Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Conheça algumas diferenças entre a Arte Moderna e a Arte Contemporânea


                                                

                                                                                   Fernanda Fernandes Borges



A Arte  Moderna é característica do século XX e retrata a sociedade de consumo. No processo de criação há o produtor (artista), o intermediário (marchand, crítico, curador) e o consumidor (colecionador e o público em geral). A Arte Contemporânea representa a atualidade e a sociedade de comunicação.
 
                                                                                                 Foto: Fernanda Fernandes Borges

A Arte Contemporânea está relacionada às questões atuais

 

Enquanto na Arte Moderna a obra é um produto e o público está distante dela, na Arte Contemporânea o sistema é aberto, a arte é mais democratizada e pode estar em museus, nas ruas, na internet em todos os lugares.

Esse tema foi trabalhado na aula do dia 8 de junho do curso de História da Arte Contemporânea promovido pela Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte.

Na Arte Moderna existem:  autocrítica, pureza, qualidade, abstração e independência.

Na Arte Contemporânea há: pluralidade, diversidade de materiais, contaminação, impureza, valorização da ideia e da ação.

A educadora Isa Souza citou alguns artistas da atualidade que merecem destaque: Fab Ciraolo (Chile), Bansky (Reino Unido, 1974) e Damien Hist ( Reino Unido, 1965).

“Na obra de Fab Ciraolo percebem-se cenas do universo cosmopolita. As obras remetem ao universo da memória”, disse a professora.
 
                                                                                            Foto: Reprodução

Obra de Fab Ciraolo referente ao filme "Eduardo  Mãos de Tesoura"

 

Em uma exposição em Londres,  Bansky fez uma crítica ao tipo de arte distanciada do público. “Quando se vai a uma galeria de Arte, você é apenas um turista olhando a sala de troféus de alguns milionários”.
 
                                                                                                                            Foto: Reprodução

"A menina com o balão'" uma das mais conhecidas obras de Bansky

 

A Arte Contemporânea no Brasil surge a partir da década de 1950 e é bastante influenciada pelos movimentos artísticos internacionais, inclusive com o surgimento da Pop Art americana.

Através de uma proposta do industrial e mecenas das artes Ciccilo Matarazzo ( 1888-1971),  em 1951, acontece a primeira Bienal de São Paulo, semelhante à Bienal de Veneza.

Em relação ao advento da Pop Art no Brasil, o contexto é a ditadura militar que foi duramente criticada por vários artistas. O fazer artístico é mais artesanal, mais arcaico e primitivo.

Havia a necessidade de modificar o tratamento da figura, após o esgotamento da abstração geométrica e informal.

Os artistas faziam referências aos acontecimentos internacionais e à censura vivenciada no Brasil. Merecem destaque: Antônio Diase ( Paraíba, 1944), Rubens Gerchaman ( Rio de Janeiro , 1942-2008) e Cláudio Tozzi ( São Paulo, 1944).

Em  abril de 1967, uma exposição realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM – RJ), enfatizou a Nova Objetividade Brasileira em que os artistas estavam vinculados às vanguardas abstracionistas da década anterior (Concretismo e Neoconcretismo).

Também contemplou artistas da chamada Nova  Figuração que era um  movimento recém surgido no país e que defendia o retorno da representação figurativa.

Entre os artistas Neoconcretistas brasileiros  se destacam Hélio Oiticica ( Rio de Janeiro 1937- 1980) e Lygia Clark ( Belo Horizonte ( 1920- 1988). Ambos foram expoentes do experimentalismo nas artes plásticas nos anos de 1960 e 1970. A pintura é deslocada para o espaço tridimensional.
 
 
                                                             Foto: Reprodução
                 

Hélio Oiticica promoveu a exposição tropicália

 

Em 1967, Hélio Oiticica promove a exposição Tropicália uma instalação em forma de labirintos com plantas, araras e areias, além de outros elementos.

As obras de Lygia Clark evidenciam a necessidade da artista de transcender a tela.
 
                                                                                                                        Foto: Reprodução

A artista Lygia Clark criou obras que ultrapassavam as telas

 
 

A arte é sempre utilizada para questionar sistemas que oprimem a liberdade do cidadão de pensar e agir seja na política, na vida profissional ou social. Tem grande poder para ampliar os conceitos de quem está disposto a transformá-los em novos horizontes.

A importância da Arte Contemporânea em nosso país é inegável para fazer oposição à ditadura militar. A expressão dos artistas por meio de telas irônicas e movimentos representa a necessidade de modificar a ideologia política alienante.

As influências de correntes artísticas anteriores são observadas, quando há o desejo de enfatizar determinada técnica ou artista, através de um novo movimento que por mais tradicional, consegue trazer sempre boas novidades para o público.

A arte tem o poder de transformar e surpreender. A cada nova ideia executada por um artista,  existe uma nova oportunidade de analisar  a contemporaneidade e  suas consequências na sociedade e em suas escolhas.

 

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