Fernanda Fernandes Borges

Fernanda Fernandes Borges

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Alexis Tsipras renuncia ao cargo de Primeiro - Ministro da Grécia


                                                                                                         Fernanda Fernandes Borges



A Grécia além de passar por uma grave crise econômica, agora também enfrenta a renúncia do primeiro – ministro, Alexis Tsipras, ocorrida, ontem,  dia 20 de agosto. O enfraquecimento de seu governo, se agravou,  desde a aprovação do terceiro programa de resgaste para a Grécia, no último dia 14, no Parlamento Grego, em que 44 membros de seu partido, Syriza, votaram contra.
 
                                                                              Foto: Louisa Gouliamaki / AFP / CP

Alexis Tsipras renunciou ao cargo ontem

 

Para aprovar a ajuda europeia, Tsipras contou com o apoio da oposição. Foram 222 votos a favor, contra 64. Logo, após a aprovação no Parlamento, o Eurogrupo também aprovou o programa de resgaste financeiro para a Grécia, no valor de aproximadamente 86 bilhões de euros que serão distribuídos,  em até três anos.

Esse acordo só foi firmado, após a Grécia se comprometer com uma série de reformas austeras que incluem corte de benefícios de aposentadorias e aumento de impostos, além de outras medidas que causarão um grande impacto na vida da população grega.

No mesmo dia da renúncia de Tsipras, 20 de agosto, a Grécia recebeu a primeira parte do empréstimo, no valor de 13 bilhões de euros que permitiu pagar 3,4 bilhões de euros ao Banco Central Europeu e também o empréstimo – ponte de 7,3 bilhões de euros provenientes da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI),  dinheiro que havia sido concedido, em julho.

O objetivo de Tsipras com a renúncia é contornar a revolta dentro de seu partido e voltar a seu eleito pelo povo, para provar que a sua decisão foi a mais correta, mesmo não sendo a mais desejada. Ele próprio enfatizou,  ontem que a Grécia não conseguiu o acordo almejado, mas que o melhor possível foi feito.

O ex- primeiro – ministro também ressaltou que seu mandato que começou no dia 25 de janeiro estava esgotado e por isso era primordial que o povo julgasse se ele é o representante ideal na negociação grega com os credores internacionais e suas exigências.

As novas eleições devem acontecer em setembro. Tsipras deve se candidatar e poderá ser eleito novamente. Um governo interino chefiado por um juiz da máxima corte grega vai assumir o poder até o resultado das novas eleições.

A manobra política de Alexis Tsipras não contribui em nada para o desenvolvimento de Grécia. Apenas, piora uma situação que já está ruim. O momento não é de guerra pelo poder, mas de união em prol de uma nação que necessita de uma administração firme e menos manipuladora.

A aprovação do terceiro programa de resgate financeiro à Grécia, ainda vai acarretar muitas  discussões sobre os impactos no país, que ainda vai custear muitos juros e dívidas que parecem intermináveis. O  mais lastimável é saber, que quem vai pagar mais uma vez é a população.

Os gregos agora vão ter a oportunidade de escolher um novo primeiro – ministro. Tomara que nessa nova possibilidade, surja um líder mais coerente e responsável com suas decisões. Renunciar para depois se candidatar não é solução para uma crise financeira e muito menos para tentar ganhar popularidade,  com medidas austeras que vão fazer parte do cotidiano da Grécia, nos próximos anos.

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