Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

domingo, 23 de agosto de 2015

Transporte Público em Belo Horizonte tem novo reajuste



                                        Fernanda Fernandes Borges

 


Desde o dia 8 de agosto quem utiliza os ônibus na capital mineira, está pagando mais caro. A maior parte da população passou a desembolsar R$ 3,40 por uma passagem que custava R$ 3,10.  Os ônibus circulares passaram de R$ 2,20 para R$ 2,45 e os táxis – lotação de R$ 3,40 para R$ 3,75. É o segundo reajuste em sete meses. O último aconteceu no dia 29 de dezembro de 2014.
 
                                                                                       Foto: Fernanda Fernandes Borges

As tarifas de ônibus e táxi - lotação subiram no dia 8 de agosto

 

A prefeitura de Belo Horizonte justificou o aumento atribuindo necessidade de repor perdas econômicas para as empresas que gerenciam os veículos, devido: à inflação; crise econômica; desemprego; queda no número de pagantes, dentre outros fatores.

No entanto, segundo o Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação em Belo Horizonte ficou em torno de 6,4%, nos últimos sete meses e o reajuste das passagens foi de aproximadamente 9,7%. Contabilizando com o aumento de dezembro, as passagens já ficaram 19% mais caras.

O reajuste ocorreu, porque a liminar que suspendia a elevação do preço das passagens foi cassado no dia 7 de agosto pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O aumento das tarifas de ônibus e também de táxi-lotação já estava publicado, no Diário Oficial do Município (DOM), desde o dia 31 de julho. O objetivo era que o aumento vigorasse, a partir do dia 4 de agosto.
 
                                                                                                Foto: Fernanda Fernandes Borges
                 

Os aumentos de dezembro e agosto contabilizam um acréscimo de  19% no preço das passagens

 

Porém, a Defensoria Pública entrou com um recurso e pediu 180 dias até que fossem verificados os custos operacionais do sistema. A prefeitura de Belo Horizonte recorreu e conseguiu que as passagens fossem reajustadas e os novos valores passaram a valer,  no último dia 8.

No dia 11 de agosto, a Defensoria Pública de Minas Gerais protocolou uma nova Ação Pública (ACP) com o pedido de liminar, suspendendo o aumento das passagens. Infelizmente, não há data para que seja julgado esse pedido de liminar. O órgão exige uma auditoria fiscal contábil e econômica nas contas do transporte público. O Ministério Público também pede uma vistoria no sistema de bilhetagem.

No dia 12 de agosto, houve um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus na Praça Sete e terminou em um confronto entre manifestantes e a Polícia Militar. Movimentos como o Tarifa Zero e o Movimento Passe Livre BH (MPL- BH) acusaram os militares de agirem com violência.

A Polícia Militar justificou as atitudes tomadas, alegando que pediu aos manifestantes que liberassem uma via de trânsito na rua da Bahia e não teve essa solicitação atendida. Por isso, utilizaram balas de borracha, gás lacrimogênio e bombas de efeito moral para acabar com o impedimento que estava tornando o trânsito caótico.

No dia 2 de setembro, está programada uma discussão na Comissão de Direitos Humanos e Defesa do consumidor, na Câmara Municipal de Belo Horizonte. O evento vai reunir representantes da BH Trans;  Procuradoria Geral do Município; Ministério Público; OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); empresas;  sindicatos e movimentos populares.
 
                                                                          Foto: Fernanda Fernandes Borges

O reajuste será tema de debate na Câmara Municipal de Belo Horizonte

 

Infelizmente, a população novamente é explorada com um novo reajuste no transporte público. É impossível e inaceitável que tudo recaia sobre a maioria das pessoas que muito trabalha e pouco ganha para sobreviver. Agora, sair de casa para trabalhar, estudar ou passear está mais oneroso e esses R$ 0,30, em cada passagem, farão uma grande diferença no fim do mês.


               
                                                                                                      Foto: Fernanda Fernandes Borges

Quem precisa do transporte público,  além de ter que esperar,  ainda paga um valor absurdo

 
 
As justificativas para o reajuste são pífias e irresponsáveis. Mais uma vez o povo é explorado e arca com decisões de quem tem o poder, mas infelizmente não sabe usá-lo para o bem. Com certeza, quem administra e toma atitudes como essa,  nunca passou por dificuldades na vida e pensa que esse aumento não representa um impacto no cotidiano das pessoas.

As manifestações apenas são válidas se forem pacíficas e contribuírem para conscientizar as pessoas sobre a escolha nas eleições. De nada adianta atos bárbaros, porque mudanças eficazes só podem acontecer se escolhermos bons representantes, conscientes das reais necessidades de uma cidade e de sua população.

Nenhum comentário:

Postar um comentário