Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O "OXI" vence no plebiscito da Grécia



Fernanda Fernandes Borges



Um país de belas paisagens e de grandes filósofos como Platão, Aristóteles e Sócrates. A Grécia, na economia,  enfrenta uma grave crise que não lembra  as riquezas naturais e intelectuais. No último domingo, dia 5 de julho, os gregos foram ás urnas e optaram por “oxi” , palavra grega, que quer dizer não, ás imposições dos credores internacionais, para conceder novos empréstimos para a nação.

O plebiscito foi convocado pelo primeiro – ministro da Grécia, Alexis Tsipras, que decidiu consultar a população se o país deveria ou não aceitar as condições impostas para concessão de novos empréstimos. Dos eleitores que foram ás urnas,  61,31% disseram não.
 
                                                                       Foto: Reuters / Yannis Behrakis

Gregos foram ás ruas comemorar o resultado do plebiscito com a vitória do "oxi"( não)

 

A Grécia não conseguiu pagar 1,5 bilhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), no dia 30 de junho. Diante desse acontecimento, histórico, já que é essa é a primeira vez que um país desenvolvido não paga o FMI, a situação no país é de incerteza sobre a continuidade na União Europeia e o uso do euro como moeda.

Os empréstimos que a nação europeia conseguiu, anteriormente, foram feitos diante de medidas severas para a população e acabou piorando a situação do país. Hoje, o povo grego enfrenta uma taxa de desemprego de 26% e milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza.

Atualmente, a Grécia tem uma dívida de aproximadamente 320 bilhões de euros, o que corresponde a mais de 1 trilhão de reais e não tem como pagar. A situação se agravou, porque o país gastou bem mais do que arrecadou e foi financiando os excessos, por meio dos empréstimos estrangeiros.

As exigências feitas pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI para conceder o dinheiro emprestado para honrar a dívida eram: ampliação do imposto IVA sobre circulação de mercadorias em várias ilhas turísticas; uma grande redução no número de pessoas que podem optar por uma aposentadoria antecipada; ações para reduzir a evasão fiscal e o término da corrupção.

O governo de Alexis Tsipras e grande parte da população acreditam que as medidas austeras utilizadas, até então, foram ineficazes e prejudicaram a economia grega. Acredita-se,  que esse setor tenha encolhido  25%, desde o início dos empréstimos , em 2010.

Com a vitória do não no plebiscito de domingo, a esperança é que a democracia e a justiça social sejam fortalecidas no país e que haja novas oportunidades de renegociação da dívida.

O dinheiro pode acabar nos bancos gregos, se não houver um novo acordo com o Banco Central Europeu. O limite diário para saques tem sido de 60 euros, o que equivale a aproximadamente 210 reais.
 

 Para facilitar as conversas com os credores internacionais, o Ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis pediu demissão do cargo,  na segunda-feira, dia 6 de julho, um dia após o plebiscito, a pedido de Alexis Tsipras.

A reposta das urnas com mais de 60% dos eleitores dizendo não,  representa bem o sentimento atual do povo grego que é de uma enorme insatisfação com a tomada de empréstimos para pagar uma dívida que parece impossível de ser quitada.

 O grande índice de desemprego, principalmente entre os jovens,  comprova que medidas rígidas, como as impostas pelos credores, não é o melhor caminho para fazer o país crescer e gerar lucros. Se continuasse assim, provavelmente,  a população sofreria ainda mais com tanta limitação.

O que a maioria dos gregos deseja e deixou evidente nesse plebiscito é a independência de imposições penosas para a sociedade e a urgência do reerguimento da nação ás custas de um grande trabalho que necessita do auxílio de todos.

Essa coragem de dizer não no plebiscito, demostra porque a Grécia é um país iluminado por uma filosofia contemporânea que deseja crescer e se livrar das dívidas, longe do domínio e da exploração de grandes potências.

 

 

 

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