Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Angela Merkel vence as eleições na Alemanha

          

                                                                       Fernanda Fernandes Borges




A chanceler alemã Angela Merkel saiu vitoriosa da eleição ocorrida no dia 24 de setembro. À frente da Alemanha desde 2005,  que é a maior economia da Europa,  essa é a quarta vez seguida que  Merkel vence as disputas eleitorais. Porém, essa vitória traz desafios à líder alemã ao buscar possíveis alianças e conviver no Bundestag, Parlamento alemão, com a chegada do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).


                                                                                                             Foto: Sönke Ehlers/CDU


Angela Merkel está à frente da Alemanha desde 2005



                             
O resultado dessa eleição foi muito acirrado. O partido de Merkel União Cristã Democrata (CDU) em aliança com o  União Social Cristã da Baviera (CSU) obteve 33% dos votos. O pior resultado desde 1949, quando obteve 31% dos votos.
 Houve uma queda de 8,5 pontos no desempenho do partido,  em relação à última eleição,  ocorrida em 2013.
O voto na Alemanha não é obrigatório. Nessa última disputa, 76,2% dos eleitores compareceram  às urnas, um número maior,  comparados aos 71,5% eleitores que votaram em 2013.
Em segundo lugar ficou Martin Schulz líder  do Social – Democrata (SPD) com 20,5% dos votos. O SPD que era aliado  de Merkel no Parlamento abandonou a coalizão e agora será oposição à líder européia.
A grande surpresa da eleição foi a expressiva votação alcançada pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfP) que é de extrema - direita e chega ao parlamento com mais de um milhão de votos (12,6%),  sendo o terceiro lugar na disputa eleitoral.
 O AfP é contrário ao islã,  ao euro e à política de Angela Merkel de receber imigrantes.
Essa inserção da extrema-direita na política alemã é visto por muitos como perigosa, já que desde o término da Segunda Guerra Mundial o país  demosntrava arrependimento pelo nazismo e rejeição  às  ideias extremas.
O grande desafio de Angela Merkel é conseguir formar um governo com maioria, depois de rupturas e cenários adversos. A tentativa é unir os conservadores do partido de Merkel com os liberais do partido FDP que tiveram 10,7% dos votos e os verdes que obtiveram 8,9% dos votos.
A provável coalizão é chamada de Jamaica devido às cores dos partidos  serem amarela, preta e verde, o que remete à bandeira do país africano.
Porém, há divergências entre os FDP e os verdes quanto à imigração, o futuro do diesel e o abandono das energias fósseis. Outro desafio que a líder alemã terá que vencer,  se quiser o apoio dessas legendas.
Ao abrir as fronteiras em 2015,   para asilar refugiados, Angela Merkel  causou divergências entre alguns políticos na Alemanha e apesar de afirmar que foi uma decisão correta, atualmente se depara com  um cenário político instável.
A  chanceler afirmou que deve conseguir formar alianças para ter maioria no governo, já que não trabalha com a possibilidade de um governo minoritário. Caso não consiga maioria, pode convocar novas eleições.
A vitória de Angela Merkel confirma o bom trabalho que a líder europeia  desenvolve na Alemanha. Ainda que muitos discordem de suas políticas de temas polêmicos como a  imigração, a maioria optou pelo quarto mandato da chanceler.
As ideias extremistas nunca são favoráveis ao desenvolvimento de uma nação. É vergonhoso exaltar atitudes que vitimaram milhares de pessoas inocentes, seja pela religião ou etnia. Tentar resgatar esse tipo de pensamento na contemporaneidade demonstra a irracionalidade humana.
A Alemanha é a economia mais forte da Europa e por isso deve ser representada por uma líder que saiba conciliar as diferenças e promova um cenário pacífico, ao invés de suscitar rusgas que podem ser fatais para a continuidade do progresso alemão.





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