Fernanda Fernandes Borges
O grande número de abstenções, votos brancos e nulos
foram superiores aos votos recebidos pelos candidatos eleitos nas capitais:
Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Isso demonstrou que o
eleitor está cansado da política enganosa praticada por velhos candidatos e
partidos que não merecem credibilidade.
Foto: ReproduçãoA população está cansada da ploítica feita de modo irresponsável |
Em São Paulo, a
eleição foi decidida no 1º turno. O candidato João Dória (PSDB) obteve
3.085.187 votos. A soma dos votos brancos (367.471 votos), nulos (
788.379 votos) e as abstenções ( 1.940.454) totalizaram 3.096.304, ou seja um
número superior à votação do prefeito eleito.
Segundo o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), 57 municípios, incluindo 18 capitais estaduais, tiveram
2° Turno, ocorrido no dia 30 de outubro. Os votos brancos foram 936 mil e os
nulos 2,7 milhões. Cerca de 7,1 milhões de pessoas (abstenções) não
compareceram às urnas.
Isso totaliza 10,7
milhões de eleitores (32,5% do total de eleitores aptos para votar) que se
utilizaram dessas opções para não elegerem nenhum candidato.
Foto: ReproduçãoNas principais capitais brasileiras as abstenções, os votos brancos e nulos foram superiores aos votos recebidos pelos prefeitos eleitos |
Veja como ficou o resultado em outras capitais, no 2º
Turno:
- Em Belo Horizonte, o
prefeito eleito Alexandre Kalil (PHS) obteve 628.050 votos, resultado inferior à soma dos: votos brancos (72.131), votos nulos (230.951)
e das abstenções (438.968) que totalizaram o valor de 742.050 ;
- Em Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB) teve 402.165 votos. Os votos brancos (46.537), os votos nulos (109.693) e
as abstenções (277.521) totalizaram 433.751, sendo superior à votação do
político;
- No Rio de Janeiro, o
candidato eleito Marcelo Crivella (PRB) recebeu 1.700.030 votos. A soma dos
votos brancos (149.866), votos nulos ( 569.536) e das abstenções ( 1.314.950)
foi de 2.034.352, novamente maior que o
número de votos recebidos pelo futuro prefeito;
Sabe-se que para um candidato ser eleito, são contabilizados apenas os votos válidos,
descartando os brancos e os nulos. Segundo o TSE, o número de votos válidos caiu 4,5% em relação
às eleições municipais de 2012.
Não é possível que esses políticos continuem a insistir
na velha forma de governar, pois desse modo, o protesto por meio das
abstenções, dos votos brancos e nulos só
tendem a crescer em nosso país.
A necessidade do novo fez com que muitos eleitores
optassem por figuras que passarão a ser
políticos, apenas no momento em que assumirem as prefeituras de Belo
Horizonte e de São Paulo, em 2017. Alexandre Kalil (BH) e João Dória (SP) são
empresários e não têm experiência na política.
É lamentável que grande parte da população esteja sem
esperança quantos à seriedade de seus
representantes no âmbito municipal, devido ás grandes decepções provenientes de
recorrentes denúncias de corrupção e irresponsabilidade no uso do dinheiro
público.
O péssimo exemplo
da ocupação da Presidência da República, recentemente, que desrespeitou o resultado das urnas de
2014, pode ser uma das causas que levou os eleitores a se revoltarem quanto à
tirania de alguns partidos que se uniram em prol do poder a qualquer preço.
O cidadão brasileiro está apto a protestar por meio de
seu voto e a lutar por uma melhor administração em seu município, em seu estado
e também em sua nação. Com certeza, vai acompanhar atentamente o desenrolar
desses novos cenários políticos.
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