos,
Argentina, Países Baixos e Japão.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO milho em grão foi um dos produtos mais exportados em janeiro deste ano |
Acredita-se que o superávit foi resultado da queda da
atividade econômica brasileira que fez as importações caírem e reduziu a
demanda dos brasileiros por produtos importados que estão bem mais caros, devido à elevação do dólar.
Houve também redução na importação de gás e diesel.
O petróleo teve uma queda de preço, o que favoreceu o
superávit da balança comercial brasileira em 2015, já que o nosso país importa
mais do que vende esse produto. No ano passado, o Brasil apresentou um
superávit de US$ 19,69 bilhões.
A média diária das exportações brasileiras, no primeiro
mês de 2016, somaram US$ 562,3 milhões,
representando uma queda de 13,8%, em comparação com o mesmo período do ano
passado.
As importações tiveram uma média diária de US$ 516,1 milhões, mostrando uma retração de 35,8%, em relação a janeiro de 2015.
No entanto, o superávit foi possível, porque a demanda de
importados ficou abaixo do nível de exportações.
Os dados foram divulgados no dia 1º de fevereiro deste
ano, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O Brasil deixou de importar principalmente: combustíveis
e lubrificantes, bens intermediários (insumos) , bens de consumo e bens de
capital ( equipamentos, instalações e serviços necessários para a produção de
outros bens ou serviços). O país exportou itens básicos, manufaturados (itens
produzidos nas indústrias ) e semimanufaturados (produtos em parte industrializados
que precisam passar por outras fases de processamento) .
Os principais fornecedores do nosso país em janeiro de
2016 foram: China (Incluindo Hong Kong e Macau), Estados Unidos, Alemanha,
Argentina e Itália.
Com o dólar alto as vendas se tornam mais baratas e as
importações mais caras, portanto um maior número de produtos exportados.
É sempre desejável uma balança comercial com superávit,
principalmente no início do ano. Isso demonstra uma certa independência
financeira de nosso país, em relação ao
capital externo.
Porém, a realidade é mais complexa e mostra que esses
resultados só foram possíveis, devido ao baixo aquecimento da atividade
econômica brasileira e à valorização
enorme da moeda americana.
Foto: ReproduçãoO dólar teve uma grande valorização nos últimos meses |
A falta de perspectiva para muitos empresários brasileiros
faz com que os negócios diminuam, devido
à falta de demanda do mercado interno, o que gera mais desemprego.
Para ter um crescimento desejável, é preciso conseguir
uma balança com superávit, mas com um grande aquecimento das atividades
internas, para que mais brasileiros tenham empregos e possam alavancar a
estagnada economia de nossa nação.
O superávit apenas será positivo, se não depender da
oscilação do dólar e se houver um crescimento alicerçado em bases concretas e
não influenciados por números que pouco serão úteis, caso o Brasil não encontre o rumo desejado do
desenvolvimento.
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