Fernanda Fernandes Borges
Nos últimos anos, vários alunos realizaram o sonho de
cursar uma faculdade graças aos programas governamentais como: o Sisu, o ProUni
e o Fies. Este está com novas regras que devem ser adotadas, já no fim de
março, que podem dificultar bastante o ingresso na universidade.
O Financiamento Estudantil (Fies) é um programa que
custeia a graduação de estudantes matriculados em faculdades particulares.
Atualmente, muitos alunos têm reclamado de não conseguir renovar o contrato ou
aderir ao programa. Segundo o governo, o sistema está sobrecarregado e as novas
regras adotadas no fim de 2014, começam a valer para contratos feitos, a partir
do dia 30 de março.
A presidente Dilma Roussef admitiu recentemente que o
governo errou ao ter passado para as instituições privadas, o controle das
matrículas dos estudantes pelo Fies. No fim de 2014, o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) registrou 1,9 milhões de contratos do
financiamento estudantil.
Devido à multiplicação de gastos do governo federal com o
programa e a alta demanda, o MEC vai utilizar outros critérios para novos
contratos de financiamento. As novas regras são:
-
Prazo de cadastro mais curto, o atual vai do dia 23 de fevereiro ao dia 30 de
abril;
-
Notas mínimas nas provas do Enem, agora o candidato deve ter feito pelo menos
450 pontos e não tirar zero na redação, antes não havia pontuação mínima;
-
Limite para os reajustes das mensalidades, por exemplo, este ano o índice não
deve passar de 6,4 % já que esse foi o valor da inflação de 2014, segundo o Índice
de Preços ao Consumidor (IPCA);
-
Priorizar as instituições que tenham obtido nota cinco na avaliação do
Ministério da Educação, limitando o pedido de contratos;
- Redistribuir
os contratos para beneficiar regiões que tinham baixo atendimento do programa.
- A
partir de agora quem é contemplado pelo programa de bolsa do Prouni só poderá
utilizar o Fies na seguinte situação: a bolsa do ProUNi deverá ser parcial de
50% e deverá ser usada juntamente com o Fies em uma mesma instituição e no
mesmo curso;
Foto: ReproduçãoNovas regras do Fies dificultam a entrada na universidade |
Essas regras têm causado polêmica entre os estudantes,
porque ingressar em uma universidade pública nem sempre é possível e pagar uma
faculdade particular é um privilégio que muitos não têm. As novas
condições impostas são decorrentes dos ajustes dos gastos governamentais que
vêm atingindo a população. Os alunos carentes ainda podem ainda contar com o
Sisu e o Prouni.
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foi criado pelo
Ministério da Educação para selecionar candidatos ás vagas de instituições
públicas. Ele utiliza as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como
forma de seleção parcial ou integral, para a entrada em universidades públicas.
Em muitas instituições é a única fase do processo, como na Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG).
O Programa Universidade para Todos (ProUni) possibilita
aos alunos de baixa renda estudar em
universidades privadas por meio de bolsas parciais ou integrais. Para utilizar
o programa é preciso ter feito 450 pontos no Enem e não zerar a redação. Além
disso, o aluno deve ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou ter
sido bolsista em escola particular.
Para conseguir uma bolsa parcial, em que o estudante deve
arcar com 50% da mensalidade, a família deve ter uma renda de até três salários
mínimos por pessoa. Já para concorrer a uma bolsa integral a renda familiar
deve ser de até 1,5 salário mínimo por pessoa.
Apesar dos investimentos em educação, feitos nos últimos
anos, nota-se um retrocesso ao adotar novas medidas para o Fies, sendo que esse
financiamento não é gratuito, como o ProUni e o estudante deve começar a
pagá-lo, 18 meses após se formar.
O reconhecimento da falha de deixar a cargos das
universidades particulares a matrícula dos estudantes é irresponsável e tardio,
pois acarretou dívidas enormes na esfera governamental e ao que tudo indica o
governo não sabe como custear tantos financiamentos.
É necessário saber o que se pode ofertar para o povo,
para que o mesmo não se revolte com falsas promessas. A educação é um direito
básico e para financiá-la não deveria existir tanta burocracia, já que um país
desenvolvido necessita de mentes pensantes e não desocupadas.