Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

quarta-feira, 4 de março de 2015

Benefício das passagens aéreas para cônjuges é suspenso


                                             Fernanda Fernandes Borges

 


A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados cancelou, ontem, o pagamento de passagens aéreas para maridos e esposas dos parlamentares. A medida que havia sido aprovada, no dia 25 de fevereiro, foi bem criticada pela opinião pública, fator preponderante para a desistência desse benefício.

O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB – RJ) disse que  vai analisar exceções e em casos especiais, os deputados federais  poderão requerer as passagens. Cada caso será analisado separadamente. Os partidos PT, PSDB, PSOL e PPS já haviam afirmado que não utilizariam o benefício.

O Ministério Público Federal também chegou a entrar com um pedido de Ação Civil Pública contra a concessão de passagens para os cônjuges dos deputados. Agora, a utilização da cota dos bilhetes aéreos será  permitida apenas para os parlamentares e seus assessores.
 
                                                                      Foto: Luís Macedo / Câmara dos Deputados

Eduardo Cunha disse que a Mesa Diretora decidiu por unanimidade cancelar o benefício

 
 

Essa decisão unânime da Mesa Diretora, o órgão responsável pela condução dos trabalhos da casa legislativa, em nada prejudica os reajustes ocorridos há uma semana. Ou seja, tudo continua do mesmo jeito. As vantagens milionárias são as mesmas. Parece uma manobra tentando enganar o povo.

É decepcionante acompanhar o trabalho desses senhores. A não concessão das passagens para os cônjuges não deixará de onerar as contas públicas, porque o dinheiro desprendido com o auxílio – moradia, a cota parlamentar e a verba de gabinete com os consequentes aumentos foram mantidos.

É necessário rever a função de deputado no Brasil. Será que se eles fossem receber um salário mínimo pelo desempenho de suas funções se engajariam tanto para entrar na política?  Ou melhor ainda, se esse trabalho fosse voluntário, existiria algum brasileiro interessado em fazê-lo?

              Provavelmente não. O desejo de trabalhar pouco e ganhar muito impele a maioria dos candidatos a sonhar com a vida pública. Enquanto, esses brasileiros pensarem dessa forma é impossível o país avançar. As pessoas que se manifestaram contra o direito de passagens dos maridos e esposas dos deputados fizeram o seu papel de sociedade participativa nas decisões políticas da nação. É lamentável saber que a suspensão dessa vantagem não impedirá os milhões de saírem dos cofres públicos para sustentar “os reis e rainhas” da Câmara.

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