Fernanda Fernandes Borges
No dia 13 de julho deste ano, entrou em vigor a Medida
Provisória nº 681 que aumenta o limite
de desconto do crédito consignado, aquele que incide diretamente no contracheque, de 30% para 35%. A justificativa do governo federal
para essa aprovação é a tentativa de amenizar os impactos dos ajustes
econômicos, feitos até então, na vida do
trabalhador.
Essa medida já
está publicada no Diário Oficial da União (DOU) e é válida para empregados com
carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos.
Ela estabelece que 5% do empréstimo contraído seja
destinado, exclusivamente, para as despesas com o cartão de crédito. Esse
percentual também pode ser utilizado para quitar verbas rescisórias, dívidas em
casos de dispensa sem justa causa, se
estiver no contrato.
Foto: ReproduçãoO aumento do limite do crédito consignado é destinado para pagar dívidas com o cartão |
Em maio deste não, a presidente Dilma Roussef vetou o
aumento do limite de desconto do crédito consignado de 30% para 40%, por
entender que isso poderia causar mais endividamento e inadimplência. Porém, com
objetivos melhores definidos pela MP 681 o governo entendeu que o aumento para
desconto de 35% , no contracheque, pode auxiliar o trabalhador que tem dívidas
no cartão.
De acordo com o Ministério da Fazenda, essa resolução
ainda visa reduzir os juros cobrados pelo cartão de crédito, diminuindo dívidas
feitas, por meio desse item e aumentar o
consumo.
Segundo o Banco Central, a taxa média cobrada no
empréstimo consignado em maio foi de 27,2% ao ano, enquanto a do empréstimo
pessoal foi de 48,25%. Os juros cobrados no uso do cartão rotativo chegaram a
360,6% ao ano, com inadimplência de 35,4%.
A inadimplência no Brasil tem aumentado mais entre os
idosos, porque eles emprestam o nome para suas famílias conseguirem crédito
consignado. De acordo com o Serviço de proteção ao Crédito (SPC Brasil) há 56,6
milhões de inadimplentes no país, na faixa etária de 18 aos 95 anos. Um crescimento de 9,10% foi observado na
faixa dos 65 aos 84 anos.
Aposentados e pensionistas do INSS já tinham a opção de
usar o limite de 10% da renda, por meio
de um cartão específico, para pagar faturas dos cartões de crédito, por meio do
empréstimo consignado. Nesse caso, o valor dos juros do cartão é de 3,06% ao
mês e a do empréstimo com desconto em folha é 2,14%.
O limite do cartão a ser consignado para os aposentados
poderá ficar mais alto, desde que não ultrapasse os 35%
Os bancos terão que se adequar para que os demais
clientes como os empregados com carteira assinada e os servidores públicos, possam
consignar o parcelamento da dívida do
cartão ou obter um novo cartão consignável.
Ao se tomar um empréstimo consignado deve se ter a máxima
atenção de que sua renda vai diminuir e ficará mais difícil honrar com os
compromissos das contas básicas como água, luz, telefone e aluguel. O comprometimento
de até 35% do salário é grande e faz uma enorme diferença no decorrer do mês.
Foto: ReproduçãoA renda mensal fica muito comprometida quando se faz um empréstimo consignado |
Com o objetivo de trocar juros altos do cartão rotativo
por juros bem mais favoráveis no parcelamento da dívida, por meio dessa
modalidade de empréstimo, pode ser uma boa opção. Assim, os endividados podem
quitar suas pendências, sem um grande desprendimento de dinheiro.
O que o consumidor deve adotar é a tática de não contrair
despesas que não pode pagar. O sacrifício imposto, por meio de um empréstimo
consignado, que pode durar muitos meses, não é válido para tentar levar um
padrão de vida fora do orçamento doméstico.
A melhor tática a ser adotada é viver de acordo com os
rendimentos mensais e não se comprometer com nenhum tipo de empréstimo. O
consignado deve ser utilizado em um caso extremo e só quando for para trocar
juros maiores de uma dívida já existente, por percentuais menores.
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