Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Pesquisa aponta crescimento da inadimplência decorrente do desemprego


                                                            

                                                                Fernanda Fernandes Borges




Uma pesquisa denominada “Perfil do Inadimplente”,  realizada  presencialmente,  com 1.017 consumidores inadimplentes pela Boa Vista SCPC ( Serviço Central de Proteção ao Crédito) apontou que 41% dos entrevistadores citou a falta de emprego como a causa do não pagamento das dívidas, o maior índice,  desde o primeiro trimestre de 2012. Em 2014, no mesmo período analisado, o percentual era de 35%.



                                                                                                         Foto: Fernanda Fernandes Borges



A inadimplência leva muitas lojas a fecharem as portas ou a reduzirem o número de unidades

 

O estudo é aplicado trimestralmente em pessoas inadimplentes que possuem alguma dívida vencida,  não quitada,  registrada no banco de dados da Boa Vista SCPC. Essa última edição ouviu os consumidores entre os dia 23 de novembro e 2 de dezembro e se refere ao último trimestre do ano de 2015.

Os outros motivos que levaram á inadimplência foram: descontrole financeiro (23%); empréstimo de nome a terceiros (13%) e queda de renda (11%).

De acordo com a pesquisa, no que se refere á faixa etária,  os mais novos lideram no quesito de atraso das contas. O número de inadimplentes entre 26 e 35 anos representa 54%; já entre 36 e 45 anos há 47% com contas em atraso; e na faixa dos 46 aos 55 anos, o número cai para 30%.


                                                                                                  Foto: Fernanda Fernandes Borges


A pesquisa teve a participação de  consumidores de distintas faixas etárias

 

Entre as pessoas de menor renda,  o desemprego é mais citado como causa do atraso no pagamento das dívidas:

 

- Dos que recebem até 3 salários mínimos,  46% citam a falta de emprego;

 

-  Na faixa salarial entre 3 e 10 salários, 47% se justificam pela falta de ocupação;

 

-  Aqueles que recebem  acima de 10 salários, 36% mencionam o desemprego como causa dessa situação;

 

Em relação ao tipo de compra que mais gerou a inadimplência observa-se: carnê ou boleto 34%; cartão de crédito 28%; cheques 14%; empréstimo pessoal 12%; cartão de loja 7% e cheque especial 5%.

No que se refere ao valor da dívida: 31% devem até R$ 500,00; 51% têm uma dívida entre R$ 500,01 e R$ 5.00,00 e 18% têm contas acima de R$ 5.000,00.

 

Tipos de gastos que ocasionaram a inadimplência:

 

- Alimentação para 18%;

- Vestuário e calçados para 18%;

- Pagamento de contas diversas, apontado por 17%;

- Compra de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos citada por 16%;

 

Nível de endividamento:

- 32% se consideram muito  endividados;

- 32% estão mais ou menos endividados;

- 36% acha que estão pouco endividados;

 

Sobre as condições de pagamento: 81% dos entrevistados afirmam ter condições de pagar as dívidas, 11% dizem que podem saldar parte das dívidas e 8% declararam não ter condições de quitar as contas.

Apenas 21% dos entrevistados  pretendem fazer novas compras, quando regularizar a situação, ao passo que 78% não desejam fazer novas contas. 

Foto: Fernanda Fernandes Borges


Uma pequena porcentagem dos entrevistados pretendem voltar ás compras, após o pagamento das dívidas

 

A crescente taxa de desemprego no Brasil, nos últimos tempos, reflete no orçamento de muitas famílias, principalmente ente os mais jovens que muitas vezes gastam com as contas do dia a dia  e menos com bens considerados duráveis. Às vezes, pequenas dívidas decorrentes de itens essenciais geram a inadimplência.

A sensatez da maioria dos entrevistados em não querer realizar novas compras, após a regularização das dívidas,  foi um excelente dado e demonstra a maturidade de quem deseja gastar apenas aquilo que  pode e está dentro de sua renda.
                     
                         
                                                                                          Foto: Fernanda Fernandes Borges

As pessoas estão mais cautelosas quantos aos gastos


                          

É lamentável perceber o crescimento de inadimplentes e constatar que muitos estão se esforçando para sobreviver em meio á grande instabilidade política e econômica,   pela qual passa nosso país. Seria ótimo, se houvesse a geração de novos empregos que poderiam fomentar a economia e limpar o nome de muitas pessoas.

A prudência e o planejamento são os melhores aliados para conseguir superar a inadimplência. A criatividade para ganhar dinheiro, por meio de trabalhos informais também é uma das alternativas para sobreviver, diante de um cenário complicado e totalmente imprevisível que assola nossa nação.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário