Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Cresce a violência contra jornalistas



Fernanda Fernandes Borges



A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgou no dia 21 de janeiro de 2016, no Rio de Janeiro, um relatório denominado “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil - 2015”, em que mostra o aumento de agressões a jornalistas. Foram 137 ocorrências em 2015, contra 129,  em 2014. Veja aqui o relatório completo.



                                                                                Foto: Fernanda Fernandes Borges



O relatório foi apresentado pela FENAJ no dia 21 de janeiro


O relatório foi feito pela 1ª vice presidente da FENAJ Maria José Braga e  utilizou dados enviados pelos sindicatos dos jornalistas de todo o país.

Em relação a assassinatos de jornalistas, o número caiu, porém aumentou o de comunicadores. Em 2015, dois jornalistas e nove comunicadores foram mortos. Em 2014, foram assassinados três jornalistas e quatro comunicadores.

Os dois jornalistas mortos foram: Evany José Metkzer, sua morte ocorreu na zona rural de Padre Paraíso em Minas Gerais, o jornalista tinha um blog; e o paraguaio Gerardo Ceferino Servian Coronel, assassinado em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, o profissional trabalhava em uma rádio.

                   

                                                                                             Foto: Reprodução



Evany José Metkzer  foi morto, em maio de 2015,  em Minas Gerais



                                    

                                                                                      Foto: Reprodução



O paraguaio Gerardo Ceferino foi assassinado, em março de 2015,   em Ponta Porã
 

Dentre as mortes de jornalistas e de comunicadores que totalizaram 11, apenas a do radialista Gleydson de Carvalho teve os mandantes e os assassinos identificados e denunciados pelo Ministério Público.

 

Veja os tipos de agressões sofridas pelos jornalistas em 2015, de acordo com o relatório da FENAJ:
 
 
                                                                 Foto: Fernanda Fernandes Borges


Os diversos tipos de violência praticados contra os jornalistas

 

 

 


- 16 casos de agressões verbais;

- 28 ameaças ou intimidações;

- Nove atentados;

- 13 ocorrências de impedimento do exercício profissional;

- Nove cerceamentos á liberdade de expressão, através de ações judiciais;

- Oito prisões;

- Dois casos de violência contra organização sindical;

- Um caso de censura;

 

Acompanhe a violência por região do Brasil:


                                                                                         Foto: Fernanda Fernandes Borges


A região Sudeste é a que teve o maior número de casos

 

 

- O Sudeste é a região com o maior número de casos, sendo 57 ocorrências, correspondendo a 41,6% do total. O estado de São Paulo é o que mais apresentou casos, sendo 24;

- No 2° lugar está o Nordeste com 29 casos, o que equivale a 21,16%;

- No Norte houve 22 ocorrências, apresentando o índice de 16,16%;

- Na região Sul foram  registrados 18 casos, o que equivale a 13,14%;

- No Centro – Oeste houve 11 casos, correspondendo a 8,03%;

 

Segundo o relatório da FENAJ, as agressões físicas lideraram o tipo de violência e ocorreram em sua maior parte nas manifestações de rua. Em relação aos agressores, das 137 ocorrências, 28 casos (20,44%) foram realizados por militares; seguidos de 21 registros (13,3%) ocasionados por políticos, assessores e parentes; e no terceiro lugar com 19 casos (13,87%),  por manifestantes.

A FENAJ cita suas principais medidas, adotadas para proteger os jornalistas: a criação do Observatório da Violência contra Comunicadores e a instituição do protocolo de Segurança a ser adotado pelas empresas de comunicação e de outro protocolo direcionado ás forças de segurança do país.

O órgão acredita que a crescente violência constatada nesse estudo é decorrente da impunidade dos agressores.

É um absurdo que a classe jornalística seja vítima de qualquer tipo de violência que impeça o seu trabalho e o  direito de comunicar os fatos, como eles realmente são, aos interessados na transmissão de qualquer tipo de informação.

O aumento de casos de violência, provavelmente é decorrente da ausência de  punição e de investigação adequadas, para quem pensa que tem o direito de calar a voz e o texto de um jornalista. É lamentável ter que conviver com essas cruéis estatísticas.

Coibir um jornalista é a pior maneira de se combater a manipulação de informações e a falta de compromisso com a verdade, características presentes em diversas empresas de comunicação.

Esse profissional tem por obrigação ser imparcial e nunca exceder na divulgação dos fatos,  com exageros ou tendências coercitivas. Portanto, a liberdade de expressão dever ser garantida para que o seu trabalho seja realizado de maneira crítica e  isenta de intenções escusas e prejudiciais ao livre exercício da profissão.

A divulgação desse relatório pela FENAJ é um grande passo rumo ao combate da violência e de sua impunidade. É ótimo que a sociedade tenha conhecimento de como é árduo o trabalho de um jornalista e saiba respeitar esse profissional.


                                                           Foto: Fernanda Fernandes Borges



O jornalista merece o respeito de todos




 

Uma das tarefas de quem trabalha com a comunicação é contribuir para  tirar as pessoas da total alienação, proveniente de alguns trabalhos manipulados e pouco compromissados,  com a veracidade dos fatos.

 

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