Fernanda Fernandes Borges
Parece mentira, mas é a dura realidade. Em Brasília,
quando há sessão noturna no Plenário, cada servidor ganha R$ 400,00 por 2 horas
extras. Cerca de 2.600 mil funcionários batem o ponto, mas só 500, geralmente
ficam até o final. Caso, a pessoa
trabalhe mais de duas horas extras, ela
tem direito á folga, devido ao banco de horas.
Geralmente, as votações na Câmara têm início às 18
horas e seguem até o fim da noite. A carga horária dos funcionários da Câmara
é de 8h ás 12h e de 14 h ás 19 h.
Desde fevereiro deste ano, já foram pagos R$ 1 milhão, em cada sessão
noturna, devido ao pagamento de horas
extras a esses “dedicados
trabalhadores”.
Trabalham na Câmara 4.667 servidores entre
concursados e em cargos comissionados. A
Mesa Diretora estuda um modo de
reduzir o pagamento desse benefício a esses exímios trabalhadores, nas sessões noturnas da Casa.
O autor desse levantamento é o deputado Beto Mansur (PRB – SP) que também deseja limitar esses pagamentos e propõe restrições
tanto para os trabalhadores concursados quanto para os comissionados. Ele
ressalta a necessidade de retirar o benefício de pelo menos 500 funcionários
que segundo ele, são totalmente dispensáveis ao funcionamento das votações.
Foto: ReproduçãoBeto Mansur fez o levantamento que constatou os gastos exorbitantes com horas extras |
As sessões noturnas, geralmente ocorrem ás terças e ás
quartas. Se a cada semana, acontecer duas, no fim do mês, os gastos com horas
extras chegam a R$ 8 milhões.
O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha quer reduzir em 50%
os gastos com horas extras. No último dia 3, ele disse que está estudando
juntamente com a Mesa Diretora, uma maneira de diminuir as despesas com o
pagamento de horas excedentes, nas sessões noturnas.
Segundo Eduardo, pelo menos 80% dos servidores que
recebem o pagamento, não continuam na Câmara, após ás 21 horas. O deputado
considerou isso um “absurdo”.
Foto: Marcelo Camargo / ABREduardo cunha promete redução nos pagamentos das horas extras |
Enquanto a maioria dos trabalhadores brasileiros ganham
R$ 788,00 para sobreviver e sustentar sua família, os servidores da Câmara
esbanjam nosso dinheiro, recebendo as horas extras, que nesse caso, são
totalmente desnecessárias.
Por
que não realizam as votações mais cedo? O ideal não é cortar de
alguns funcionários, mas sim extinguir esse pagamento a qualquer um que seja, para que o trabalho aconteça no período normal e não exceda a carga horária.
É muita regalia ter o dia todo para se reunir e votar
projetos e só começar a trabalhar efetivamente á noite, para tornar o processo
dispendioso e pouco eficaz, já que ninguém mais está disposto a encarar o
trabalho pesado, depois de passar um dia inteiro na Câmara.
O absurdo maior é a grande parte bater o ponto e não
ficar até o final. Cadê a fiscalização
do gasto do dinheiro público? O que
esses deputados estão fazendo lá que não tomam uma atitude quanto a esse
comportamento?
São perguntas, que com certeza não haverá respostas.
Enquanto, o Brasil tenta reequilibrar as
contas públicas, com previsão de um déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016, esses
servidores ganham de modo fácil e nem trabalham.
Agora é o momento oportuno para os cidadãos cobrarem um
mínimo de decoro dessas autoridades. Exigir que trabalhem mais e ganhem menos.
Quem sabe assim, nosso país produza mais e tenha que arcar com menos despesas
totalmente desnecessárias e absurdas.