Fernanda Fernandes Borges
A Federação
Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgou no dia 21 de janeiro de 2016, no
Rio de Janeiro, um relatório denominado “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no
Brasil - 2015”, em que mostra o
aumento de agressões a jornalistas. Foram 137 ocorrências em 2015, contra 129, em 2014. Veja aqui o relatório completo.
O relatório foi feito pela 1ª vice presidente da FENAJ Maria José Braga e utilizou dados enviados pelos sindicatos dos jornalistas de todo o país.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO relatório foi apresentado pela FENAJ no dia 21 de janeiro |
O relatório foi feito pela 1ª vice presidente da FENAJ Maria José Braga e utilizou dados enviados pelos sindicatos dos jornalistas de todo o país.
Em relação a assassinatos de jornalistas, o número caiu,
porém aumentou o de comunicadores. Em 2015, dois jornalistas e nove
comunicadores foram mortos. Em 2014, foram assassinados três jornalistas e
quatro comunicadores.
Os dois jornalistas mortos foram: Evany José Metkzer, sua morte ocorreu na zona
rural de Padre Paraíso em Minas Gerais, o jornalista tinha um blog; e o
paraguaio Gerardo Ceferino Servian Coronel, assassinado em Ponta Porã, no Mato
Grosso do Sul, o profissional trabalhava em uma rádio.
Foto: Reprodução Evany José Metkzer foi morto, em maio de 2015, em Minas Gerais |
Foto: Reprodução O paraguaio Gerardo Ceferino foi assassinado, em março de 2015, em Ponta Porã |
Dentre as mortes de jornalistas e de comunicadores que
totalizaram 11, apenas a do radialista Gleydson de Carvalho teve os mandantes e
os assassinos identificados e denunciados pelo Ministério Público.
Veja os tipos de agressões
sofridas pelos jornalistas em 2015, de acordo com o relatório da FENAJ:
- 16 casos de agressões
verbais;
- 28 ameaças ou
intimidações;
- Nove atentados;
- 13 ocorrências de
impedimento do exercício profissional;
- Nove cerceamentos
á liberdade de expressão, através de ações judiciais;
- Oito prisões;
- Dois casos de
violência contra organização sindical;
- Um caso de
censura;
Acompanhe a violência
por região do Brasil:
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA região Sudeste é a que teve o maior número de casos |
- O Sudeste é a
região com o maior número de casos, sendo 57 ocorrências, correspondendo a
41,6% do total. O estado de São Paulo é o que mais apresentou casos, sendo 24;
- No 2° lugar está o
Nordeste com 29 casos, o que equivale a 21,16%;
- No Norte houve 22
ocorrências, apresentando o índice de 16,16%;
- Na região Sul
foram registrados 18 casos, o que
equivale a 13,14%;
- No Centro – Oeste houve
11 casos, correspondendo a 8,03%;
Segundo o relatório da FENAJ, as agressões físicas lideraram o tipo de violência e
ocorreram em sua maior parte nas manifestações de rua. Em relação aos agressores,
das 137 ocorrências, 28 casos (20,44%) foram realizados por militares; seguidos
de 21 registros (13,3%) ocasionados por políticos, assessores e parentes; e no
terceiro lugar com 19 casos (13,87%), por manifestantes.
A FENAJ cita suas principais
medidas, adotadas para proteger os jornalistas: a criação do Observatório da
Violência contra Comunicadores e a instituição do protocolo de Segurança a ser
adotado pelas empresas de comunicação e de outro protocolo direcionado ás
forças de segurança do país.
O órgão acredita que a crescente violência constatada nesse
estudo é decorrente da impunidade dos agressores.
É um absurdo que a classe jornalística seja vítima de
qualquer tipo de violência que impeça o seu trabalho e o direito de comunicar os fatos, como eles realmente
são, aos interessados na transmissão de qualquer tipo de informação.
O aumento de casos de violência, provavelmente é
decorrente da ausência de punição e de
investigação adequadas, para quem pensa que tem o direito de calar a voz e o texto
de um jornalista. É lamentável ter que conviver com essas cruéis estatísticas.
Coibir um jornalista é a pior maneira de se combater a manipulação
de informações e a falta de compromisso com a verdade, características presentes em diversas
empresas de comunicação.
Esse profissional tem por obrigação ser imparcial e nunca
exceder na divulgação dos fatos, com exageros
ou tendências coercitivas. Portanto, a liberdade de expressão dever ser
garantida para que o seu trabalho seja realizado de maneira crítica e isenta de intenções escusas e prejudiciais ao
livre exercício da profissão.
A divulgação desse relatório pela FENAJ é um grande passo rumo ao combate da violência e de sua
impunidade. É ótimo que a sociedade tenha conhecimento de como é árduo o
trabalho de um jornalista e saiba respeitar esse profissional.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesO jornalista merece o respeito de todos |
Uma das tarefas de quem trabalha com a comunicação é contribuir
para tirar as pessoas da total alienação,
proveniente de alguns trabalhos manipulados e pouco compromissados, com a veracidade dos fatos.
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