Fernanda Fernandes Borges
É quase impossível, alguém nunca ter mentindo na vida.
Quando a mentira é inofensiva e não é usada para prejudicar outra pessoa, pode
ser compreendida. No entanto, o hábito de mentir com frequência, criar
situações ilusórias e acreditar nelas, é
uma doença chamada mitomania ou pseudolelia.
No mundo, seria difícil conviver se não fossem as “mentiras sociais”. Um elogio para tentar levantar o astral de quem não se saiu
bem em um teste; um incentivo para um sonho considerado utópico ou mesmo uma
falsa aparência de que tudo está bem, depois de uma discussão calorosa com algum
amigo.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesÁs vezes as pessoas mentem para agradar os amigos |
Ninguém consegue ser sincero o tempo todo. Quando se
inventa que não estará em casa, para não receber aquela visita enfadonha é um
exemplo de mentira contada, para ajustar uma determinada situação indesejada.
No entanto, ao contrário dos exemplos citados
anteriormente, há mentirosos que fazem de sua vida uma existência repleta de
fantasias, em que eles acreditam ser reais. O mentiroso compulsivo
mente em diversas áreas da vida: pessoal,
profissional , afetiva e social.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesSe a pessoa tiver a doença de mentir, pode criar uma personalidade que não existe |
Ao contar suas falsas histórias de modo repetitivo,
pode-se considerá-lo um portador da mitomania.
Esse tipo de pessoa se sente confortável e realizada ao criar uma vida
paralela.
Como diferenciar uma
mentira simples de uma mentira de um ser humano doente?
É simples. A pessoa que mente ocasionalmente, não tem resistência em
admitir a verdade e se sente envergonhada quando é descoberta. Sua falta de
verdade, geralmente não prejudica ninguém e nem é feita para ganhar algum tipo
de vantagem.
Já o mitômano mente por compulsão e usa essa característica para
obter vantagens em alguma situação. Quando é descoberto, não fica constrangido. É insensível e não se
preocupa com o mal que sua mentira pode causar ás demais pessoas. E nunca
admite suas mentiras.
A pessoa que tem essa doença usa a mentira de forma consciente.
Geralmente esse distúrbio pode estar relacionado a : baixa autoestima;
histórico de conflitos familiares; necessidade de aceitação; inadequação ao
mundo real; tentativa de obter proteção contra situações constrangedoras,
dentre outros motivos.
O mitômano usa a falta de verdade para se consolar contra
uma realidade negativa e hostil. Já a mentira contada esporadicamente, por uma
pessoa normal, geralmente é para se conseguir algum objetivo simples, como
exemplo: evitar um conflito desnecessário entre familiares.
Quem sofre desse transtorno deve procurar um psiquiatra.
Através da terapia, é possível detectar
o que levou a pessoa a ter um comportamento tão irreal.
É sabido que a mentira tem pernas curtas. Por isso, qualquer ser humano que se envereda por esse
caminho e tenta prejudicar alguém, mais tarde é descoberto e com certeza pagará
pelos seus atos. Não adianta pensar que seu mundo irreal o salvará, pois a realidade
será bem mais dura, ao se deparar com ela.
Ninguém deve viver de ilusões. Enfrentar a vida real é
mais fácil do que criar um universo paralelo que não vai propiciar crescimento
e nem resolver nenhum trauma passado. Uma boa conversa com especialistas pode
ser uma solução, para quem tem medo da vida como ela é.
Foto: Fernanda Fernandes BorgesA pessoa deve ser sincera e não viver com máscaras que escondem uma vida irreal |
Tentar justificar roubos ou outros crimes pela mitomania
não é justo, porque geralmente esses bandidos agem de forma premeditada e nunca
têm algum transtorno, para gastar o
dinheiro que ganham facilmente.
Quem mente deve refletir e tentar encarar a realidade por
mais dura que seja. O ser humano deve compreender que não é uma falsa
ostentação ou situação que o fará melhor ou pior que os demais. O seu caráter
sim é que está em julgamento, quando se quer conviver bem na sociedade que
despreza um perfil falso e maléfico.
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