Fernanda Fernandes Borges
Um país de belas paisagens e de grandes filósofos como
Platão, Aristóteles e Sócrates. A Grécia, na economia, enfrenta uma grave crise que não lembra as riquezas naturais e intelectuais. No último
domingo, dia 5 de julho, os gregos foram ás urnas e optaram por “oxi” , palavra grega, que quer dizer não, ás imposições dos credores
internacionais, para conceder novos empréstimos para a nação.
O plebiscito foi convocado pelo primeiro – ministro da
Grécia, Alexis Tsipras, que decidiu
consultar a população se o país deveria ou não aceitar as condições impostas
para concessão de novos empréstimos. Dos eleitores que foram ás urnas, 61,31% disseram não.
Foto: Reuters / Yannis BehrakisGregos foram ás ruas comemorar o resultado do plebiscito com a vitória do "oxi"( não) |
A Grécia não conseguiu pagar 1,5 bilhões de euros ao
Fundo Monetário Internacional (FMI), no dia 30 de junho. Diante desse
acontecimento, histórico, já que é essa é a primeira vez que um país
desenvolvido não paga o FMI, a situação no país é de incerteza sobre a
continuidade na União Europeia e o uso do euro como moeda.
Os empréstimos que a nação europeia conseguiu,
anteriormente, foram feitos diante de medidas severas para a população e acabou
piorando a situação do país. Hoje, o povo grego enfrenta uma taxa de desemprego
de 26% e milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza.
Atualmente, a Grécia tem uma dívida de aproximadamente
320 bilhões de euros, o que corresponde a mais de 1 trilhão de reais e não tem
como pagar. A situação se agravou, porque o país gastou bem mais do que arrecadou
e foi financiando os excessos, por meio dos empréstimos estrangeiros.
As exigências feitas pela Comissão Europeia, pelo Banco
Central Europeu e pelo FMI para conceder o dinheiro emprestado para honrar a
dívida eram: ampliação do imposto IVA sobre circulação de mercadorias em várias
ilhas turísticas; uma grande redução no número de pessoas que podem optar por
uma aposentadoria antecipada; ações para reduzir a evasão fiscal e o término da
corrupção.
O governo de Alexis Tsipras e grande parte da população acreditam
que as medidas austeras utilizadas, até então, foram ineficazes e prejudicaram
a economia grega. Acredita-se, que esse
setor tenha encolhido 25%, desde o
início dos empréstimos , em 2010.
Com a vitória do não
no plebiscito de domingo, a esperança é que a democracia e a justiça social
sejam fortalecidas no país e que haja novas oportunidades de renegociação da
dívida.
O dinheiro pode acabar nos bancos gregos, se não houver
um novo acordo com o Banco Central Europeu. O limite diário para saques tem sido
de 60 euros, o que equivale a aproximadamente 210 reais.
Para facilitar as
conversas com os credores internacionais, o Ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis pediu demissão do
cargo, na segunda-feira, dia 6 de julho, um dia após o plebiscito, a pedido de Alexis Tsipras.
A reposta das urnas com mais de 60% dos eleitores dizendo
não, representa bem o sentimento atual do povo
grego que é de uma enorme insatisfação com a tomada de empréstimos para pagar
uma dívida que parece impossível de ser quitada.
O grande índice de
desemprego, principalmente entre os jovens, comprova que medidas rígidas, como as impostas
pelos credores, não é o melhor caminho para fazer o país crescer e gerar
lucros. Se continuasse assim, provavelmente, a população sofreria ainda mais com tanta
limitação.
O que a maioria dos gregos deseja e deixou evidente nesse
plebiscito é a independência de imposições penosas para a sociedade e a
urgência do reerguimento da nação ás custas de um grande trabalho que necessita
do auxílio de todos.
Essa coragem de dizer
não no plebiscito, demostra porque a Grécia é um país iluminado por uma
filosofia contemporânea que deseja crescer e se livrar das dívidas, longe do
domínio e da exploração de grandes potências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário