Fernanda Fernandes Borges
A chanceler alemã Angela
Merkel saiu vitoriosa da eleição ocorrida no dia 24 de setembro. À frente
da Alemanha desde 2005, que é a maior
economia da Europa, essa é a quarta vez seguida
que Merkel vence as disputas eleitorais.
Porém, essa vitória traz desafios à líder alemã ao buscar possíveis alianças e
conviver no Bundestag, Parlamento
alemão, com a chegada do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Foto: Sönke Ehlers/CDUAngela Merkel está à frente da Alemanha desde 2005 |
O resultado dessa
eleição foi muito acirrado. O partido de Merkel União Cristã Democrata
(CDU) em aliança com o União Social Cristã da
Baviera (CSU) obteve 33% dos votos.
O pior resultado desde 1949, quando obteve 31% dos votos.
Houve uma queda de
8,5 pontos no desempenho do partido, em
relação à última eleição, ocorrida em
2013.
O voto na Alemanha não é obrigatório. Nessa última
disputa, 76,2% dos eleitores compareceram
às urnas, um número maior,
comparados aos 71,5% eleitores que votaram em 2013.
Em segundo lugar ficou Martin Schulz líder do Social – Democrata (SPD) com 20,5% dos votos. O SPD que era aliado de
Merkel no Parlamento abandonou a coalizão e agora será oposição à líder
européia.
A grande surpresa da eleição foi a expressiva votação
alcançada pelo partido Alternativa para
a Alemanha (AfP) que é de extrema - direita e chega ao parlamento com mais
de um milhão de votos (12,6%), sendo o
terceiro lugar na disputa eleitoral.
O AfP é contrário ao islã, ao euro e à política de Angela Merkel de receber
imigrantes.
Essa inserção da extrema-direita na política alemã é visto
por muitos como perigosa, já que desde o término da Segunda Guerra Mundial o
país demosntrava arrependimento pelo
nazismo e rejeição às ideias extremas.
O grande desafio de Angela
Merkel é conseguir formar um governo com maioria, depois de rupturas e
cenários adversos. A tentativa é unir os conservadores do partido de Merkel com os liberais do partido FDP que tiveram 10,7% dos votos e os verdes que obtiveram 8,9% dos votos.
A provável coalizão é chamada de Jamaica devido às cores
dos partidos serem amarela, preta e
verde, o que remete à bandeira do país africano.
Porém, há divergências entre os FDP e os verdes quanto à
imigração, o futuro do diesel e o abandono das energias fósseis. Outro desafio
que a líder alemã terá que vencer, se
quiser o apoio dessas legendas.
Ao abrir as fronteiras em 2015, para asilar refugiados, Angela Merkel causou divergências entre alguns políticos na
Alemanha e apesar de afirmar que foi uma decisão correta, atualmente se depara
com um cenário político instável.
A chanceler
afirmou que deve conseguir formar alianças para ter maioria no governo, já que
não trabalha com a possibilidade de um governo minoritário. Caso não consiga
maioria, pode convocar novas eleições.
A vitória de Angela
Merkel confirma o bom trabalho que a líder europeia desenvolve na Alemanha. Ainda que muitos
discordem de suas políticas de temas polêmicos como a imigração, a maioria optou pelo quarto
mandato da chanceler.
As ideias extremistas nunca são favoráveis ao
desenvolvimento de uma nação. É vergonhoso exaltar atitudes que vitimaram
milhares de pessoas inocentes, seja pela religião ou etnia. Tentar resgatar
esse tipo de pensamento na contemporaneidade demonstra a irracionalidade
humana.
A Alemanha é a economia mais forte da Europa e por isso
deve ser representada por uma líder que saiba conciliar as diferenças e promova
um cenário pacífico, ao invés de suscitar rusgas que podem ser fatais para a
continuidade do progresso alemão.
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