Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A arte de interpretar a comunicação atual

                                                    
                                                                             Fernanda Fernandes Borges


No dia 12 de março de 2015, o 2° Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação iniciou seus trabalhos com esquetes teatrais. O dicionário e os seus inúmeros significados; uma crítica á forma como o rádio se comunica com o seu ouvinte; os relacionamentos humanos em diversos sentidos e a briga para saber quem é mais importante: a fala ou escrita? Esses foram os temas abordados que levaram a plateia a refletir sobre os problemas enfrentados ao se tentar comunicar, nos dias de hoje.
 
Inúmeras palavras foram ditas  e os seus respectivos significados. Com certeza nessa brincadeira teatral, muitas pessoas ali presentes nunca tinham ouvido aqueles vocábulos. Isso demonstra, por meio da encenação que muitas vezes, os receptores dos meios de comunicação, podem não compreender o que está sendo veiculado e por isso não têm chance de ter uma opinião crítica sobre o assunto tratado.
 
                                                                                                 Foto: Fernanda Fernandes Borges

 

 O teatro abriu o encontro de domingo do 2º ENDC

 

O ouvinte tenta conversar com o rádio, mas ele não responde. Essa temática tratada na segunda esquete,  mostrou como os veículos de comunicação são muitas vezes unilaterais, querem passar o seu ponto de vista e não permitem uma interação maior com os seus receptores. Não desejam que ele tenha opinião própria, pois desejam disseminar aquilo que julgam ser a forma correta de como as pessoas têm que agir e pensar.
 

                                                                                                     Foto: Fernanda Fernandes Borges

 

Esquete discutiu o papel do rádio


 
Os relacionamentos foram abordados de maneiras distintas. Enquanto um jovem relatava o seu encantamento por uma garota, outro falava de sua paixão pelas coisas e não por pessoas. Esse distanciamento se assemelha ao processo comunicativo que em muitos casos passa uma visão distorcida sobre determinado fato e causa interpretações muito diferentes da realidade.
 

                                                                                                 Foto: Fernanda Fernandes Borges

As distintos formas de interpretar uma realidade

 

A última esquete abordou de modo convincente as diferenças entre a fala, a escrita, o surgimento do cinema e a tecnologia multimídia. Enquanto a fala discutia com a escrita, para saber quem era a mais importante, o cinema se vangloriava por utilizar as duas. A evolução multimídia amarrou: fala, escrita e cinema e afirmou que veio para englobar tudo que existia.
 
 
                                                                                                Foto: Fernanda Fernandes Borges

 

Discussão entre fala e escrita para saber quem era mais importante


 

                                                                                                      Foto: Fernanda Fernandes Borges

A fala, o cinema e a escrita interagiram

 
 
Os atores ficaram andando em círculos, amarrados, demonstrando que apesar do excesso de informações transmitidas no mundo contemporâneo, com o advento da internet, isso, muitas vezes, deixam as pessoas perdidas, sem saber o que é verdade ou mentira.
 
Foto: Fernanda Fernandes Borges

A tecnologia multimídia amarrou todos

 
As pessoas usam as redes sociais, mas na maioria dos casos não buscam informações e somente interações. Uma pessoa mal informada não pode participar da construção de um país mais justo e desenvolvido, porque está alienada da realidade em que está inserida.

O teatro foi algo inovador e reflexivo que levou à plateia ao encantamento por sua graça e profundidade ao tratar dos temas relacionados á comunicação. Por meio da arte, foi possível refletir sobre o quanto somos tratados como “imbecis” por alguns veículos de comunicação que pensam que podem manipular a opinião de seus receptores.
 
                                                                                                       Foto: Fernanda Fernandes Borges

Os participantes do 2° ENDC prestigiaram as esquetes

 

Por isso, é indispensável debates sobre a comunicação brasileira para se pensar em estratégias que possam combater os grandes monopólios midiáticos, para se construir políticas públicas que visem dar notoriedade para muitos “excluídos” da sociedade.

A realidade deve ser passada como realmente é,  e não maquiada para se atender aos interesses comerciais e promover grandes lucros para os empresários. Os meios de comunicação devem servir para informar e entreter o público de modo inteligente, não de modo coercitivo e com um único ponto de vista. A pluralidade de vozes se faz necessária para um debate democrático sobre o Brasil em que vivemos, para construirmos uma sociedade mais inteligente e participativa.

 

 


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